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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

FUSÃO

   F U S Ã O
foto da net


Eu sou o rio

Por onde deslizas

De mansinho

Lembrança que derramas sobre todas as coisas

Rumo à eternidade

Deixas impressa a minha imagem

Como um sinal do teu amor

Vais num barquinho

Canoa

Doce labor

Brisa suave entoa

A canção do vento

Vinda até mim

P’la força do pensamento

À tardinha

O canto da negra ave

Se abre num lamento

Pendurado no ramo da saudade

O tempo indiferente 
`
À gente que passa

É laço de liberdade

O rio começa a engrossar

Recebe novo afluente

Reparo agora

Continuas rio fora

Já não sou flúmen

Sou mar…Mar…Mar

Insistes. Avanças. Repetes.

“É nele que me quero afogar!”

Grita teu coração

Perco-me dentro do teu ser

Do teu primeiro olhar


Inevitável fusão.

foto da net
Coimbra, 18 de Janeiro 2014
Lucinda Ferreira