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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Histórias de Noa-Até quando…


Histórias de Noa-Até quando

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Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência.Santo Agostinho

 
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Noa interroga-se e fica triste.
Pensa para si …Até quando caminharemos para o abismo, sem saber o que andamos a fazer?
Imagina, quantas vezes, se deu conta que foi agressiva e que não era isso que desejava.
E por que razão isso terá acontecido?
- Falta de paciência, conclui.

Porque está andando a 200 à hora, num ritmo alucinante que o seu corpo nem aguenta e não consegue parar?!
Pior que isso, nem sabe bem o que anda a fazer. Como gastou o seu tempo. A net? Os telefones? A televisão?
Tanta coisa e tanta solidão, pensa Noa. Afinal quem é que controla sua vida, o seu tempo? Quem é que a empurra para o caos? Para a inconsciência? Para a tal impaciência que só lhe trás desgostos?
Ambição? Falta de consciência?”

Pára. Caie si. Precisa saber quem é.

Uma amiga, um livro, uma palestra…Percebe que…
a disciplina é precisa!
Percebe que tem compromissos a mais. Só quer estar onde não está. Tem pressa de viver. Perceber que está viva. Realizar os seus sonhos de dia para a noite. Quando não consegue, culpa os outros. Diz que já fez tudo e não tem sorte. Desiste. Fica ansiosa. Tem crises de pânico. Deprime!

Felizmente aparece uma luzinha, no fundo do túnel que lhe diz: Não percas o pé. Não penses que são os médicos que têm magia, ou químicos que te curam. Resolvem os teus problemas.

Noa sente falta daquelas amigas verdadeiras. De uma família coesa e grata. De um mundo solidário. Compassivo e bom. Ela sabe que abrir-se, escutar a opinião de alguém em quem confie, mesmo que ouça coisas que doem, podem ajudá-la a abrir-se para dentro. A sair do rodopio infernal dos barulhos e das ilusões impostas por sistemas e modelos, de grande controle e violência subliminar.

Recupera o bom senso. O juízo perfeito. Percebe que
se esqueceu de esperar, sem desânimo.

 Faltou-lhe a paciência.

 Enquanto estiver viva, tudo lhe é possível. Tudo está em aberto.
Não corre mais ao vento.

Repara que muita gente partilha. Partilha, mas quando partilha, não percebe que sai do seu centro. Perde o deleite de saborear o momento que passa e não volta.

Advêm o stress. O desencanto. A insatisfação. E corre. Corre. Corre. Fica doente…Seu corpo lança SOS.
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Gosta de viver. Resolve aquietar-se. Sentar-se. Pensar o que anda a fazer da sua vida. Quando entra no seu íntimo, gosta mais de si. 

Entende que tudo tem o seu tempo. Acordou. Sabe agora que a pressa é inimiga da perfeição. A precipitação leva a cometer erros. Tudo o que é rápido dura muito pouco.
As grandes árvores têm fortes raízes, só com o tempo. A paciência faz parte da Natureza.

Noa deixou de correr. De fugir de si mesma.

Há dias, escutou: “Mal chego a casa, abro a televisão e rádio. Tudo ligado. Gosto de barulho ao meu redor”.

 Teve pena. Pensou   para si: Puro engano. A alma alimenta-se de silêncio e quietude. Exige paz para ter equilíbrio.

Noa pensa : Telemóveis? Outra praga inimiga da paciência. 

Noa, repara que na rua, ninguém está onde está. O momento presente não existe. A inconsciência cresce. As pessoas falam e negam o que disseram. Falam no ar. Ao vento. Nos restaurantes. À mesa, junto da família, o telefone continua a debitar chamadas. Não foi desligado…
Num evento, mandam se fotos: se o outro não responde imediatamente, julgam que teve um ataque. 

Exigimos e não sossegamos: Queremos partilhar a vida, para termos a certeza que estamos vivos. Temos medo de viver, mas assim não se vive por falta de atenção, ao momento presente. Fica se num desassossego. Nervosíssimo. Somos vítimas da realidade que criamos, arrastados na corrente.
Quer-se aparecer. Quer-se para ontem o resultado de tudo que é feito. Pressas e impaciência nas filas. As esperas desesperam, por impaciência.

Um dos frutos do espírito, a paciência, falta na família. No trabalho. Nos relacionamentos. Na promoção da Saúde. Na harmonia de uma vida feliz.

Observar a Mãe-Natureza numa sementinha que espalhamos, ajuda a perceber o ritmo da vida. Colhem se preciosas lições, pois somos obra do mesmo Criador.
Regar a nossa alma é dar lhe um espaço de serenidade. Calma. Paz. Alimentá-la com oração. Silêncio. Uma atenção especial com a certeza que o corpo e espírito, intimamente ligados, têm necessidades diferentes.

Aceitar o ciclo, respeitar o fluxo da vida, observando o tempo passar, sem correrias, nem as loucuras das pressas que alucinam. Destroem a paciência, é agora a grande prioridade de Noa!

Os vencedores são pacientes. Persistentes.Disciplinados. O sucesso não cai do Céu. A falta de paciência é causa de todos os males!

Noa acha que, vítimas das correrrias, se desaprendem as virtudes essenciais, para saborear e agradecer a vida tão rara!

Treinar a paciência é o segredo de todas a coisas, diz hoje, Noa!
(Aquele que tiver paciência terá o que deseja. Benjamin Franklin)

Tudo está em nossas mãos, afinal. Diferimos dos animais pela auto consciência e responsabilidade ou o leitor acha que não? (…).

Já agora, tenha paciência…Repare no que diz Beethoven..


Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.Ludwig van Beethoven
Lucinda Ferreira ...Coimbra , 10 de Abril de 2019