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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Estranha leveza do ser...


Estranha leveza do ser
 
O que falta em você sou eu. Seu sorriso precisa do meu. Sei que está morrendo de saudade. Venha logo buscar a sua outra metade. DIMAS POLICENA

Ele era mesmo assim
Nas minhas barbas
Enganava-me
Brincava
Sorria para mim

E sorria dengoso. Manhoso
Fugidio
Não era de ninguém.
Nem conseguia ser
Era por que era assim mesmo.
Seduzia e era Seduzido
Lúdico
Deixava-se ir…Escorregar
E sorria com malandrice
Apanhado. Sabendo que eu percebia
E por amor perdoava e tornava a perdoar
Amar é aceitar
E eu amava. E ele sabia e mentia.
Depois fazia o mesmo à outra
E me compensava
E amava como podia e sabia.
De mão em mão caminhando
Não era de ninguém
Aparecia de vez em quando
Amara a Avó
Aquela velhinha
Que nunca esquecera
Efémera leveza de ser
Como a borboleta que poisa de flor em flor
Sem nunca se comprometer…
No final continuava a sorrir
E a fugir acenava
Enquanto se escondia na sombra
Era assim que ele sabia ser
Amar…
Tenho saudades
Daquele garoto atrevido
Que a fugir roçava seus lábios nos meus
E sorrindo a brincar
De longe
Perdido na bruma
Continuava a acenar
E ainda assim...Dizia adeus!
1 Dez.15

Lucinda Ferreira

Como nasce um texto...

Textos e pretextos 

Como nasce um texto

“Quem escreve constrói castelos. Quem lê passa a habitá-los.”


A estranha aventura de ser tua
De te sentir como alguém a meu lado
A minha fiel sombra que me segue…
Fazes-me sonhar.
Noite e dia
Me visitas
Pesado e leve...
Com histórias para contar
Nunca antes contadas
Reveladas!
Durmo e acordo
E estás em mim
Estigma aberto na alma
Desde que fui gerada
Ninguém te vê nem alcança
Só eu sinto
 Crónica. Conto. Novela. Romance…
Nunca consigo dizer tudo
O que carrego escondido.
E levo comigo para onde vou
Confundido com aquilo que sou…
Invento sem cessar
Crio e n0 milagre de transformar
Renego. Acarinho. Grito .Choro.
Mando embora a morte
Amo até ao ódio
E de repente
Aquele novo ser aparece
Desaparece
Para diferente renascer
O texto que  vou criar
Lanço no éter... No ar…
Ânsia de te alcançar
Comunicar?
(Bem diferente de dizer. Falar)
Não sei, nem me importa.
Só sei
Num jogo apertado.
Matemático. Exacto.
Que bato à tua porta
Solto para te oferecer
O que não se pode dizer
Mas apenas comunicar…
Te atingir
Como quem oferece uma flor
Só para te ver sorrir
Para te dar prazer
 Depois na sombra sozinha
Me esconder
 E de novo continuar
A criar
 A escrever até a alma me doer!

Coimbra, 1 de Novembro de 29

Lucinda Ferreira