O NEGRO
DESTA TARDE
30.4.24
Lucinda ferreira
Roçando
telhados negros
O
milhafre
Passou
rente…
O
passarito inocente
Chilreando
por entre
Buganvílias
fogo
Silenciosas
Tremendo
Abrindo
todos os dias
Mais uma…
Enquanto
outra fenece.
Balouçando
Brisa da
tarde
Eu espreitava
Esperando
por ti
Mas tu não
vinhas mais …
Milhafres
em bando
Arvores ramalhudas
Rondando…
Sem
saber o que fazer
Tu não voltavas…
O rouxinol
indiferente,
No
eucalipto mais alto
Balouçando
indiferente,
Num
cantar alegre
Trinando
sem parar…
Enquanto
eu espreitava de mansinho
Não queria
acordar a Catitinha
Na janela,
no fofo tapete,
Espantar
o cantar do meu negrinho
Bico
amarelo…
A
gatinha, ela negra também,
Adormeceu
tranquila
Hoje
Sonho
com ela
Dorme
para sempre
Dentro
do meu coração
Deixando
me só
Saudades!
Ainda
guardo escondido o seu olhar
Ao cimo
das escadas
Sempre
esperando por mim
Mal
sentia os meus passos!
Sem
querer,
Pareço ouvir
Escutar
o seu doce miar…
Só dentro
de mim
Ela vive
Partilhar
este carinho,
Querida Catitinha
Fiel ,
doce, intuitiva
Continua
à minha espera
Dentro
de mim
Aguardando
nosso encontro
Onde está
ela?
Mas ela
não vem…
Os
milhafres pretos
O rouxinol
negro
A minha
saudosa Gatinha
Também
vestida da mesma cor
Durante
17 anos…
Já não
és mais minha companheira
Que
saudades…
Deixou
me mais só
Neste
plano,
Tudo se
transforma
Em
cinza, nada e PÓ…
………
Lucinda ferreira
30.4.2024
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