Powered By Blogger

sábado, 21 de julho de 2012

Amar a vida


AMAR A VIDA

Amar a vida.
Sentir...Sentir...Sentir…
Até já não haver mais dor
Alegria. Saudade. Mágoa. Tristeza.
Para processar.
Despida de tudo
Até já não poder ir mais fundo
Amar.
Amar a flor a abrir
Amar o chilreio da ave acabada de nascer
Amar o Planeta Terra nossa morada amiga
Como se fosse uma despedida.
Ver as nuvens a correr
 Anoitecer…
Sentir a manhã que desponta
No vale cheio de vida
Verde esperança a cantar
O Sol que se eleva no horizonte
A água da fonte a correr
Contar as estrelas do Céu indigo
As formas das nuvens acontecer
Ora branquinhas como algodão…Arminho
Ora pesadas. Pretas. Escuridão
Sentir …Sentir…Sentir
Gratidão por mais um amanhecer.
Sentir saudade de mais um dia que passa
E não volta a passar!
De uma abelha a zumbir
Sentir…Sentir…Sentir…
Estar disposta a sofrer
Para ser
Diferente. Indiferente
Ao que possam comentar. Dizer.
Saber que estou só
Viver intensamente o aqui e agora,
O presente.
No mais secreto do meu interior
Onde mora um DEUS MAIOR
Num santuário sagrado
Antes abandonado
Hoje conscientemente habitado.
Nesse palácio de vidro. Transparente
Chorões de alegria caem em cascatas de Luz
Aí, onde mora a Pai de mãos dadas com Jesus.
Antes não sabia. Nem imaginava
Há quanto tempo me esperava
E chorava por mim
Esta casa abandonada.
Que eu buscava, mas…da qual fugia assustada.
Pensava não a merecer.
Vivia entre ruinas. Desconforto. Medos.
Por não conhecer o mistério. Encanto. Segredos
Desta história de amor verdadeiro.
O primeiro.
Mesmo antes de eu existir. Nascer.
 Hoje, aos pés do meu palácio azul
Corre o silêncio, doce ribeiro.
Mergulho nele todos os dias
Sentir…Sentir…Sentir…
Sem tempo … nem espaço.
Enchendo de paz tudo o que faço.
Cor. Sons. Formas. Diálogos vários
Que acolho,
Num fundo e amplo regaço.
Fores de murta
Abriam em minhas mãos cansadas. Magoadas. Abandonadas.
Hoje
Renovadas. Reinventadas. Cheias de promessas.
Do Céu desce
 Um fio de água sem nome, a saudade.
Desaguando no mar imenso do tempo
 Até ser amanhã
Até ser eternidade.
                                                               Coimbra, 21 de Julho de 2012
                                                   Lucinda Ferreira




2 comentários: