Powered By Blogger

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

..A violência tem muitos rostos...



Sementes de Violência
(II PARTE)

A causa de todos os problemas conjugais está no desconhecimento da mente”
Joseph Murphy



Diz-se que a causa das separações não está no facto ocorrido, mas na maneira como o facto foi interpretado.
Cada caso é um caso. As dificuldades são muitas e diversas. É verdade que a maturidade falta muitas vezes na caminhada e nas decisões finais.
Que mais tarde, as pessoas reconsideram, mas a sintonia ou nunca existiu ou nunca mais se consegue.
Quando no entanto, só um quer progredir e o outro fica no cadeirão, questionando e agredindo as mudanças e as novas atitudes do parceiro/a, às quais sempre se opõe, porque não tem flexibilidade, nem se esforça por evoluir, continuando apenas agarrado ao poder e ao lado material da vida, que fazer?
Não admite que o outro mude, apelidando-o de louco, porque se tornou diferente, como se pode dar a reconciliação?
……………………………………………………………………………………………………………………………………
E por isso, meus amigos, as sementes de violência ainda estão aí. Cada vez mais vivas.
Hoje, há maridos, famílias, que não ligaram nada a quem passou a vida toda trabalhando, sofrendo, amando na ajuda e na presença abandonada e silenciosa de tantos anos, mas hoje na “sua extrema bondade” e também com medo de perder os bens materiais, quando vêem que as “Marias” estão cansadas de serem criadas, de serem ignoradas, quando se apercebem que o seu tempo de hipocrisia chegou ao fim e que não há volta a dar, estudam as tais estratégias e pensam, como bloquear a liberdade de alguém se poder tornar responsável. Pessoa. Libertar-se do cativeiro onde não há pinga de amor. Respeito. Não há nada!
Afecto e alimento são necessidades fundamentais para se viver. Quando alguém evolui e tem consciência desta realidade, como podemos negar-lhe isso?
Se ela for dada como desequilibrada. Incapaz de se defender de novos amigos e formas de pensar com as quais não concordam, têm que a “proteger “.
Não foi na saúde e na doença que se comprometeram a estarem juntos?
( Juntos sem amor, se nem sequer se falam?
Não será a posse a prisão mais cínica e camuflada que temos?
Tentar dominar o companheiro ou a companheira, é o sinal mais evidente de insegurança e ou complexo de inferioridade.)
Então por que é que ela não há-de acabar podre nessa casa tão linda, embora ela morra de solidão sem ninguém lhe dar atenção, nem diálogo, nem carinho, nem companhia, sem respeito por aquilo que o outro pensa, sofre, ama, trabalha?
Vamos chamar-lhe doida. È mais fácil do que perceber com atenção e coerência, a razão da necessidade de evasão, de novas escolhas.
Provar que não está bem, é mais fácil. Negar tudo o que não é igual ao pensamos.
Esquecemos que a unidade faz o bom entendimento. Alegria. Respeito. Adaptação. Tolerância. É a unidade que busca a valorização das qualidades que facilitam a convivência. O respeito ( do latim RESPICERE que significa tornar a olhar…).
Se nada disso existe onde está casamento?
Ela até está a adoptar modelos de pensamento diferentes dos “nossos”, que nos recusamos a analisar…
Classificá-la de doida é mais fácil.
E assim, incapaz de se defender sozinha, nós, os bonzinhos, os equilibrados, a “famíla”, preservamos os bens, dominamos o outro numa violência extrema e ainda passamos por protectores e salvadores de primeiras águas.
Que tal estas violências ao nosso lado, sem que disso nos apercebamos?
Ou ela só dói quando a sentimos na pele?
Não podemos ignorar que haja quem pense e sinta que o casamento é muito mais do que um contracto social, material e aparente.
Há pessoas “antiquadas”ou modernas (!!!), coerentes, que têm necessidade de amor e diálogo carinhoso no casamento . Não se contentam com as palavras vazias, mentirosas, apenas escritas num papel:
apoio na saúde e na doença, numa gaiola de ouro solitária. Agressiva. Silenciosa.
O contrário da violência é a paz. A paz tem a sua raiz no amor e na verdade!
A sua construção é a responsabilidade de todos e cada um de nós.
Por que será que alguém, perde tanto “amor “, “protecção”, preferindo o vazio e a incerteza e até a solidão , por vezes?
Algo está mal contado.
linmare@edicomail.net