VISITA
Hoje,
Acordei à pressa.
A palavra
Crescia em meu regaço
Até já não caber mais.
O que era cansaço,
Ais…
Fez se festa. Visita antiga,
Esta!
O pão fez se espiga
O amor fez se luz
A palavra, amiga.
A saudade é um lírio roxo
Crescendo dia e noite
Sem parar!
A vida
Fez se esperança
Liberdade
Promessa
Segredo…
Dentro de mim,
Tudo se tornou flor.
Neste novo jardim.
Quando voltar para casa…
Voarei feliz
Sorrindo
Contente
Grata a toda a gente
Que cruzei
Amei.
Grata às palavras
Gentis
Delicadas.
Disponíveis. Coloridas. Sinceras .
Amadas!
Sonoras. Vivas. Puras. Nuas.
Trazendo cestadas de alegria
Em dias mornos de saudade
A vida fugidia. Dormente
Solitária. Sem gente…
Eis que a palavra sussurra
Mundos novos
Para eu organizar
Oferecer.
Enfeitar.
Vestir de sedução
Novidade gostosa
Rosa. Comunhão.
Cânticos de luz arrancados à Natureza
Brotando do chão
Cascatas de cor
Espreitam em cada flor
E a palavra dourada
Esconde se no meu peito
Muito a seu jeito, aconchegada
Até ser noite
Até ser de novo Madrugada.
Coimbra,
18.7.12
Lucinda Ferreira