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terça-feira, 19 de maio de 2015

Exercício?...


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Colecção: Textos e pretextos


Exercício?...




Não adianta tirar conclusões por coincidências. O enigmático é que tudo está escrito na força do pensamento.Lucas dos Santos de Oliveir



Perguntaram um dia ao Padre Fanhais que acabara de cantar uma linda canção de amor da sua autoria, se aquela composição tinha destinatário.Ele respondeu simplesmente:”Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça”.
Então,quem souber ler (…), que leia.E intuição é coisa que não te falta.


Se hesitei em te escrever?Acho que não.Comunicar é uma das minhas paixões que até já te confidenciei.Tu sabes bem isso há muitos anos.E já agora digo-te: guardo comigo, coisas que me disseste que um dia te poderia repetir.


És uma bateria de energia.Tão afectivo quanto susceptível? Também és.

Vou deixar a minha alma esvoaçar ao vento, envolta em véus como tanto me apraz.Expressar um gesto de carinho.
Sonhar nunca fez mal a ninguém. Se entenderes, só tens a ganhar. Se não entenderes, continuarei a criar. A ser. A amar o sol. As flores. Os animais. A beleza. O conhecimento.A fotografia. A Natureza. As coisas simples.A cantar.A alimentar a paixão de viver!
Converso “eu com  eu” interminávelmente. Até me sabe bem, confesso.


Enganam-se os que pensam que lá por se ter mais idade cronológica homem ou mulher, a alma não tem capacidade de amar.De partilhar. De dar carinho. De escutar e entender a dor de criança que o outro carrega no seu peito e que pode ser igual à nossa e não há a quem expressá-la (…) porque não temos a quem a dizer. “Não se dão pérolas a porcos”…


Sós, afogam-se as pessoas no trabalho.Outros no pessimismo e na inacção.No alimento, por vezes.Em gestos diversos.E corre-se…Corre-se.Chega-se cansado.Por fim depois da “festa”.Do êxito Do sucesso… Fica-se sozinho.
Existe poder.Alcançaram-se objectivos profissionais Tem-se isto e aquilo, mas não existe o essencial. Às vezes já nem se acredita que isso ainda possa existir para si próprio.A pessoa contenta-se não com o néctar que é o amor.A partilha A comunhão, mas com gestos que se compram e se esquecem logo de seguida.
Existe, sim senhor, esse refrigério.

O tempo é um cadinho miraculoso,uma espécie de peneira que só deixa passar o que é importante e olha-se para o lixo e deita-se-o fora.Não mais se quer na sua vida.Pensa-se no tempo que se perdeu.Em tudo que se fez. Umas vezes ter-se-á revisto nas suas acções. Outras ter-se-á arrependido, mas lá está: “um homem não é de pau”.Aprendeu-se a vida, "levando nas orelhas". Aprendeu-se sozinho com muito trabalho e esforço. Às vezes com humilhação. Construiu-se um império, porque se trazia escondido no peito muitas manhãs orvalhadas e azuis de frustração.Desejo de construir.Ser!
Como sei essas coisas?Por as ter vivido também…

Não andei descalça, como muitos andaram,mas tenho abafado no peito “o pão que o diabo amassou” e nem por isso deixo de ser uma “mulher de grandes paixões”, como algum dia me gritaram.
E como ainda não me fui embora, as coisas vão-se refinando e apurando. Vamos tendo consciência do que se viveu e do que de sagrado ainda guardamos em segredo.

O que tenho a dizer-te nunca mais acabaria.Em longos serões para escutar as tuas aventuras e histórias ou enquanto passeamos ao longo dos trigais, de mão dada como duas crianças brincando.Rindo com humor e graça despreocupada.
Nos dias de céu cinzento, olhava-te.E o azul renovava-se dentro de mim.Vestia-me do verde dos campos e punha flores no cabelo para me achares linda.Talvez até cantássemos as mesmas canções, descontraídos e felizes.

 Pois é. As relações mais íntimas são feitas de cumplicidades ao longo do tempo.Coisas simples que se descobrem no outro, onde tudo acontece sem esforço.Onde se integram até os defeitos que se aceitam, só porque sim.

Desculpa quando não esperei por ti. Fiquei com muita pena e até me arrependi.Acho que nem descansei como devia por causa disso.Estava cansadita pelo que te contei.
Receio a insónia como um papão. Ela já me fez sofrer muito.Não quero enlouquecer por amor.

Às vezes atrapalho-me...Penso em ti sem saber bem o motivo Se queres saber, gostava de te conhecer melhor. Poder dar-te espaço, para te escutar e partilharmos ainda muitas alegrias.

Para mim, os afectos não têm idade. O encontro e o clic mútuo acontecem

quando menos se espera. Se isso não acontece,  nada há a forçar.

Acima de tudo, és o meu labirinto preferido.e isso vai inspirar-me.De certeza que

vais entrar no livro que estou escrever.

Um homem e uma mulher só envelhecem quando deixam de amar!

Morre-se quando nos abandona a capacidade de sonhar…

Se fico à tua espera ou não, não te digo…


A mulher é complicada.Nesse mistério está um pouco do seu encanto.

Cuida-te bem por favor.

Adeus!

Ela era interessante. Um olhar enigmático, um jeito cativante que dizia muito, mas poucos a entendiam. Seu sorriso era versado, um verdadeiro soneto ecoava na doçura de sua expressão. Ela era um poema completo, e como todo poema, era incompreendida por muitos, e apreciada por quem a sentia no meio de tanta confusão. ;)Sean Wilhelm


 Adeus, com carinho!...


Ela era interessante. Um olhar enigmático, um jeito cativante que dizia muito, mas poucos a entendiam. Seu sorriso era versado, um verdadeiro soneto ecoava na doçura de sua expressão. Ela era um poema completo, e como todo poema, era incompreendida por muitos, e apreciada por quem a sentia no meio de tanta confusão. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O mundo a teus pés...







O mundo a teus pés...
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O mundo a teus pés…



O Homem é o retrato da Humanidade. Cada homem que melhora o seu interior eleva o nível do todo.
Todo o pensamento. Palavra ou gesto se expande até aos confins do universo, como a ondulação de um lago que só morre no limite do mesmo, quando se atira uma pedra.

Daí a nossa força.O nosso valor único.A nossa responsabilidade por cada opção pessoal.

Falemos hoje de insatisfação e plenitude.

A insatisfação é uma boca permanentemente escancarada. Um abismo sem fundo. Uma amplidão distante, feita à medida da nossa  ilusão que nunca pode ser preenchida.Um martírio que é estigma.

Quem é que nunca se sentiu insatisfeito?Incompleto?Com tanta coisa para fazer que nunca mais terá fim?

Nunca está tudo acabado. No lugar que devia estar.

Gera-se ansiedade. Culpa.Dúvida.Medo. Cansaço. Uma roda-viva imparável que empurra para a acção. Realização. Para fazer sempre mais qualquer coisa em busca da plenitude.

Esta foge.Cada vez fica mais distante! Inalcançável!

Isto obriga a correr sem descanso.´
Em estado de alerta permanente. Disponível, as pessoas sabem que alguém está sempre aberta e pronta para fazer o que se lhes solicita.

A vida corre apressada. Sem sabor. Sem tempo para o essencial.

A causa e o remédio onde estão?

A causa é que se pensa que o centro da nossa vida se situa apenas no FAZER. No exterior.
Advém da tentativa de estar bem.De ter de se cumprir tudo o que pensamos que tem que ser feito.

 O que sucede é que essa agitação gera mais actividade e sempre uma insatisfação crescente.
Além dos outros que abusam dessa disponibilidade. Exigem e esperam acção, o que cria mais culpa e insatisfação.

Quase nos tornamos máquinas…

Os instrumentos produzem sem parar.É só carregar no botão, quando programadas por quem parou.Pensou.Estudou.Teve que ser atento e sabedor para “fazer”.
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Qual o remédio para quebrar este “enguiço”? Este fadário?Este erro?

Questionar-se em primeiro lugar.Querer mudar!

-Por que razão terei que ser sempre eu a ter de fazer tudo?

-Não ganharia mais se parasse?

- Interrogar-me interiormente, sem temer a necessidade de ter de ser coerente e procurar descobrir as causas da minha insatisfação?

A solução está a um palmo de cada um de nós.É só

querer.Fazer a agulha na direcção certa.Escutar o silêncio é imprescindível.


É certamente a plenitude que se deseja alcançar…

Essa sensação tranquila de estar bem. 

Completa. Inteira.

Que se está onde deve estar.Sentir uma paz tal em seu íntimo 

que realiza tudo o que necessita , debaixo de uma alegria e de

 uma calma doce e reconfortante.

A plenitude não corre. Não foge de si própria nem do momento

 presente.

Quem está pleno é sereno. Só tem que ser quem é.Concentra-se em ser…


Ao escrever este texto lembro-me quando Jesus Cristo foi a casa de Lázaro.Marta corria afadigada. Maria ficou tranquila 

sentindo o perfume infinito da presença do Mestre.

Maria fez a melhor opção.A irmã afadigada, criticava a calma

 de Maria, no entanto o Mestre valorizou e deu-nos como

 exemplo a escolha de Maria.



Repara-se quando se opta por SER em vez de fazer, 

inconscientemente os outros sentem que cada um tem que fazer a sua parte.

 Param de exigir seja o que for, libertando de culpa e imposição o outro.

Como conclusão para simplificar, pois muito mais haveria  dizer:

·       Constatamos que o peso da culpa e as pressas são devastadoras.
·       Saber que para SER não é preciso fazer. Escutar o silêncio é imprescindível
·       Concentrar-se em ser no mais recôndito de cada um de nós , é a maior urgência das nossas vidas!
·         Treinar o desprendimento e as ordens do ego orgulhoso.Manhoso e tudo o que na matéria nos afasta da verdadeira identidade de todo o ser humano –um ser espiritual a fazer uma experiência na matéria- é o caminho para ter o MUNDO A SEUS PÉS NO QUE ISSO TEM DE GERADOR DA VERDADEIRA ALEGRIA!
·       O amor é a perfeição da consciência, eis o segredo…


1 de Maio de 2015  Lucinda Ferreira