ARA
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...
Já
se imaginaram a respirar livremente, numa Floresta verde muito verde, onde os
passaritos saltam de galho em galho , o
saúdam mesmo antes que a luz inunde a Terra Mãe ? E até vêm comer á sua mão,
sem receios nem temores infundados…
Mal
o sol rompe, clareiras de luz brilhante oferecem caminhos de paz. Feliz
convívio. Alegres canções…
Sem
relógios, nem ruídos estranhos, agressivos, na Floresta apenas o suave bailar
dos ramos nas árvores amigas, balouçando, embalam cada habitante no seu ritmo
calmo. Sereno. Feliz.
Árvores
que te enchem de frutos perfumados. Coloridos. Gostosos. Sumarentos…para os
quais basta estenderem a mão. Logo se te oferecem em cada dia mais abundantes.
A
água corre mesmo a teus pés, cantando de pedra em pedra, em regatos
cristalinos, como as veias da Floresta amiga.
Podes
aí brincar à vontade com teus filhos pequenos que põem flores nos cabelos.
Saltam. Riem em jeito de chilreio mágico, enchendo a tua vida de canções.
Mais
à frente, uma bica natural do precioso liquido escorre fresca e pura, a água…
Das
árvores pende ainda o pão dos deuses que alimenta a tribo com abundância…
Mais
à frente, as saborosas raízes diversas, variando cada dia os acepipes cozidos
no chão ou servidos crus, misturados com bagas de gosto exótico que todos
apreciam e comem em alegre convívio.
E o
vento suave na ramaria embala o sono dos mais pequeninos, abanando a rede presa
entre dois troncos macios.
A
gratidão e os rituais sagrados de adoração reúnem de joelhos, toda a comunidade,
várias vezes ao dia.
Soa
no ar o tambor. Os hinos. Os louvores das almas puras que não conhecem maldade,
nem invejam seja quem for. Todos se sentem UM. Uma Família unida pelo Coração.
Por laços de Amor sem mácula. Se um sofre, todos sofrem. Se um vibra de
alegria, todos sentem o mesmo. Naturalmente, não conhecem a mentira nem as
injustiças.
Num estado virginal, a vida decorre até idades
muito avançadas.
A
velhice é acarinhada. Respeitada. A doença é rara. Todos permanecem rijos e
contentes até à partida final.
Aprendem
com a Mãe Natureza que tudo é cíclico.
Treinam
a paciência ao ritmo das plantas.
Semente.
Crescimento lento. Fruto madurecendo devagar…
A
vida nunca acaba. Apenas se transforma temporariamente.
Eles
conhecem este e muitos outros segredos essenciais para serem felizes.
A
morte nunca é temida. È celebrada com ritos próprios, incluindo dança, canções
e a saudade que mora dentro de suas almas conformadas. Gratas.
Sabem
que o espírito nunca morre!
Que
o GRANDE ESPIRITO, depois da viagem , os
acolhe com bondade.
Não
conhecem o sentimento do medo em circunstância alguma, porque vivem no Amor.
A chuva é agradecida como uma bênção.
Nus,
apenas com uma pequena tanga, celebram o banho morno do Céu, que rapidamente
seca.
È
apenas a Mãe Natureza que respeitam com toda a atenção, que dirige os seus
dias. Dita as leis das suas vidas.
Adormecem
como anjos. Nada temendo.
Amam
e respeitam os animais com quem convivem em segurança. Como se as suas energias
secretas. Inconscientes comunicassem interlaçadas com as desses irmãos menores,
os Animais, que respeitam. Reverenciam.
A
noite é para dormir.
O
dia é para agradecerem Tudo o que são e possuem, em atitude sagrada. Aproveitam
a vida intensamente. A vida é um presente. Convivem com prazer. Simplicidade.
Nada
possuem individualmente. Tudo que existe é de todos . Tudo está em comum .
Coisa
alguma é supérflua. Poucas coisas bastam para se sentirem bem.
São felizes com o que têm. Com o que são.
Homens
e mulheres completam- se em tudo. Respeitam-se. Estimam-se.
Tudo
é autêntico .Verdadeiro.
Tudo
brota naturalmente da memória celular. Eterna.Original.
È
neste ambiente que descobrimos ARA!
Ara
é uma jovem de tez brilhante.
Respira
saúde, todo o seu corpo firme. Ágil.
Belo
de formas esculturais.
Totalmente
aberta à vida. Disponível. Orante. Respeitosa. Atenta ao que a rodeia.
Alegre, bendiz o Grande Espirito, mal
desperta. Depois integra se no grupo e saúdam o sol em conjunto. Cantam. Dançam
harmoniosamente.
Colabora
nas tarefas que lhe são destinadas pelos mais velhos.
Depois,
solta seus longos cabelos escorridos. Brilhantes como a seiva pujante das
árvores. Negros e fortes que balançam ao vento.
Ara
dança… Canta. Corre. Brinca…
Bebe da água fresca que escorre na cascata ali
ao lado. Come frutos docinhos. Pendente das árvores que a viram nascer.
Avida
sorri. È amada por todos e muito especialmente pelo seu irmão mais velho…
____________________________________________________________
Nota :
A história de Ara continua para a próxima.
Vão
ter muitas surpresas, garanto- lhes…
Linmare@edicomail.net