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sábado, 1 de fevereiro de 2020

O mistério das Tripeças


Textos e Pretextos
imagens da net


( este texto tem a ver com o poder local, mas tb pode acontecer por esse mundo fora, qd os os senhores q mandam , nao escutam os seus concidadãos..)








O mistério das Tripeças



Será que ….Na administração pública o que conta, é o mínimo de irritação do cidadão, pois de nada adiantam obras faraónicas, se não há tranquilidade e alegria. Addson


Há uma coisa que me custa especialmente: ser porta- voz do que a maioria das pessoas considera menos bem!

Neste caso é surpresa. Tristeza e desgosto da maioria dos conimbricenses que ama o Jardim Botânico…

E qual razão?

Numa tarde cálida, os mais velhos amavam dar um pulinho ao Jardim.

Tantos ainda recordando as horas que aí passaram, preparando-se para os seus exames.

Conquista. Sucesso, ligada à sombra fresca das árvores amigas. Saudável escolha, oferecida por condições de um ambiente acolhedor e propício à concentração.

Outros, revivendo momentos felizes da juventude, ligados ao seu primeiro amor. Momentos mágicos. Fugidios. Irrepetíveis e únicos.

Visitantes atraídos pelo prazer de um local aprazível, acolhidos pela Natureza colorida, passarada, frescura e silêncio saudável, longe dos Centros Comerciais, barulhentos e insuportáveis.

Mas a surpresa e a impossibilidade de aí permanecer, provoca em todos – idosos e crianças.
 Conimbricenses e visitantes.
 Ricos e pobres.
 Saudáveis e doentes, uma tristeza imensa.


 Revolta. Incompreensão pela arbitrariedade dos responsáveis deste Jardim, a quem temos solicitado esta mudança, através de contacto, via e mail, sem qualquer resposta, obrigando-nos a vir aqui publicamente, expor a urgência da reposição de banco, capazes de serem usados no Jardim Botânico, da cidade de Coimbra.

Como será que justificam. 
Explicam, o desaparecimento de bancos condignos. 
Capazes de acolherem minimamente as pessoas, com esse com direito, na sua Terra?

Será que a um velho que lutou. 
Trabalhou.
 Sofreu a vida inteira, também será negado o direito de sentar um pouco, à sombra fresca de uma árvore, respirando, calmamente o oxigénio, num dia escaldante de Verão, ou num pequeno passeio saudável, ou entregando se a uma leitura agradável, num jardim da sua cidade?

Depois de tantas árvores desaparecidas, não substituídas, outro desgosto ofensivo para a população!

Agora, são as Tripeças extremamente incómodas e inadaptadas nas quais alguém jamais se poderá sentar.

O desconforto e despropósito daqueles objectos apenas usados para macacos de circo, exibidos apenas por tempo mínimo, colocados num local convidativo à paz e à vista, torna se uma decisão e escolha ridícula.

Será que quem teve aquela inicitativa, já terá experimentado, como é “agradável” (…) estar sentado naquela Tripeça?

E já lá terá conduzido um idoso, seu familiar próximo, para ver como ele se sente?
 Ou mesmo uma criança do seu sangue?

Pois é. 
O que não queremos para nós, não podemos querer para os outros.

E se tiveram poder para tomar esta decisão tão ridícula. 
Incómoda e fora do contexto, por favor vejam se têm vergonha e arrancam as Tripeças e repõem os antigos bancos, ainda que velhinhos.

 Ou também já venderam o ferro, para fazer mais dinheiro?

Na administração pública aonde se espera o resultado político, obra sem alma é obra não feita. É promessa não cumprida. É nada mesmo que tudo. Jean Carlos Sestrem


 Maria Ferreira 
Coimbra, 1 de Fevereiro 2020