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sexta-feira, 15 de julho de 2011

.Para além da Palavra...



Para lá da Palavra…

É mais rico e tem mais,
quem precisa do mínimo.
Santo Agostinho

Podem roubar-nos tudo, excepto a última
das liberdades humanas: escolher seu próprio caminho.
Victor Frank.

Tenha Humildade, faça o Bem, trabalhe. Não tenha medo de errar, com humildade se aprende, fazer o bem atrairá o bem para você mesmo e trabalhando valorizará o suor de seu esforço para alcançar seus objetivos ...

Rodrigo Bentes Diniz

Certamente é dos que está bem atento à vida.

Quando algo acontece de menos prazenteiro, pára imediatamente e pergunta-se:

- O que foi desta vez, em que procedi menos bem comigo, com os outros ou com o Universo?

Já sabe muito bem que todas as nossas acções atraem consequências…

Distraídos. Ocupados. Fora dos eixos, mesmo quando pensamos que estamos ligados ao divino, estamos muito longe d’Ele. Práticas externas são apenas repetições sem sentido. Perda de tempo para nos enganarmos a nós e aos outros.

Lembram-se certamente daquela passagem do Antigo Testamento, em que o Senhor acordou três vezes Samuel, durante a noite?

Samuel pensava que era o sacerdote Eli que o chamava. Levantava-se e ia ter com ele.

Este respondia sempre que não o tinha chamado.

A terceira vez, Samuel percebeu que era o Senhor que o chamava.

- Fala , Senhor, que o teu servo escuta. - disse Samuel.

Só nesse momento se deu o ENCONTRO, embora Samuel fosse praticante assíduo no Templo, desde muito novo.

Deus chama a cada um de nós pelo nome, mas poucos escutam. Abafa-se a voz com medo do compromisso. Do trabalho que possa dar.

Perdem-se as infinitas compensações!

Responder à chamada não impede de viver. Vive-se mais intensamente. É a dimensão da Terra com raiz no Céu!

Só no silêncio, se poderá ouvir a chamada…

-João! Maria! José. Pedro...

- Fala, Senhor, que o teu servo escuta!

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Muitas pessoas têm o ENCONTRO, quando passam por experiência de morte aparente. A valorização das suas vidas, a-contece.

Aprendemos apenas por duas vias: pelo amor e pelo sofrimento.

Quando o amor incondicional não abunda, sobra o sofrimento.

Falo da minha própria experiência. Somos teimosos. Resistentes. Distraídos…sei lá, toscos. Imperfeitos.

Enquanto esse toque mágico, o encontro, no nosso íntimo não se der, é tudo rotina e gestos sem sentido.

Os pedaços da nossa alma perdidos e dispersos, pairam no ar e os nossos gestos têm apenas uma dimensão terráquea.

O Papa e profeta João Paulo II já dissera:

“temos muitos mestres e poucos evangelizadores”, justamente pelo vazio das nossas vidas cheias de palavras, mas sem o carisma do amor incondicional.

Isto é uma reflexão que partilho. Não critico ninguém. Cada um conhece bem a sua alma…E o misericordioso e bondoso Deus Pai do Universo ainda nos conhece melhor!

Ele acredita em nós. Mas para nós, é mais fácil acreditar n’Ele do que ter a certeza que Ele acredita em nós…Isso mudaria muita coisa.

Muitas vezes, gostávamos de fazer determinada coisa e não a levamos até ao fim. Nunca sentimos que alguém tenha acreditado em nós.

Acreditamos antes que os outros nos fazem mal. Que temos muito azar. Que tivemos culpa em tal desgraça que ocorreu nas nossas vidas.

Se percebêssemos que é a nossa energia que atrai tal acontecimento, porque estamos a precisar de vivenciar aquela dor para escolhermos a luz perante a densidade e passarmos ao nível seguinte, seria mais fácil.

Os tais “maus” são os “escolhidos” para nossos professores. Não lhe queiramos mal.

Nós não somos os bonzinhos. As vítimas. Tínhamos que passar por tal experiência. Precisávamos dela. É só para aprender a lição.

Não se trata de masoquismo, mas temos que ter presente que viver é aventura e gratidão. A vida dá-nos em cada momento, mil possibilidades de fazer tudo e mais alguma coisa. Temos liberdade. Viver é a possibilidade de evoluir. Crescer nos valores que nunca morrem e que trazem em si as sementes da paz e da harmonia!

A nossa alma é sábia. De facto, verificamos que enquanto fugirmos, negarmos e não enfrentarmos as situações, elas se repetirão vezes sem fim até aprendermos a lição. Pois!

Saldada aquela etapa, vamos a outra.

Cada dificuldade feita desafio, aguça as nossas forças desconhecidas antes.

E todos temos um bendito de um espinho que só próprio conhece.

É ele que nos livra do orgulho. Da vaidade. Da auto-suficiência e até da prepotência, algumas vezes.

No fundo, a gratidão é a única energia conciliadora de todas as situações.

Grata por tudo o que nos enche a alma de alegria e a Beleza está aí permanentemente à nossa porta, mas também grata pela dificuldade, fonte de reflexão e crescimento interior, é o segredo.

Absolutamente nada, nem pessoas nem coisas, nos pertencem.

Nascemos sem nada. Morremos sem nada.

Pelo meio a vida empresta-nos tudo!

Família. Bens. Realizações...

No final, partimos sem absolutamente nada de material, salvo o que demos!

È incrível, não é?

È que o coração e alma enriquecem não pelo que recebem, mas pelo que dão…

Vale a pena fazer silêncio e ter consciência de que somos um espírito a fazer uma bela experiência na matéria!