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domingo, 11 de julho de 2010

A Dama dos Véus e da Foice


Ainda não se foi embora a nossa amiga , Dama dos Véus e da Foice...
Para quem segue esta temática que iniciei há dias aqui vai.



A DAMA DOS VÉUS E DA FOICE


(art.4/6)

“Não basta ter sido bom quando se deixa o mundo. È preciso deixar o mundo melhor” Bertold Brecht
“Morrer é mudar de corpo , como os actores mudam de roupa.”Autor desconhecido


Se a busca do Conhecimento e da auto-realização são eternas, embora em planos diferentes. É bom aproveitar o tempo e começar já.
Transformados, apaixonados e gratos pela vida, sabendo que depois desta missão terrena, uma vida maravilhosa nos espera de acordo com o grau do que se evolui aqui, é bom preparar as coisas o melhor possível.
Lembro-me da Irmã Paula Maria com mais de cem anos, uma religiosa do meu colégio, que nos contava uma história de um ricaço que chegou ao outro plano depois da morte, e surpreendeu-se ao ver o seu jardineiro num palácio e ele numa palhota.
Então compreendera que o humilde jardineiro fora paciente, atento e honesto no seu trabalho. Por isso mandara muitas pedrinhas para cima para fazer a sua “casa”. Enquanto o reclamante, orgulhoso, autoritário, avarento, ao contrário, só pensava em si e na ganância de mais e mais e por isso não enviara qualquer material para a construção da nova “morada”.
Daí a diferença do “conforto” ou “desconforto”, na eternidade.
Mas voltando à minha busca sobre esta temática da Morte, que a muitos assusta e outros evitam por medo, como me aconteceu a mim durante anos, para quem estiver interessado, partilharei a minha caminhada que é simples e que neste espaço terá que ser resumida.
Primeiro agradeço Deus pela Fé, que é um dom.
Depois digo-lhes que começaríamos por analisar o paralelismo impressionante entre acontecimentos relatados na literatura e em obras ancestrais de diversas culturas, eras e civilizações.
Começaríamos por algumas passagens da Bíblia, como o Livro mais lido e discutido acerca do aspecto espiritual do homem e da vida.
E vemos como no Antigo Testamento, se fala da vida e da morte, sem deixar qualquer dúvida.
“Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque (…) a terra lançará de si os mortos”.( Isaías 26,19)
“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o desprezo eternos.”(Daniel 12, 2)
Ora aqui vemos como o corpo físico ressuscitará, após um longo sono. Também se compara a tal passagem escura que todos os casos de quase -morte identificam, como o tal ”vale da sombra da morte”.
Já no Novo Testamento, Jesus diz “Eu sou a Luz do mundo”…
E o testemunho se Paulo de Tarso também fala de Luz…
“Ao meio dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do Sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que vinham comigo. E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: ” Saulo, Saulo por que me persegues? Como te deve custar tropeçar nesses espinhos.
E eu disse: Quem és, Senhor?
E Ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues, mas levanta-te e põe-te sobre os teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda.
Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial…
E dizendo eles isto em sua defesa, proclamou Festo em alta voz:
Estás louco, Paulo. As muitas letras te fazem delirar.
Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um são juízo.” (Actos 26,13-26.)
Notemos três coisas:
- Semelhança no encontro com o tal Ser de Luz, que as pessoas que experimentam quase morte, relatam;
- Paulo é desacreditado e ridicularizado, como o são muitas pessoas, que contam as suas visões de quase morte.
- Como esse encontro é transformador. Muda a vida das pessoas, tal como aconteceu a Paulo, inflamado pelo amor ao próximo.
Pode ainda surgir a curiosidade de saber que tipos de corpo terão os mortos?
Na Epistola I aos Coríntios, 15 , 35 -52 poderemos compreender melhor…
´”Como ressuscitarão os mortos? E com que corpos virão?
-Insensato (…) quando semeias, não semeias o corpo que há-de nascer, mas o simples grão (…) mas Deus dá-lhe o corpo como quer a cada semente o seu próprio corpo (…) E há corpos celestes e corpos terrestres (…) Assim também a ressurreição de entre os mortos. O corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso semeado na fraqueza, mas ressuscita cheio de força; semeado corpo animal, mas ressuscita corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual (…) Vou revelar-vos um mistério: na verdade, nem todos morreremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.”
Notamos então a natureza imaterial do corpo espiritual, belo, perfeito, forte, sem qualquer limitação.
E se não quisermos apenas ficar no reino das descrições Bíblicas , podemos para os mais cépticos, apresentar a postura de Platão, um dos maiores pensadores de todos os tempos e que viveu em Atenas entre 428 a 348 a.C.
Platão acreditava sem reservas, na lógica, no uso da razão e à argumentação para chegar à verdade e á sabedoria.
Juntava a esta atitude um certo carácter visionário e rematava dizendo, que a verdade final só pode ser alcançada, na experiencia quase mística de iluminação e descoberta, com acesso a planos mais elevados da realidade. Aliás, Platão via o corpo físico como veículo temporário da alma e interessava-se pelo destino final desta.
O destino após a morte física do corpo, aparece nos seus diferentes Diálogos – Fédon, Górgias e A República.
Platão aborda o conceito de tempo e de eternidade e conclui que aquilo a que chamamos tempo, é apenas “ um reflexo fugidio e irreal da eternidade”.
Mais, Platão fala da possibilidade que a alma tem de conversar com outros espíritos.
Diz que algumas pessoas esperam ser levadas no momento da morte, num barco através de uma massa de água até “ à outra margem”.
………………………………………………………………………………………………………………Continuaremos no próximo número, ainda com a postura de Platão perante a passagem dos humanos por este Planeta.
Aquele abraço de sempre, a todos os leitores
linmare@edicomail.net