Powered By Blogger

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ARA



                          ARA
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. 
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
 
Porque quem ama nunca sabe o que ama
 
Nem por que ama, nem o que é amar...


Já se imaginaram a respirar livremente, numa Floresta verde muito verde, onde os passaritos saltam de galho  em galho , o saúdam mesmo antes que a luz inunde a Terra Mãe ? E até vêm comer á sua mão, sem receios nem temores infundados…
Mal o sol rompe, clareiras de luz brilhante oferecem caminhos de paz. Feliz convívio. Alegres canções…
Sem relógios, nem ruídos estranhos, agressivos, na Floresta apenas o suave bailar dos ramos nas árvores amigas, balouçando, embalam cada habitante no seu ritmo calmo. Sereno. Feliz.
Árvores que te enchem de frutos perfumados. Coloridos. Gostosos. Sumarentos…para os quais basta estenderem a mão. Logo se te oferecem em cada dia mais abundantes.
A água corre mesmo a teus pés, cantando de pedra em pedra, em regatos cristalinos, como as veias da Floresta amiga.
Podes aí brincar à vontade com teus filhos pequenos que põem flores nos cabelos. Saltam. Riem em jeito de chilreio mágico, enchendo a tua vida de canções.
Mais à frente, uma bica natural do precioso liquido escorre fresca e pura, a água…
Das árvores pende ainda o pão dos deuses que alimenta a tribo com abundância…
Mais à frente, as saborosas raízes diversas, variando cada dia os acepipes cozidos no chão ou servidos crus, misturados com bagas de gosto exótico que todos apreciam e comem em alegre convívio.
E o vento suave na ramaria embala o sono dos mais pequeninos, abanando a rede presa entre dois troncos macios.
A gratidão e os rituais sagrados de adoração reúnem de joelhos, toda a comunidade, várias vezes ao dia.
Soa no ar o tambor. Os hinos. Os louvores das almas puras que não conhecem maldade, nem invejam seja quem for. Todos se sentem UM. Uma Família unida pelo Coração. Por laços de Amor sem mácula. Se um sofre, todos sofrem. Se um vibra de alegria, todos sentem o mesmo. Naturalmente, não conhecem a mentira nem as injustiças.
 Num estado virginal, a vida decorre até idades muito avançadas.
A velhice é acarinhada. Respeitada. A doença é rara. Todos permanecem rijos e contentes até à partida final.
Aprendem com a Mãe Natureza que tudo é cíclico.
Treinam a paciência ao ritmo das plantas.
Semente. Crescimento lento. Fruto madurecendo devagar…
A vida nunca acaba. Apenas se transforma temporariamente.
Eles conhecem este e muitos outros segredos essenciais para serem felizes.
A morte nunca é temida. È celebrada com ritos próprios, incluindo dança, canções e a saudade que mora dentro de suas almas conformadas. Gratas.
Sabem que o espírito nunca morre!
Que o GRANDE ESPIRITO, depois da viagem ,  os acolhe com bondade.
Não conhecem o sentimento do medo em circunstância alguma, porque vivem no Amor.
 A chuva é agradecida como uma bênção.
Nus, apenas com uma pequena tanga, celebram o banho morno do Céu, que rapidamente seca.
È apenas a Mãe Natureza que respeitam com toda a atenção, que dirige os seus dias. Dita as leis das suas vidas.
Adormecem como anjos. Nada temendo.
Amam e respeitam os animais com quem convivem em segurança. Como se as suas energias secretas. Inconscientes comunicassem interlaçadas com as desses irmãos menores, os Animais, que respeitam. Reverenciam.
A noite é para dormir.
O dia é para agradecerem Tudo o que são e possuem, em atitude sagrada. Aproveitam a vida intensamente. A vida é um presente. Convivem com prazer. Simplicidade.
Nada possuem individualmente. Tudo que existe é de todos . Tudo está em comum .
Coisa alguma é supérflua. Poucas coisas bastam para se sentirem bem.
 São felizes com o que têm. Com o que são.
Homens e mulheres completam- se em tudo. Respeitam-se. Estimam-se.
Tudo é autêntico .Verdadeiro.
Tudo brota naturalmente da memória celular. Eterna.Original.
È neste ambiente que descobrimos ARA!
Ara é uma jovem de tez brilhante.
Respira saúde, todo o seu corpo firme. Ágil.
Belo de formas esculturais.
Totalmente aberta à vida. Disponível. Orante. Respeitosa. Atenta ao que a rodeia.
 Alegre, bendiz o Grande Espirito, mal desperta. Depois integra se no grupo e saúdam o sol em conjunto. Cantam. Dançam harmoniosamente.
Colabora nas tarefas que lhe são destinadas pelos mais velhos.
Depois, solta seus longos cabelos escorridos. Brilhantes como a seiva pujante das árvores. Negros e fortes que balançam ao vento.
Ara dança… Canta. Corre. Brinca…
 Bebe da água fresca que escorre na cascata ali ao lado. Come frutos docinhos. Pendente das árvores que a viram nascer.
Avida sorri. È amada por todos e muito especialmente pelo seu irmão mais velho…
____________________________________________________________ Nota :
 A história de Ara continua para a próxima.
Vão ter muitas surpresas, garanto- lhes…
Linmare@edicomail.net

terça-feira, 24 de abril de 2012

Entre amigos... (versão corrigida )


Entre amigos …

A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.

 Dom José, Conde do Olival, observa tudo o que passa ao seu redor.
Fora agredido no seu valor mais profundo. A sua virilidade!
Da sua nostalgia e desconfiança, nasceu e despertou nele, de um modo particular, uma atenção subtil. Uma acutilância a todo o ruido ou qualquer movimento diferente da sua rotina habitual. Aguçou nele reflexos ancestrais de cuidado e vigilância permanentes. Ouve e vê tudo o que nós nem pressentimos.
Nos seus domínios de que raramente se afasta, consegue abandonar-se completamente em segurança e conforto. Relaxado. Descontraído, sonha talvez com mundos desconhecidos…
 Por vezes o seu olhar é distante.
Altivo. Fugidio. Cauteloso. Reservado. Esquivo. Independente.
Bem atento, é o Senhor dos seus impérios que defende com unhas e dentes. Ai de quem se atreva penetrar neles!
A população fica toda em alvoroço.
 A coisa tem que se resolver rápido. Poucos ousam entrar no seu território. Até porque as suas mulheres com quem coabita, mas a quem não dá a mínima atenção, também não o permitiriam. Aguerridamente talvez até fossem mais ferozes do que o próprio do Dom José, Conde do Olival, se alguém ousasse penetrar no seu espaço.
Procura os seus lugares preferidos e não abre mão dos poisos mais confortáveis.
È um relógio perfeito no que refere ao cumprimento das rotinas que respeita ao milionésimo.
Conhece o alcance dos ritos que segue rigorosamente. È um cavalheiro de rituais.
Quando falha um segundo no serviço de refeições da noite, principalmente, fica de mau humor. Intratável. Faz o impossível para chamar a atenção. Tem que se deixar tudo, para servir  Dom José imediatamente, senão fica insuportável.
Acho que não troca o conforto pela liberdade.
Talvez se pareça um pouco com o gato de que fala Miguel Torga. Aquele que não trocava o conforto e os braços roliços da sua dona, por qualquer tipo de liberdade por mais atraente e prometedora que fosse.
 Parece que hoje, este tipo de animal prolifera entre os humanos. Talvez devido à crise… Para certos temperamentos acomodados e pouco aguerridos, mais vale um pássaro na mão do que dois a voar…
Mas Dom José , Conde  do Olival, dá pouca confiança à vizinhança. Não se relaciona com ninguém, dando a ideia que todo o seu mundo se movimenta dentro de si mesmo.
 O que aliás talvez até seja mesmo a melhor garantia.
È dentro de nós que estão todos os segredos.
 A alegria, por exemplo, não está no mundo que nos rodeia, mas no modo como percecionamos e sentimos o mundo.
Dom José quase sempre, assume uma postura invejável. Majestoso. Atento. Reservado. De difícil acesso.
 Sente-se que está tão feliz no seu interior, que deixar de o observar, é impossível, tanto se aprende com ele mesmo em silêncio.
È muito expressivo no seu olhar. Ternurento por vezes, chama a atenção de quem o apanha distraído.
È capaz de aceitar uma carícia gentil. Rápida. Sincera, que ele pressente e lhe agrada pela distinção, porque não a aceita de qualquer um.
Ao mínimo ruido, fica atento. Movimenta-se de mansinho. Observador. Com passinhos de lã.
È calmo, mas de vez em quando, parece que uma tempestade perpassa em seu íntimo. Então corre. Forte. Ligeiro. Corre mesmo com toda a gente.
 Nesses momentos, Dom José, Conde do Olival é agressivo, como se lutasse com fantasmas perigosos. Desencadeia então uma guerra violenta entre as suas companheiras do sítio, exigindo intervenção imediata.
Quem sabe até se ele vê monstros que o perseguem?
São enigmas que ainda estão por desvendar.
Mantém uma relação particular coma sua secretária, a Palmirinha. 
 A Palmirinha , que apenas tem uma vista a funcionar e tem também os seus hábitos.
 A sua maneira de ser muito particular. È calma. Humilde. Reservada. Tem um apetite moderado. È sempre a última a comer. Por vezes, parece um pouco falta de confiança em si mesma. Mas...também é capaz de tomar a iniciativa de agredir as suas rivais, quando estas lhe querem roubar os afectos de que é muito ciosa.
Foi uma revelação interessante, quando se percebeu que era a preferida do Senhor Dom José, Conde do Olival.
Dormem coladinhos um ao outro. Trocam entre si carícias sem fim. Enroscados, como se assim ambos se sentissem protegidos. Completamente evadidos deste plano, sonham com mundos desconhecidos , quem sabe? Gestos especiais de uma estima particular.
Não sei se terá sido Dom José que se aproximou da Palmirinha, sua secretária, ou se terá sido ela que o terá conquistado. Seduzido pela sua pacatez diferente de todas as companheiras do sítio.
Talvez até a discrição da Palmeirinha conviesse à insegurança dissimulada de Dom José. À timidez camuflada de macho castrado…
Mas tudo é um pouco complexo. Nisto dos afectos , quando se oferece tudo de mão beijada, parece que o desinteresse nasce. A luta aguça o desejo de conquista.
Ninguém corre para um carro depois de o ter apanhado…
 O que sei é que passam tardes e tardes de lazer e encantamento em lambidelas abundantes que consola ver. Ambos enrolados, como se fora um só corpo.
Lânguidos. Tranquilos. Consolados, dá gosto ver uma ligação tão espontânea. Tão genuína. Verdadeira.
Entretanto a bailarina Babette repousa noutro aposento, ela também embarcada em sonhos de tranquilidade. Num mar morno, por vezes quente demais para suportar tal temperatura…
Babbette, elegante. Simpática. Dedicada. Ativa. Versátil. Veloz. Predadora. Curiosa. Atenta a qualquer ruido de folha que se solte. Tem um olhar profundo de princesa. Autêntico. Difícil de descrever. Só quem o sente direcionado para si mesmo, ou teve oportunidade de o observar, pode perceber o que lhes digo. Impressiona mesmo. Parece que vem do fundo dos tempos, carregado de mistérios!
È a mais fiel e a mais ladina. Quando se trata de saborear a liberdade, alheia a qualquer perigo que ignora na sua pureza natural de nunca pensar mal seja para quem for humano, esgueira- se disfarçadamente ou foge de raspão. Corre perigos que nem lhe passam pelo espírito inocente. Puro. À mercê da maldade que cresce no Coração humano e que ela não adivinha sequer.
Quando sai é a primeira a regressar aos seus aposentos. Ao seu local de segurança.
Prefere as carícias a qualquer manjar especial. È a última a chegar ao local de refeição.
Já  Dona Amélia, a rainha, a mais velha do castelo, é uma espécie de madre superiora, que não admite abusos. Logo se rebela e dá educação à plebe, mal alguém se excede. No entanto às escondidas, tem atitudes infantis que compensam o seu ar importante e glutão.
Adora brincar às escondidas.
Escolhe sempre os lugares mais altos para vigiar tudo à sua volta.
È disfarçada. Comilona. Gorda e anafada. Desobediente. Simulada e teimosa. Tem no entanto algo de muito particular: quando alguém está triste, ela é solidária. Fiel. Companheira e nunca mais te abandona.
Até o Dom José do Conde do Olival respeita a Dona Amélia.
 Ela enfrenta – o destemidamente. Impõe regras. Não lhe dá confiança. Sabe muito bem o que quer e não há discussões.
Se for preciso ela passa a factos e dá a sua patada. Ralha e assusta o pessoal.
 Dom José respeita - a e tem medo dela.
È interessante reparar que nenhum destes amigos alberga vinganças no seu íntimo. Se alguém os agride, logo esquecem os males que lhe fizeram.
No entanto, desde do início dos tempos que não perdoam, destroçando até à morte, alguns seres que lhes atiçam os seus instintos mais antigos.
Aí não há nada a fazer… Assim como admitir outros habitantes na comunidade. Território é coisa sagrada.
São ciosas do seu espaço que não partilham facilmente.
Gostam de tudo o que é lindo. Fofo.
Recebem quem as visita, no entanto são sensíveis às energias de quem chega.
Se a energia for compatível como seu reino, são gentis e próximas. Senão, fogem. Abandonam de imediato o local para se esconderem.
São deste modo, o indicador seguro de quem temos na nossa presença. Do cuidado a ter com algo desconhecido. Perigoso.
Ao mínimo ruido no portão longínquo da casa, perfilam-se. Escutam atentamente. Rosnam. Ficam de alerta. Dão sinal do perigo que se avizinha.
Quando pressentem que estou a fazer malas, andam de roda de mim , tristes e inquisidoras. Babete, essa então não me larga mais.
Quando  no final se consuma a partida, ao contrário do costume , mal a porta se abre esgueiram-se sem apelo, neste caso, perfilam-se na escada e ficam uma em cada degrau, sentadas , olhando triste a minha saída. Vêm despedir-se com carinho, daquela que sabem bem, as ama. Respeita. Cuida.  Vêm dizer adeus e dizer-me: Volta depressa. Não te demores. Ficamos à tua espera.
Já sabem quando volto, trago-lhes sempre um lambeta gostosa. Vão logo cheirar a minha carteira ou qualquer saquito que me acompanhe. E lá têm algo para compensar a ausência .
São melómanas como eu.
Tem preferência por Música calma. Doce.
 Violino é o seu instrumento preferido. Acalma-as.  Dormem tranquilamente.
Leonor, a minha neta com oito anitos, adora Babete, em especial.
Se pudesse clonaria Babete, segundo me confessou.
Toca violino para elas. Ficam anestesiadas.
As senhoras correm para Leonor, como se de um íman se tratasse.
O Senhor Dom José fica de longe, observando.
Penso muitas vezes se lhes faltasse, como gostaria que as estimassem com merecem.
Deixarei meios para isso, conforme já combinei com a minha funcionária, ela também dentro desta energia de amor por Babete bailarina. Dona Amélia, a rainha, Palmirinha, a secretária e Dom José, o Conde do Olival.
Conforme já perceberam esta é a história da minha Família felina , com quem partilho os meus dias.
 Com quem converso. Com quem aprendo mil coisas.
A quem agradeço a companhia e carinho que me dispensam.
 A quem respeito e estimo. A quem muito quero.
Condicionam muito na minha vida, mas é o preço dos laços.
Salvei- Eles, aflitos, pediram me ajuda.
 Não podia abandoná-los. Uma espécie de” Lista de Schimdler”…

Ajuda para não morrerem barbaramente injetadas letalmente pelos benditos serviços de proteção aos animais sofredores da rua.
São estes erviços que sustento com os meus impostos.…
Em vez de protegerem colónias de animais, mantendo o equilíbrio ecológico, com os Animais castrados em liberdade. Qualquer dia, talvez tenham tantos ratos que depois só com raticida envenenando as águas e as pessoas (…) se resolva !...
………………………………………………………………………………………………
São os animais que nos escolhem.
Dizem que eles não gostam dos donos, mas da casa. Posso dizer que não é assim.
Quando se dedicam, até o nosso cheiro conhecem. Procuram para matar saudades.
Quando me afasto deixo lhes roupa ou chinelos e isso conforta-os.
Também quando me afasto sinto a sua falta. Tenho saudades deles.
Afinal a amizade mais pura é possível  entre um animal e o ser humano. Há quem possa afirmar o contrário?
 Só é pena que os humanos tratem tão cruelmente os nossos irmãos menores, à mercê de quem é mais feroz do que um inofensivo animal q sofre tudo o que a frustração e a maldade humana cobardemente descarrega em quem não se pode defender.
Muito cuidado, porque isto tem retorno! Cuidado porque a Terra não é só do Homem, mas dos Animais e das Plantas e acaba mal se não se muda.
O nível de um Povo e das pessoas em particular, mede se pelo respeito que dedica aos Animais, seres indefesos.
   

Comentário de Dra Maria Manuel Pimentel


  O texto está muito bem escrito.
 Uma verdadeira renda literária.
 Ao mesmo tempo acho-o com uma pitada de cómico o que o torna mais saboroso.
Não se descansa enquanto não se chega ao fim.
Bem podia fazer uma colectânea dos textos já escritos.
 Seria , penso, uma mais valia .
beijo
M. Manuel


  Muito bonito este poema.
 Envio-lhe os meus parabéns e os votos para sempre de muita inspiração mesmo nos momentos de tristeza
.bjnho
No dia 19 de Abril de 2012 14:25 
Irene Calado

Querida Luci

Parabéns pelo dom da escrita que há em si.

A forma como exterioriza essa alegria é contagiante.

E gratificante, a alegria que vive, quem ama o seu Senhor Jesus Cristo.

Beijinhos

Neusa

sábado, 21 de abril de 2012

ENTRE AMIGOS...

Entre amigos …


  A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor. Joseph Addison


Dom José, Conde do Olival, observa tudo o que passa ao seu redor. Fora agredido no seu valor mais profundo. A sua virilidade! Da sua nostalgia e desconfiança, nasceu e despertou nele, de um modo particular, uma atenção subtil. Uma acutilância a todo o ruido ou qualquer movimento diferente da sua rotina habitual. Aguçou nele reflexos ancestrais de cuidado e vigilância permanentes. Ouve e vê tudo o que nós nem pressentimos. Nos seus domínios de que raramente se afasta, consegue abandonar-se completamente em segurança e conforto. Relaxado. Descontraído, sonha talvez com mundos desconhecidos… Por vezes o seu olhar é distante. Altivo. Fugidio. Cauteloso. Reservado. Esquivo. Independente. Bem atento, é o Senhor dos seus impérios que defende com unhas e dentes. Ai de quem se atreva penetrar neles! A população fica toda em alvoroço. A coisa tem que se resolver rápido. Poucos ousam entrar no seu território. Até porque as suas mulheres com quem coabita, mas a quem não dá a mínima atenção, também não o permitiriam. Aguerridamente talvez até fossem mais ferozes do que o próprio do Dom José, Conde do Olival, se alguém ousasse penetrar no seu espaço. Procura os seus lugares preferidos e não abre mão dos poisos mais confortáveis. È um relógio perfeito no que refere ao cumprimento das rotinas que respeita ao milionésimo. Conhece o alcance dos ritos que segue rigorosamente. È um cavalheiro de rituais. Quando falha um segundo no serviço de refeições da noite, principalmente, fica da atenção de quem o apanha distraído. È capaz de aceitar uma carícia gentil. Rápida. Sincera, que ele pe mau humor. Intratável. Faz o impossível para chamar a atenção. Tem que se deixar tudo, para servir Dom José imediatamente, senão fica insuportável. Acho que não troca o conforto pela liberdade. Talvez se pareça um pouco com o gato de que fala Miguel Torga. Aquele que não trocava o conforto e os braços roliços da sua dona, por qualquer tipo de liberdade por mais atraente e prometedora que fosse. Parece que hoje, este tipo de animal prolifera entre os humanos. Talvez devido à crise… Para certos temperamentos acomodados e pouco aguerridos, mais vale um pássaro na mão do que dois a voar… Mas Dom José , Conde do Olival, dá pouca confiança à vizinhança. Não se relaciona com ninguém, dando a ideia que todo o seu mundo se movimenta dentro de si mesmo. O que aliás talvez até seja mesmo a melhor garantia. È dentro de nós que estão todos os segredos. A alegria, por exemplo, não está no mundo que nos rodeia, mas no modo como percecionamos e sentimos o mundo. Dom José quase sempre, assume uma postura invejável. Majestoso. Atento. Reservado. De difícil acesso. Sente-se que está tão feliz no seu interior, que deixar de o observar, é impossível, tanto se aprende com ele mesmo em silêncio. È muito expressivo no seu olhar. Ternurento por vezes, chama ressente e lhe agrada pela distinção, porque não a aceita de qualquer um. Ao mínimo ruido, fica atento. Movimenta-se de mansinho. Observador. Com passinhos de lã. È calmo, mas de vez em quando, parece que uma tempestade perpassa em seu íntimo. Então corre. Forte. Ligeiro. Corre mesmo com toda a gente. Nesses momentos, Dom José, Conde do Olival é agressivo, como se lutasse com fantasmas perigosos. Desencadeia então uma guerra violenta entre as suas companheiras do sítio, exigindo intervenção imediata. Quem sabe até se ele vê monstros que o perseguem? São enigmas que ainda estão por desvendar. Mantém uma relação particular coma sua secretária, a Palmirinha. A Palmirinha , que apenas tem uma vista a funcionar e tem também os seus hábitos. A sua maneira de ser muito particular. È calma. Humilde. Reservada. Tem um apetite moderado. È sempre a última a comer. Por vezes, parece um pouco falta de confiança em si mesma. Mas...também é capaz de tomar a iniciativa de agredir as suas rivais, quando estas lhe querem roubar os afectos de que é muito ciosa. Foi uma revelação interessante, quando se percebeu que era a preferida do Senhor Dom José, Conde do Olival. Dormem coladinhos um ao outro. Trocam entre si carícias sem fim. Enroscados, como se assim ambos se sentissem protegidos. Completamente evadidos deste plano, sonham com mundos desconhecidos , quem sabe? Gestos especiais de uma estima particular. Não sei se terá sido Dom José que se aproximou da Palmirinha, sua secretária, ou se terá sido ela que o terá conquistado. Seduzido pela sua pacatez diferente de todas as companheiras do sítio. Talvez até a discrição da Palmeirinha conviesse à insegurança dissimulada de Dom José. À timidez camuflada de macho castrado… Mas tudo é um pouco complexo. Nisto dos afectos , quando se oferece tudo de mão beijada, parece que o desinteresse nasce. A luta aguça o desejo de conquista. Ninguém corre para um carro depois de o ter apanhado… O que sei é que passam tardes e tardes de lazer e encantamento em lambidelas abundantes que consola ver. Ambos enrolados, como se fora um só corpo. Lânguidos. Tranquilos. Consolados, dá gosto ver uma ligação tão espontânea. Tão genuína. Verdadeira. Entretanto a bailarina Babette repousa noutro aposento, ela também embarcada em sonhos de tranquilidade. Num mar morno, por vezes quente demais para suportar tal temperatura… Babbette, elegante. Simpática. Dedicada. Ativa. Versátil. Veloz. Predadora. Curiosa. Atenta a qualquer ruido de folha que se solte. Tem um olhar profundo de princesa. Autêntico. Difícil de descrever. Só quem o sente direcionado para si mesmo, ou teve oportunidade de o observar, pode perceber o que lhes digo. Impressiona mesmo. Parece que vem do fundo dos tempos, carregado de mistérios! È a mais fiel e a mais ladina. Quando se trata de saborear a liberdade, alheia a qualquer perigo que ignora na sua pureza natural de nunca pensar mal seja para quem for humano, esgueira- se disfarçadamente ou foge de raspão. Corre perigos que nem lhe passam pelo espírito inocente. Puro. À mercê da maldade que cresce no Coração humano e que ela não adivinha sequer. Quando sai é a primeira a regressar aos seus aposentos. Ao seu local de segurança. Prefere as carícias a qualquer manjar especial. È a última a chegar ao local de refeição. Já Dona Amélia, a rainha, a mais velha do castelo, é uma espécie de madre superiora, que não admite abusos. Logo se rebela e dá educação à plebe, mal alguém se excede. No entanto às escondidas, tem atitudes infantis que compensam o seu ar importante e glutão. Adora brincar às escondidas. Escolhe sempre os lugares mais altos para vigiar tudo à sua volta. È disfarçada. Comilona. Gorda e anafada. Desobediente. Simulada e teimosa. Tem no entanto algo de muito particular: quando alguém está triste, ela é solidária. Fiel. Companheira e nunca mais te abandona. Até o Dom José do Conde do Olival respeita a Dona Amélia. Ela enfrenta – o destemidamente. Impõe regras. Não lhe dá confiança. Sabe muito bem o que quer e não há discussões. Se for preciso ela passa a factos e dá a sua patada. Ralha e assusta o pessoal. Dom José respeita - a e tem medo dela. È interessante reparar que nenhum destes amigos alberga vinganças no seu íntimo. Se alguém os agride, logo esquecem os males que lhe fizeram. No entanto, desde do início dos tempos que não perdoam, destroçando até à morte, alguns seres que lhes atiçam os seus instintos mais antigos. Aí não há nada a fazer… Assim como admitir outros habitantes na comunidade. Território é coisa sagrada. São ciosas do seu espaço que não partilham facilmente. Gostam de tudo o que é lindo. Fofo. Recebem quem as visita, no entanto são sensíveis às energias de quem chega. Se a energia for compatível como seu reino, são gentis e próximas. Senão, fogem. Abandonam de imediato o local para se esconderem. São deste modo, o indicador seguro de quem temos na nossa presença. Do cuidado a ter com algo desconhecido. Perigoso. Ao mínimo ruido no portão longínquo da casa, perfilam-se. Escutam atentamente. Rosnam. Ficam de alerta. Dão sinal do perigo que se avizinha. Quando pressentem que estou a fazer malas, andam de roda de mim , tristes e inquisidoras. Babete, essa então não me larga mais. Quando no final se consuma a partida, ao contrário do costume , mal a porta se abre esgueiram-se sem apelo, neste caso, perfilam-se na escada e ficam uma em cada degrau, sentadas , olhando triste a minha saída. Vêm despedir-se com carinho, daquela que sabem bem, as ama. Respeita. Cuida. Vêm dizer adeus e dizer-me: Volta depressa. Não te demores. Ficamos à tua espera. Já sabem quando volto, trago-lhes sempre um lambeta gostosa. Vão logo cheirar a minha carteira ou qualquer saquito que me acompanhe. E lá têm algo para compensar a ausência . São melómanas como eu. Tem preferência por Música calma. Doce. Violino é o seu instrumento preferido. Acalma-as. Dormem tranquilamente. Leonor, a minha neta com oito anitos, adora Babete, em especial. Se pudesse clonaria Babete, segundo me confessou. Toca violino para elas. Ficam anestesiadas. As senhoras correm para Leonor,          como se de um íman se tratasse. O Senhor Dom José fica de longe, observando. Penso muitas vezes se lhes faltasse, como gostaria que as estimassem com merecem. Deixarei meios para isso, conforme já combinei com a minha funcionária, ela também dentro desta energia de amor por Babete bailarina. Dona Amélia, a rainha, Palmirinha, a secretária e Dom José, o Conde do Olival. Conforme já perceberam esta é a história da minha Família felina , com quem partilho os meus dias. Com quem converso. Com quem aprendo mil coisas. A quem agradeço a companhia e carinho que me dispensam. A quem respeito e estimo. A quem muito quero. Condicionam muito na minha vida, mas é o preço dos laços. Salvei- Eles, aflitos, pediram me ajuda. Não podia abandoná-los. Uma espécie de” Lista de Schimdler”… Ajuda para não morrerem barbaramente injetadas letalmente pelos benditos serviços de proteção aos animais sofredores da rua. São estes erviços que sustento com os meus impostos.… Em vez de protegerem colónias de animais, mantendo o equilíbrio ecológico, com os Animais castrados em liberdade. Qualquer dia, talvez tenham tantos ratos que depois só com raticida envenenando as águas e as pessoas (…) se resolva !... ……………………………………………………………………………………………… São os animais que nos escolhem. Dizem que eles não gostam dos donos, mas da casa. Posso dizer que não é assim. Quando se dedicam, até o nosso cheiro conhecem. Procuram para matar saudades. Quando me afasto deixo lhes roupa ou chinelos e isso conforta-os. Também quando me afasto sinto a sua falta. Tenho saudades deles. Afinal a amizade mais pura é possível entre um animal e o ser humano. Há quem possa afirmar o contrário? Só é pena que os humanos tratem tão cruelmente os nossos irmãos menores, à mercê de quem é mais feroz do que um inofensivo animal q sofre tudo o que a frustração e a maldade humana cobardemente descarrega em quem não se pode defender. Muito cuidado, porque isto tem retorno! Cuidado porque a Terra não é só do Homem, mas dos Animais e das Plantas e acaba mal se não se muda. O nível de um Povo e das pessoas em particular, mede se pelo respeito que dedica aos Animais, seres indefesos.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ODE à ALEGRIA

IMG_1430.JPG

OODEDODEODELEGRIA

Alegria,

Tu que hoje vives em cada célula do meu ser

Ressuscita em mim

O tempo perdido

Esquecido.

Enamorada

Seduzida

Faz- me reviver

instantes inolvidáveis

Em que foste senhora do meu todo!

Deste modo

Reinventa em mim

Hoje

Agora

Sempre

Em cada segundo

Esta magia

De ser tua,

Intensa Alegria!

Há miosótis nos meus cabelos

Paira no ar

um perfume doce a jasmim

A Primavera explode de mansinho

música de anjos

Ecoa dentro de mim.

O sol

Brilha nos meus olhos

Cresce no meu sorriso

Faz do meu corpo

Um facho de luz

Um templo só por Ti,

Preenchido .

Mãe Alegria,

Integra

Muda

minha energia

Sê dona de tudo

O que já fui

Sou

Serei ainda,

Alegria Rosa

Mimosa.

Fica a meu lado

Nas noites cálidas

frias

Sem fim…

Traz contigo

Sonhos de luz e cor.

Mágica sensação de ternura inacabada

Única!

Invenção do amor em escala maior.

Solidão querida

Liberdade

Amiga

Descoberta

Novidade

Vida

Alegria, tecido de Luz

Suave brisa para quem se abeira

Bebe!

Fonte Perene

Brota

Verdadeira

Desmedida e infindável

Imparável

Cristalina.

Eterna alegria

Disponível

Para quem a queira.

Segredo?

Ele

Mora em mim

alfa e ómega

Da minha íntima Alegria

Sedutor

Beleza original

Viagem ao país da luz

Ele

Só Ele

O meu maior amor

O doce

O querido

Jesus!

17 Abril 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Comentário


É bem mais difícil ser alegre que zangado, frustrado e desanimado.

A alegria não é oca, supérflua mas sim genuína e doce.

Que haja mais odes à alegria.

Beijos,
Fátima

VIVER EM ALEGRIA!


Viver em ALEGRIA

Alegria - O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior. (Alfred Montapert)
A alegria não está nas coisas: está em nós.
(Goethe)

Falo-lhes da alegria, porque ela só é grande quando partilhada.
E se é verdade que o amor e a luz não se escondem sob o alqueire, a alegria também não se pode esconder.
Ela brilha nos nossos olhos. Ela dá um tom diferente a tudo o que é rotina ou conservadorismo.
Ela leva em si a chama do entusiasmo . Da partilha. Da verdade.
A alegria faz viver cada minuto como sendo único . É penetrante. Podem surgir dificuldades à nossa volta. que não apagam a alegria. São apenas ocasiões que vencidas nos fortalecem ou nos elevam a um plano superior.
A alegria é como a água que flui sem cessar. Nada a detém!
Permanecer nesse registo é opção. Irrompe em nós um dia e nunca mais há retrocesso .
È um hábito que se adquire e do qual não se quer sair jamais. A alegrai é galvânica. Brilhante. Forte como a vida que circula em nossas veias. Também passa pela gratidão. Mas a maior força vem nos do facto de sabermos que estamos vivos!
Que somo filhos de um Deus Maior!
E os que acreditam , sabem que a alegria é o testemunho visível da fé. Um “santo” triste é um triste santo…
A alegria está no ar que se respira e se solta em direção nós. Numa flor que desbrocha. Num sorriso de alguém com quem cruzamos. Num gesto simples.
Brota do fundo da alma, sem porquê. Habita em nós adormecida. É só despertá-la. Deus quer nos alegres. Felizes em todas as circunstâncias, estando certos de que tudo que atraímos, contribui para o nosso bem.
Se dermos espaço à alegria ela irrompe como uma nova vida. Há apenas um segredo: é preciso deitar fora todo o lixo inconsciente que carregamos para nosso mal e de quem nos rodeia. Carregamos memórias dolorosas .Ter acesso a esse submundo que nos acompanha no inconsciente, condicionante dos pensamentos. Gestos. Ações, é urgente . Ao livrarmos nos desse peso, fardo doloroso tantas vezes, um novo Mundo irrompe. Com uma força tal que nada nem ninguém pode deter. O acesso a esse mundo é diverso ,mas é preciso ter esta consciência e querer mudar!
A alegria é para todos : ricos e pobres. Velhos. Novos. Homens. Mulheres. Saudáveis e doentes (...) (pasmem!).É para quem lhe abrir a alma e quiser ser feliz.
Há pessoas que para chamar a atenção, escolhem a vitimnizaçao. A choradeira e até a doença. A raiva. A luta. A malquerença e um mundo de negatividade. Não se apercebem que lhe está aberta a porta da alegria para uma vida de luz cooperante e fraterna, que lhe traria horizontes em fim ,mesmo quando a dor lhes toca.
È só preciso dar espaço e deixar entra a Alegria transformadora. Querer. Decidir que a partir de hoje, a choradeira será coisa do passado. Dado o primeiro passo, a alegria é galvânica... Cria em nós um novo padrão contagiante. Funciona como uma boa “epidemia”. Multiplica se fazendo deste mundo, um lugar diferente em tudo pode acontecer. A cura . A realização do poder infinito latente que carregamos sem o sabermos, manifesta se em êxito.
Se a alegria bater à sua porta, abra logo!
Ela tudo muda. O que antes era escuro se ilumina. Leva se tudo com um sorriso amigo. A vida flui. O pensamento divergente bate vem até si. As ideias brotam sem limite. Fluem as promessas esperadas. Tudo se abre .Nem precisas falar. O pensamento é agora um íman de bem querer que dá gosto sentir.
Para todos .É só levantar a ponta do véu.
HOJE… é a tua hora. Luta pela alegria!
Limpa o teu interior. Tudo o que te pesa. Faz da desgraça uma novas oportunidade
Busca sem descanso saber quem és na realidade. Não te deixes manipular. Sê honesto contigo mesmo. Faz brotar em ti, o melhor que escondes no mais fundo da alma , sem o saberes .
Verás como o teu sorriso lindo vai iluminar a tua vida. Tu bendirás ! O sol, a luz, as flores e todas as coisas e pessoas que cruzas, sabendo que nada que nada é obra do acaso .Tudo que atraíste serve para te renovares. Cresceres. Multiplicar a tua alegria sem fim. Seres!
Vamos a isto? Vale a pena o desafio garanto te. A alegria é acessível a todos.
Ela é uma bênção que pode trazer saúde e muita luz, para que nunca mais sejas o mesmo. Cada um que se modifica, modifica o Mundo inteiro!
Vale a pena.
Linmare@edicomail.net

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Meu artigo O PODER DO SILENCIO


Gostei mto do poder do silêncio!
É tão lindo!
parece que a paz nos invade e que o nosso coraçao
recebe uma luz quente,maravilhosa!
Obrigada.
bjs
Elsa

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Comentário de uma amiga q me pede para publicar


".....como podem as palavras ser doces como mel,
ou cruéis como o fel!
Ditas por ti renascem, vivas,elegantes e carinhosas.
Só os eleitos sabem os seus efeitos de luz na escuridão!
Tu és mesmo assim.
tanto carinho que espalhas,tanta lágrima que enxugas,
tanto e tanto amor que semeias...
Terás garantida uma boa colheita!
continua a tua missão!
Elsa"

terça-feira, 10 de abril de 2012

A minha noite nas Caraibas


Noite
Fascínio
Subconsciente
Gruta do meu ser
Escondido
Emergente
Descanso
Milagre de um novo dia
Caraíbas
Luzes
Furando o céu plúmbeo
Nuvens
Arrumam-se
Correm a grande velocidade.
Pego na noite ao colo
Embalo-a docemente
Canto-lhe em silêncio
A noite…
Cai redonda
Macia
Húmida
Quase fria
Atira-se para os meus braços azuis
Aconchega-se
E de mansinho
Adormece dentro e mim…
Caraíbas, Nov. 1999

sábado, 7 de abril de 2012

POEMA DA AUSÊNCIA


POEMA DA AUSÊNCIA


O sol esconde se tu não vens.

O jardim fica mais triste.

Retiro os galhos secos

Com carinho,

Osso das flores

Que encheram de cor e alegria.

Os dias vazios sem Ti.

Dos caracóis, já não tenhas pena.

Vou guardá-los

Pouco tempo,

Numa caixinha.

Pô-los em liberdade

No relvado,

Ao fundo da rua dos perfumes.

Ai, não incomodam ninguém.

Ninguém lhes faz mal.

Mas olha, vem depressa!

As plantas

Não crescem em meu coração …

E...o sol se esconde

Quando tu não vens.

7 de Abril 2012 ………..………………….Lucinda Ferreira