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sábado, 20 de março de 2021

 

Crónica estranha

Quando amanhece…




·     Acho que me casei, porque queria ser mãe.  Não me importaria de ser mãe solteira!

·     Sinto que o que eu tenho feito melhor, ao longo da vida, é amar.

·     Com meus filhos desvelei-me o mais que pude, não me poupando a todos os esforços necessários. Só tive ajuda da minha mãe.

·      Aos 27 dias andados, de 1971, uma nova Primavera despontou, naquela manhã.

·     Pelas 7h e 30 de um sábado florido e morno, de 1991, nasceu o meu primeiro filho, o Pedro.

·     Foi um dos acontecimentos mais marcantes da minha vida!

·     Senti que afinal, eu também era gente… Tinha trazido alguém a este mundo, não sem um grande sofrimento. Dor e coragem! Não havia epidural. Era tudo ao natural.

·      Dez meses depois, tive outra filha, num grande esgotamento e cansaço, sem qualquer apoio (…). A tolerância profissional, no ensino, também era apenas de um mês, pós parto.

·     Aquando do nascimento do meu 1.º filho, fiz um inquérito, a recém parturientes, para apreciação dos sentimentos, que aquele acto único tão profundo, de vida e morte, lhes trouxera.

·     Um parto, sobretudo sem os meios actuais, não era coisa nada fácil. São duas ou mais vidas que se cruzam, em mundos arriscados e perigosos.

·     E isso ainda era só o início…

·     Passada uma semana, marcou-me a fogo, como se me estivessem a espetar o coração, ver uma agulha tão grande, entrar no bracinho tão frágil do meu menino.

·     Daí para a frente, compreendi que desde que um óvulo se encontra com o esperma, nunca mais há sossego no coração de uma mãe!

·     O vínculo é eterno.

Como disse S. João Bosco, o amor é o sentimento mais arriscado que existe.

Eu acrescentaria: ainda assim, o AMOR é a fonte mais pura que alimenta e faz avançar o mundo. Que dá sentido às nossas vidas!

Lucinda Ferreira

3.8.20

 

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Encontro

 Encontro

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Encontro

 

A alegria dos meus olhos

È toda para Ti!

Quebraste o encanto

Dos dias e noites

Sem sentido.

Não mais perdida

Nem receosa

Tu estás comigo!

Quanto te esperei

Nem eu sei

Saber que existes em mim

Tempera meus dias

Daquela espera

De te cruzar

Rever

Escutar

E contigo crescer!

Não me deixes mais, só

Quero ouvir a tua voz!

De mão dada

Ir. Sorrir

Confiante

Correr

Sem querer nada

Que não seja o Teu olhar

Meigo e doce

Que me ensinaste a amar…

Tens a chave do meu coração

Quando o fazes bater,

Só para te querer mais e mais

Sabes bem

Que és Tu

Que me dás vida

Mudaste meu viver

 Preciso de alegria para ser

 Tu és o milagre

De me fazer sair do centro sisudo

Que me rodeia

Em tudo!

Contigo, sou mais eu,

Linda ou feia

Verdadeira

Feliz

No fundo,

É isso que o teu Amor

Sem tempo

Nem espaço

Infinito

Eterno

 Sempre em silêncio

Sussurra,

Me diz!

******

Lucinda  Ferreira

 C.ª 20.3.21

 


 

Exercício para uma Noiva....

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Exercício para uma Noiva

 

 

Todos os anos

A Noiva feliz

Que eu não fui

Se cobre de finas

Pétalas branquinhas

Caindo sobre meu coração

 Cheio de amor…

O amor que não desabrochou

Inteiro,

Mas se tornou flor

E fruto

Nos filhos que gerei. Amo e amei

Em lugar primeiro!

Mãe Natureza

Vive em mim

Acaricia me.

Embala me.

Dulcifica – me.

Refaz me!

Pétalas miudinhas

Caem

Sobre a minha cabeça

Coberta de fios de neve

Em cada madrugada…

Quimera não vingada

Por que foges assim?!...

 Se todas as flores abrem para mim

Segredando

Que o amor é eterno

Se renova

 Derrama

Multiplica

E cresce,

 No coração das Noivas

Que nunca o foram?…

Fieis, elas ainda

Estremecem
Amam

 Honram a vida,

Força criadora

Oferecendo

A quem elege  

A Beleza

Passar

Além da dor

Apenas,

Beijando uma flor…

Sonho e magia

 Que nunca se apagam!

Perpetuamente apaixonada

Renascendo

Em cada ano

Cada segundo que passa

E a vida acontece

Vivendo,

 Em estado de graça!  

 

Lucinda Ferreira

Coimbra, 20.3.21