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sexta-feira, 27 de abril de 2012

ARA



                          ARA
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. 
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
 
Porque quem ama nunca sabe o que ama
 
Nem por que ama, nem o que é amar...


Já se imaginaram a respirar livremente, numa Floresta verde muito verde, onde os passaritos saltam de galho  em galho , o saúdam mesmo antes que a luz inunde a Terra Mãe ? E até vêm comer á sua mão, sem receios nem temores infundados…
Mal o sol rompe, clareiras de luz brilhante oferecem caminhos de paz. Feliz convívio. Alegres canções…
Sem relógios, nem ruídos estranhos, agressivos, na Floresta apenas o suave bailar dos ramos nas árvores amigas, balouçando, embalam cada habitante no seu ritmo calmo. Sereno. Feliz.
Árvores que te enchem de frutos perfumados. Coloridos. Gostosos. Sumarentos…para os quais basta estenderem a mão. Logo se te oferecem em cada dia mais abundantes.
A água corre mesmo a teus pés, cantando de pedra em pedra, em regatos cristalinos, como as veias da Floresta amiga.
Podes aí brincar à vontade com teus filhos pequenos que põem flores nos cabelos. Saltam. Riem em jeito de chilreio mágico, enchendo a tua vida de canções.
Mais à frente, uma bica natural do precioso liquido escorre fresca e pura, a água…
Das árvores pende ainda o pão dos deuses que alimenta a tribo com abundância…
Mais à frente, as saborosas raízes diversas, variando cada dia os acepipes cozidos no chão ou servidos crus, misturados com bagas de gosto exótico que todos apreciam e comem em alegre convívio.
E o vento suave na ramaria embala o sono dos mais pequeninos, abanando a rede presa entre dois troncos macios.
A gratidão e os rituais sagrados de adoração reúnem de joelhos, toda a comunidade, várias vezes ao dia.
Soa no ar o tambor. Os hinos. Os louvores das almas puras que não conhecem maldade, nem invejam seja quem for. Todos se sentem UM. Uma Família unida pelo Coração. Por laços de Amor sem mácula. Se um sofre, todos sofrem. Se um vibra de alegria, todos sentem o mesmo. Naturalmente, não conhecem a mentira nem as injustiças.
 Num estado virginal, a vida decorre até idades muito avançadas.
A velhice é acarinhada. Respeitada. A doença é rara. Todos permanecem rijos e contentes até à partida final.
Aprendem com a Mãe Natureza que tudo é cíclico.
Treinam a paciência ao ritmo das plantas.
Semente. Crescimento lento. Fruto madurecendo devagar…
A vida nunca acaba. Apenas se transforma temporariamente.
Eles conhecem este e muitos outros segredos essenciais para serem felizes.
A morte nunca é temida. È celebrada com ritos próprios, incluindo dança, canções e a saudade que mora dentro de suas almas conformadas. Gratas.
Sabem que o espírito nunca morre!
Que o GRANDE ESPIRITO, depois da viagem ,  os acolhe com bondade.
Não conhecem o sentimento do medo em circunstância alguma, porque vivem no Amor.
 A chuva é agradecida como uma bênção.
Nus, apenas com uma pequena tanga, celebram o banho morno do Céu, que rapidamente seca.
È apenas a Mãe Natureza que respeitam com toda a atenção, que dirige os seus dias. Dita as leis das suas vidas.
Adormecem como anjos. Nada temendo.
Amam e respeitam os animais com quem convivem em segurança. Como se as suas energias secretas. Inconscientes comunicassem interlaçadas com as desses irmãos menores, os Animais, que respeitam. Reverenciam.
A noite é para dormir.
O dia é para agradecerem Tudo o que são e possuem, em atitude sagrada. Aproveitam a vida intensamente. A vida é um presente. Convivem com prazer. Simplicidade.
Nada possuem individualmente. Tudo que existe é de todos . Tudo está em comum .
Coisa alguma é supérflua. Poucas coisas bastam para se sentirem bem.
 São felizes com o que têm. Com o que são.
Homens e mulheres completam- se em tudo. Respeitam-se. Estimam-se.
Tudo é autêntico .Verdadeiro.
Tudo brota naturalmente da memória celular. Eterna.Original.
È neste ambiente que descobrimos ARA!
Ara é uma jovem de tez brilhante.
Respira saúde, todo o seu corpo firme. Ágil.
Belo de formas esculturais.
Totalmente aberta à vida. Disponível. Orante. Respeitosa. Atenta ao que a rodeia.
 Alegre, bendiz o Grande Espirito, mal desperta. Depois integra se no grupo e saúdam o sol em conjunto. Cantam. Dançam harmoniosamente.
Colabora nas tarefas que lhe são destinadas pelos mais velhos.
Depois, solta seus longos cabelos escorridos. Brilhantes como a seiva pujante das árvores. Negros e fortes que balançam ao vento.
Ara dança… Canta. Corre. Brinca…
 Bebe da água fresca que escorre na cascata ali ao lado. Come frutos docinhos. Pendente das árvores que a viram nascer.
Avida sorri. È amada por todos e muito especialmente pelo seu irmão mais velho…
____________________________________________________________ Nota :
 A história de Ara continua para a próxima.
Vão ter muitas surpresas, garanto- lhes…
Linmare@edicomail.net