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terça-feira, 22 de setembro de 2020

O Herói

 O Herói


No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz. Ayrton Senna

 

  O tempo de verão, nesta época em que vivemos, é quase um susto! 

 

Os cardíacos morrem, porque o calor arrasa.  


Os incêndios são o maior flagelo. Ladrão indiferente. Implacável.

Chega quadro menos se espera.


Leva vidas e tudo que encontra pela frente!


Chega de mansinho...De repente. Sem avisar.

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Durante 15 anos, fui vice-presidente, servindo nos Bombeiros Voluntários de Coimbra.  


Vivi intensamente aquelas emoções de socorro e perigo.


Dei sempre o meu melhor. Talvez tenha uma costela de bombeira. É preciso, mas não é fácil.


Todas as vezes, que aquela sineta sinistra toca a socorro, todos nós sentimos o coração aflito a saltar do peito, batendo mais forte e apressado!

……………………………………………………………………… 

Trim…Trim…Trim…Trim…Trim…


A enferrujada e velha sineta, meia desgastada, indiferente à nossa apreensão, insistente e aguda, nunca mais se cala!


O trânsito pára, curioso e consternado, e lá vão eles por cima de toda a folha…


Trim …Trim…Trim….Trim …Trim.. ferindo os nossos ouvidos, deixando-nos em alerta permanente, ressoando sem parar!

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Nos arredores da cidade de Coimbra, não muito longe, o Comandante das operações no terreno, abre muito os seus olhos!


Berra! Berra muito, para ver se consegue ser escutado, pelos que estão mais longe!


A adrenalina sobe em todos os seus homens, desde os mais jovens aos mais velhos, que nesse momento, encarnam toda a sua maior coragem. Força. Disponibilidade!


Um punhado de raparigas destemidas, junta-se agora também ao grupo de Bombeiros …


E lá vão eles, confiantes, indiferentes a todos os perigos.


Lá vão eles rumo ao desconhecido, sem certezas do que pode acontecer. Saber se voltam. Se regressam todos vivos e salvos.


Não há mais paz no quartel, até que retornem todos bem!


Aquele dia, 24 Agosto, fervente trazia o diabo escondido em cada acha que voava pelos ares, espalhando-se por todo lado, provocando novos focos de incêndio, na terra escaldante!


Já se via ao longe, uma nuvem negra ameaçando tudo e

Todos!

O Comandante Paulo olhou aquilo tudo e pela sua experiência, assustou-se um pouco, coisa que nunca acontecia antes.


Supersticioso, não gostou do pressentimento.


No calor asfixiante os homens gritavam, naquele inferno assustador. Ameaçante. Prestes a tragá-los vivos a todos !


As mulheres da aldeia mais próxima, quase a ser atingida, choravam. Arrepelavam-se ! Gritavam!

Gritavam, já vendo reduzidos a pó, todos os seus haveres.

Recordações e o esforço de todas as suas vidas, de suor e pesados sacrifícios, assim como os seus animais carbonizados.Já não era só o prejuízo, mas a dor de ver aqueles seres num sofrimento tão atroz, sendo assim consumidos.

Havia ainda os mais apegados e teimosos, em que as chamas por perto, não os fazia arredar pé.

Uma dor de cabeça para as autoridades presentes, que não tinham forma de os persuadir telefonicamente, pois já não arriscavam chegar até eles.

...E já não seriam os primeiros a arder lá no meio, tornando-se num ápice, carvão. Pó. Cinza e nada.

As avionetas sobrevoavam aquele antes viçoso mar de verde, que num trago, as chamas assassinas devoravam, empurradas pelo vento, exalando um fumo  e um cheiro a queimado, que se espalhava pelos ares, envenenando a atmosferas, até longas distâncias!

- Zé! Puxa a mangueira!


Rapazes, rápido! Rápido! Mais rápido! Mais rápido! Caraças!


- Andem depressa, seus papinhas! Depressa! Depressa! Mais depressa!

O burburinho aumentava, entre os homens! Num último esforço, a fim de salvar a aldeia próxima, já meia envolvida pelo fumo, faziam das tripas coração, lutando o máximo que ainda conseguiam …


O Comandante Paulo Gomes, voz rouca pelo esforço e pelo fumo, tentava guardar a calma.


Encorajar os seus homens afogueados. Exaustos!


 O burburinho aumentava!


Outros e outros carros de bombeiros com seus homens, vindos de longe, chegavam.

Aflitos e desesperados, exaustos, os homens no terreno, descontrolados, gritavam. Clamavam por ajuda.


No quartel, o coração de todos nós, saltava cada vez mais aflito, pelas notícias que iam chegando.


O vento cada vez mais forte, mudara!


As dificuldades aumentavam.


Os reforços iam chegando àquele inferno, cada vez mais amplo, alastrando sem destino.


O barulho das avionetas aumentava o susto, pelo perigo de acidente do pessoal do ar, sobrevoando as altas chamas!


Na confusão,  alguém está bem atento e em permanente alerta…


O Comandante Paulo sente que alguém ficara para trás. Já não via todos os seus homens!


Tal como na guerra, perder um dos combatentes, é fracasso e dor que jamais se esquecem!


O som agudo das sirenes dos reforços que chegavam, dos que partiam, era ensurdecedor.


A confusão aumentava. Afligia toda a gente perto e longe.


Um barulho vermelho. Fundo. Surdo Constante. Implacável e torturado, saltava das pobres árvores gemendo em agonia. Os bichinhos e as plantas rasteiras eram consumidos num sacrifício cruel.

Entretanto, o Comandante Paulo que perdera de vista um dos seus homens, o mais estimado e fiel em quem confiava, pega no carro e vai à pressa, em socorro do Quim, que acabou por avistar no meio das chamas, em grande, grande perigo!

Apercebeu-se que parar chegar lá, era preciso ir rápido, muito depressa!

Naquela pressão terrível, entre a vida e a morte, aquele carro, muito desgastado em  já muitas outras semelhantes batalhas, começou a falhar!

Agora, já não era possível voltar para trás!

A avaria complica-se!

Sem conseguir dominar a velha máquina, resvala para uma ravina profunda e…

O nosso querido Comandante Paulo deixa de ser visto!

 No fim de todas as bisadas de espanca e desânimo, no rescaldo, lá estava o que fora um homem bom. Generoso. Obedecido e respeitado por todos!

Carbonizado entre os ferros!

Entretanto Quim, socorrido por uma avioneta, num ápice, descarregando toda a carga de água naquele perímetro, foi salvo!

De imediato, num desespero incontido e aflito, em ressonância com a dedicação do seu Comandante,  procurou-o , desesperado e aflito!

Não o viu.

Desanimou, mas nunca temeu o pior.

O Comandante era o seu herói …E o herói resiste a tudo! Já tinha dado provas de valentia inacreditáveis.

Exausto, precisou acreditar que tudo estava bem.

Teve que fazer das tripas coração. Apelar para o resto das suas forças, para não ser tragado pelas chamas que avançavam, sem contemplações.

Pertinho das casas, a serra antes cobertura de verde, fumegava sob os seus pés, num estertor mortal…

Reforços, as avionetas únicos meios que podiam avançar, sobrevoavam as chamas sem descanso, para salvar a povoação, já ali ao lado.

No Quartel, sabia-se que o Comandante Paulo não respondia.

Podia acontecer, no meio daquelas momentos tão emocionantes e exigentes. Talvez nem ouvisse.

Noite dentro, o fogo avançava sem piedade…

Passado tanto tempo, passou a ser estranho, não se avistar o Comandante, sempre tão empolgado, juntos dos seus rapazes…

Sempre tão presente e dedicado, ele começou a ser alvo da preocupação de todos! Também faltava a viatura …

Aqui, começou a aflorar aos espíritos de todos, o pior!

Eis senão quando, Quim, em desassossego, não parava mais de procurar o Comandante Paulo…

Já no rescaldo, fumegando, alguém avistou um monte de ferros no fundo da ravina e…o amado Comandante Paulo, já não incentivava e estimava cada um dos seus homens…

O Comandante Paulo já nas pertencia a este plano dos humanos.

Voara nas asas da solidariedade e da entrega.

Voara para outros mundos, menos cruéis.

Entretanto a consternação e o abatimento, eram agora o sentimento mais acutilante, na alma de todos.

…………………………………………………………………………………………

Bem sabemos, que o amor é o sentimento mais arriscado da vida.

…Mas por outro lado, ninguém pode viver sem amar e ser amado. É o único sentimento puro, que vale a pena vivenciar.

Às vezes, apresenta-se em forma de ódio e revolta…

Herói há-os em todas áreas. Em cada momento. Em cada vida. Em cada situação, por mais silenciosa que esta se apresente.

E o Comandante Paulo foi um exemplo de coerente fidelidade ao seu ideal de serviço.

Entrega a um grande amor, á comunidade.

Arriscou a vida pelos outros muitas vezes, e acabou por se entregar à sua causa, por completo!

Quando um Bombeiro sai do Quartel, nunca se sabe se voltará.

De facto, qual é a maior prova de dedicação  de amor?

Não será dar a vida pelo outro?

Pouco se pode esperar de alguém que só se esforça quando tem a certeza de vir a ser recompensado. José Ortega y Gasset

 

Coimbra , 22 de Setembro de 20202

Lucinda Ferreira

 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sombras (Covões)


Sombras (COVÕES)
m foto Coimbra

“A paixão de dominar é a mais terrível de todas as doenças do espírito humano.”VOLTAIRE

Hospital da Universidade de Coimbra
huc


Pairam sombras negras á nossa volta, em muitas áreas, que desgastam profundamente os cidadãos.

Situações que nos conduzem ao caos.

Algumas imparáveis, pelo contexto geral. Outras, talvez evitáveis.

Só sei que a dor. A revolta. A surpresa. A decadência e até, infelizmente, algumas vezes, a arrogância, desleixo e outras posturas que se observam, fazem sofrer os que sem voz, impotentes, tudo têm que suportar!

Que nunca se chegue à conclusão, de Agostinho da Silva:

“A política tem sido a arte de obter a paz por meio da injustiça.”

………………………………………………………………
Em 1964, fui trabalhar na secretaria dos Hospitais da Universidade de Coimbra e continuar os meus estudos na Universidade.

Nos HUC, éramos uma grande Família, amigos e solidários.
Num espírito fraterno. Esforçados. Unidos, para servir o melhor possível.

Posso testemunhar e todos que aí prestaram serviço, que assim era!

O tempo foi avançando.

Segui por outros caminhos, mas a Saúde é necessária a todos.

A minha Mãe, aí foi seguida, por clínicos dedicados.

Recordo me que o Sr. Dr Rui Martins, nessa altura um jovem, era o seu cardiologista, que sempre a acolheu, com saber. Atenção e carinho.

Meu Pai era seguido nos Covões, por um clínico cardiologista, indiano,Sr Dr Taganini,  ( se nao estou em erro) que lhe prestava todas as atenções e cuidados, transmitindo segurança, num acolhimento dedicado. Respeitoso.

Por essa razão, aí também, um excelente médico em saber e valor humano, o Sr. Dr Ubach Ferrão me ajudou, em cardiologia.

Aí também conheci, um jovem clínico, atento, de trato delicado e suave, carinhoso, o  Sr.Dr António Queimadela Baptista. Marcava todos os que dele recebiam serviços e por isso lhe estarei sempre grata.

E como estes médicos, a Srª Dr.ª Gabriela Figo, o  Sr. Dr Moutinho, o  Sr. Dr Eduardo Castro, a extremosa, atenta e sabedora cardiologista, a Dr.ª Maria do Carmo Cachulo que me tem valido nas aflições – urgências e consultas, e me devolve segurança, bem-estar, compreensão, numa atmosfera calma de grande atenção e carinho, coisa que não tem acontecido, quando tenho necessitado de ajuda noutros lados.

E por que razão então, eu e muitas outras pessoas, escolhem ser atendidas no Hospital dos Covões?

È que não é o edifício ou outras aparências, que fazem um bom hospital de qualidade, a favor dos doentes. 

È muito mais subtil e profundo.

O espírito de serviço. O saber. O ambiente amistoso. A qualidade humana contagiante entre todos os servidores, o acolhimento na aflição, é que fazem toda a diferença!
…………………………………………………………………………..
Um dia, foi construído um grande Hospital.

Os antigos trabalhadores dos Huc foram-se perdendo…
O antigo edifício era exíguo, para o atendimento a uma população que se alargava.

Construiu-se um grande Hospital. Mas perdeu se, o essencial: a alma deste antigo HOSPITAL!

Agora, paredes baixas. Corredores anónimos e cheios de dor, onde só daí se entrar, perdidos, no desconforto íntimo, nos falta o ar.

Ambiente? Já não há!

Solidariedade entre os servidores, pelo que sabemos, também não há.

Anda no ar, alguma arrogâncias dos saberes.

Do poder da vida na mão do outro, que por vezes tudo sabe e nem ouve a opinião do paciente, por isto, ou por aquilo, porque só tem 15 minutos para atender um doente numa consulta (começa a contar, desde que chama o doente, mesmo que o paciente não possa andar...) o mesmo para o doente seguinte, nesta corrida enervante.

Compaixão, também não a vi por lá…

Aliás, para ir àquele hospital, é preciso muita coragem e muita saúde, senão não se resiste.

Filas intermináveis. Salas abafadas, onde não se pode respirar.
Por vezes, sem lugar para sentar. Sem lugar para se estacionar, para quem tem dificuldade em se deslocar, sozinho, doente, idoso, sem meios para pagar sempre um táxi…

Já aí me senti mal, mais do que uma vez.

A afluência é grande. As pessoas apressadas. Sentindo se desprotegidas, perdidos na multidão. No fim de uma manhã inteira de espera (alguns levantam se de madrugada, vindas de longe ou por dificuldades várias), a impaciência e arrogância do pessoal. Pressas e indiferença, por vezes, doem demais.

Não queremos lá voltar, com medos de tanta agressão e até ralhos.

Isso aconteceu me … Caí. Tive que fazer um exame. Fiquei deitada na maca. Estava aflita. Pedi ajuda que tardava e berros não faltaram…

Não queremos lá ir!

Um dia na urgência, esperei toda a noite!

Outra vez, na triagem, a senhora que me atendeu, mais parecia um guarda da Gestapo.

Eu ia com taquicardia, etc.
Tive tanto medo dela que desisti da consulta. 

Vi-me embora. Morrer por morrer, mais valia morrer em paz, sem uma tal agressividade e indiferença ao meu sofrimento.

Assim sendo, fui ao Hospital dos Covões!

Ai, desde o porteiro, pessoal de secretaria, auxiliares e médicos, todo o pessoal dos serviços de exames complementares, me atenderam com delicadeza, saber, atenção e carinho, o que na aflição, qualquer ser humano necessita. 

Grata, não posso calar !

Por mais que uma vez, acabei por ir aquele Hospital dos Covões, onde me senti acolhida e cuidada, com toda a atenção, coisa que não posso dizer, que tenha acontecido antes, nos HUC, onde o medo nos adoece mais do que os achaques, que aí nos conduzem!

Perante o meu testemunho e de muitos outros utentes, por que razão teimam, em nos atirar a este sofrimento, ainda em juízo perfeito e mesmo depois ?

1.  Por que fechar um HOSPITAL de qualidade, que todos que dele beneficiam, testemunham e preferem e têm direito, ao pagarem os seus impostos, sendo-lhes assim devidos serviços de saúde??????

2.  Se nos HUC, se desculpam, por tudo o que são dores e queixas de quem o procura, dizendo que “aí vai ter tudo” e que fecharam outros hospitais e que não têm capacidade para tanto?!

3.  Por que é que o Hospital do Covões, que preferimos, pelo espírito que aí se vive...Pela atitude e acolhimento e a qualidade de serviços, faz tanta sombra?!

4.  As despesas serão sempre as mesmas…

·     Como compreender então, as sombras e ameaças de extinção do Hospital, onde o Povo se sente acolhido e bem tratado?

·     Será que QUEM tem poder de decisão sobre esta matéria, quem foi eleito, em quem confiamos, foi para SERVIR e ouvir a voz dos utentes e eleitores, ou foi para quê?

·     Será que todos nos esforçamos para o maior bem de todos?

·     Ficamos atónitos! Não se percebe que forças querem silenciar. Fechar. Dominar, gente amada. Boa. Dedicada, em missão, num espírito de serviço.

·      Será por serem diferentes perante o que se sente e vive, quando somos obrigados a ir aonde não queremos, a um grande de hospital, onde o sofrimento se mistura a todos os cansaços e se avoluma, cada dia que passa?

·     Só pensar que um dia, ai nos poderão conduzir, contra a nossa vontade, nos tiram o sono e causa mal -estar!

Não percebemos, quando nos dizem que as estruturas dos HUC, estão a abarrotar e teimam em querer acabar o com o amado Hospital dos Covões , em Coimbra, ao qual o Sr. Dr. Bissaya Barreto deu carinho e visão alargada, num local e um tempo, em que a pessoa era tratada, com respeito e atenção.

Não se percebe, por que não se há - de descongestionar o HUC!

Aproveitar o que de alta qualidade comprovada, serve a população que prefere e escolhe um lugar onde é bem acolhida e bem tratada?!

Os clínicos que deram toda a sua vida, naquele hospital estão em agonia, pois sempre serviram com dedicação no seu melhor, e agora vêem-se despejados, sem saber a razão!

Os pacientes estão morrendo de desgosto, por terem de ser atirados para a confusão sem saber por quê…

Esmagados, ao ver a sua saúde. Paz e bem-estar ficarem na mão de quem nos obriga ao que não queremos.

Não haver liberdade de escolha, também espanta!

O que será que está por detrás de tudo isto!

Sacrificar o propósito, o fim ideal, para que existe um Hospital - criar saúde e bem-estar para quem precisa- em nome de quê?

SOMBRAS?..Nada mais!

Por uma questão de justiça, ressalvo aqui, todos os Clínicos e restante pessoal, que no meio de dificuldades, ainda conservam o amor, a bondade, o respeito pelo sofrimento do próximo, esse ideal de bem servir, sem ganância, nem arrogância, pois nos HUC, isso também se descobre, de vez em quando!

A todos esses seres humanos de grande qualidade, a nossa gratidão. Consideração e alto apreço!

Pena é que ainda seja uma minoria…

Lucinda Ferreira
Coimbra ,3 de Agosto de 2020

Hospital dos Covões em coimbra

quinta-feira, 2 de julho de 2020

O Nó...(video que pode ouvir na sua lingua , se assim desejar)


Veja meu video, na sua língua , clicando no endereço que aqui deixo, do Youtube...

Titulo do  meu VIDEO ...O NÒ

Subscreva o canal    UMA PONTE PARA O O INFINITO

 e  receberá sempre todas as novidades.

 Deixe seu comentário, mesmo na sua  língua e dê o seu like

  Adeus

 Lucinda Ferreira 





https://www.youtube.com/watch?v=Ihov-czM1v0


 (minha foto)

terça-feira, 23 de junho de 2020

Va ao blog...lucinda-umaponteparaoinfinito.blogspot.com.....ai encontrara´VOZES, talvez goste.


VOZES ( meu video)


m foto



Meu video....VOZES

Peço- lhe que vá ao youtube e veja este video que lhes ofereço...com carinho 
(escrever google...Uma Ponte  Para o Infinito )

Peço lhes que  pf, subscrevam o canal...

Se gostarem,., deixem o vosso like e e deixe o seu comentário...pois o Youtube é muito observador e isso ajuda a fazer mais e melhor. 

Gratidão!


https://www.youtube.com/watch?

v=Kf6mdhAHeFU


minha foto , no meu jardim
Lucinda Ferreira  23.6.20

sexta-feira, 19 de junho de 2020

AGRADECIMENTO





Agradecimento 
imgem net
 Infelizmente a solidariedade, caridade e a honestidade são tão raras que quando acontecem viram noticiário. Nádson Emanuel
  
minha foto e minhas flores




·     Desde o dia 10 de Março p. p. que me encontro em casa, devido ao risco de contágio com um vírus, que em certas patologias pode ser fatal.

·     Apesar do total isolamento em que me encontrei, ate finais do mês de Maio p. p., agradeço a Deus por poder estar no meu cantinho. Poder estar mais disponível, para dentro do meu templo, aí permanecer com Deus!


·     Ai, poder usufruir uma Paz. Serenidade e uma Alegria, que certas investidas do exterior o não permitem.

·     Um tempo de crescimento e bem estar que continuo, pois as minhas condições assim o exigem.


·     Como os nossos corpos necessitam de alimento, tive a ajuda dos meus vi- zinhos mais próximos e também de duas estruturas sociais.

·     Refiro que quando necessitei e acreditei nas publicidades, recorri a várias entidades, com grandes anúncios, que nunca estiveram disponíveis, por vezes nem para atender os telefones.
·     Em tudo nos revelamos e a credibilidade também se obtêm com verdade e gestos solidários, neste caso.
·     ( “Não devemos contentar-nos em falar do amor para com o próximo, mas praticá-lo.”ALBERT SCHWEITZER)

·     (De qualquer modo, quero hoje deixar aqui, um grande AGRADECIMENTO, aos meus vizinhos, Carla Ferreira e Marido, Paula Mendonça e Gonçalo Casimiro

 ... e aos responsáveis da 

UNIAO DE JUNTAS DE FREGUESIAS DE 

COIMBRA

 E SEUS DISPONÍVEIS E ACOLHEDORES

COLABORADORES, 

que no momento mais crítico, me trouxeram à 

minha casa, os produtos (mercearia, legumes 



fruta e água) que precisava!


Também a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, graças ao carinho e apoio aos mais idosos, demonstrado há muito, pelo seu Presidente, Francisco Andrade, nos traz até casa, os exercícios de Chi Kung (Movimento, Respiração e Consciência), ligado à Medicina Tradicional Chinesa, graças à dedicação e saber do Professor João Paulo, o que ajuda todos os que, isolados precisam e desejam beneficiar desses momentos preciosos.

Felizmente livre das investidas da comunicação social, que muito assusta as pessoas, pois raramente e em casos especiais, que para mim, valham a pena, abro TV, já há muitos anos, nunca me senti muito isolada, devido aos gestos referidos, de gente boa!

A rádio, Antena II, é a minha companhia habitual, a quem também agradeço.

Assim, venho mais uma vez, manifestar a minha gratidão a todos que por bondade de seus corações, ajudaram quem precisa, sem alardes, nem publicidades pouco verdadeiras, servindo objectivos não centrados na ajuda a outrem, mas servindo interesses pessoais e talvez mesmo políticos.

No fundo, SOLIDARIEDADE é a dor do outro, doendo em mim, o que nem sempre acontece, pois a mente egoísta e bem perigosa, trabalha mais do que o CORAÇÃO, sede da verdadeira solidariedade, amor em movimento.

Coimbra, 18 Junho 2020-06-18
Lucinda Ferreira

sábado, 13 de junho de 2020

"Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma"…

TEXTOS E PRETEXTOS




"Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma"…
(Aqui vou eu, lucinda, Itália , frente ao Vesúvio)




Grande verdade esta afirmação, aplicável em todos os campos, a começar pela nossa vida nas suas diferentes facetas.

Contudo, estar muito adiantado no tempo, é perigoso!

Por estas e por outras (…), há 219 anos, alguém foi guilhotinado com 50 anos de idade, embora por toda a transformação que causou na ciência, tivesse sido chamado de o"pai da química moderna".
Exactamente Antoine Laurent Lavoisier, nascido em 26 de Agosto de 1743, em Paris, filho de um próspero advogado. Ao contrário do que se esperava, passou a vida, contrariando o pensamento vindo da Antiguidade e fundamentando as suas experiências, que infelizmente não convenceram o seu executor.

Cientistas de toda a Europa enviaram uma petição para que Lavoisier fosse poupado, mas o presidente do tribunal, Jean-Baptiste Coffinhal, recusou e proferiu uma frase que ficou marcada nos livros de história: "A França não precisa de cientistas."Em 8 de Maio de 1794, aos 50 anos, Lavoisier foi condenado por traição e perdeu a cabeça na guilhotina. Seu corpo foi jogado em uma vala comum.

Esta introdução serve para dizer que talvez a originalidade deste meu texto não seja tão evidente assim, mas pela pertinência do seu alcance, arrisco e aí vai.

Só pela reflexão, crescemos interiormente!

E como as férias normalmente são em no mês de Agosto (… para quem tem a sorte de trabalhar, pois há muito boa gente que não tem trabalho e está sempre de férias), fica para  irem lendo e relendo este texto, se assim entenderem...

Foi algo que descobri e que partilho convosco.

Há muita boa gente que, embora adultos, ainda morre de medo por tudo e por nada. 

Quando eram crianças não foram poupadas aos maiores sustos e ameaças. 
“Olha que se não comes tudo, o velho do saco, leva-te!”,
 Os guardas e os polícias vão te levar, se não fazes isto ou aquilo”.
 “Quando passarem os ciganos, eles levam te com eles para muito longe”.
 “Se tornas a dizer isso, ponho-te pimenta na língua”.
 E punham mesmo ou então como lhes diziam “Levas um enxerto de porrada” que as crianças até se urinavam todas, como acontecia ao Tojó, na minha escola primária, quando o sarrafo vermelho trabalhava demais, por ali à volta. 

As crianças eram “amorosamente” rotulados de “burros”, “estúpidos” …

”Nunca hás-de ser nada na vida”. E não eram mesmo. Ficavam marcados até ao caixão…

Daí, que ainda hoje, inconscientemente, haja reacções de medo perante certas circunstâncias da vida, mesmo passados muitos anos.

Veja com alguém deu a “volta ao texto” e saiu em beleza, transformando as areias em pérolas. 
Talvez valha a pena reflectir. Experimentar.

Será que algo do que vem a seguir, tem a ver consigo?

·       Eu tinha medo de ficar só…Até que aprendi que a única pessoa que estará comigo em todos os momentos da minha vida, sou eu mesma”.

Na realidade, nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Não há cunhas. Nem arranjos. Nem fantasias. Nem vigarice alguma, a que os espertos possam recorrer. A igualdade é total na condição humana. Ninguém escapa. Ricos. Pobres. Lindos. Feios. Bons. Maus. Mulheres. Homens. Jovens. Idosos. Todos!

·       Temia mudançasAté que percebi que as mudanças pelas quais tem que passar uma bela borboleta, antes de poder voar”.
Foi aquela lagarta feia, como uma minhoca, que permitiu que surgisse o belo insecto de asas coloridas que voa no céu imenso, espalhando beleza e encanto. (“A borboleta é considerada o símbolo da transformação. Entre outros, simboliza felicidade, beleza, inconstância, efemeridade da natureza. (…) Os estágios desse insecto (lagarta, crisálida e borboleta) significam respectivamente vida, morte).

·       Temia a escuridãoAté que aprendi e entendi, a importância de uma pequena estrela.”
Por vezes sonhamos. Aspiramos, Esperamos toda a vida por algo grandioso que nunca chegou, nem vai chegar! Foi isso que impediu de ver pequenas grandes coisas, super valiosas que desprezámos. Portanto na escuridão da caminhada, o brilho de uma “pequena estrela” é precioso. Pode anular o medo do “escuro” da vida. É preciso descobrir. Estar atento à sua “estrela”…

·       Temia ser ferido nos meus sentimentosAté que aprendi que ninguém me feria sem minha permissão.”
Aí está. A baixa auto estima. A dependência emocional dos outros. O querer agradar para ser aceite, por insegurança. O estar fora do seu eixo, descentrado. O estar virado para fora, em vez de saber que é dentro de si, que estão todas as soluções. A falta de investimento no auto conhecimento e outras atitudes referidas em artigos meus anteriores, explicam receios infundados, a banir com urgência.

·       Temia ficar velho…Até que compreendi que posso ganhar sabedoria em cada dia.”
Apesar de estarmos numa época cruel para os “maiores” (em espanhol, designação para idosos), todos beneficiam, ainda que não o queiram reconhecer, dessa Sabedoria feita de experiência, Sofrimento, para além dos saberes. Sabedoria, diferente de conhecimentos, é privilégio de quem já viveu muitos sois. É só ler a frase em epígrafe, de Lavoisier...

·       Temia o ridículoAté que aprendi a rir de mim mesmo.
Com uma educação rígida. Conceitos mal formulados que inculcam medo. Culpa. Ansiedade. Preocupação. Excesso de perfeccionismo, tornam a vida um inferno para nós sobretudo, e para os outros. Cultivar o humor. A graça. A leveza. Fazer um pequeno esforço para não levar muito a sério todas as coisas, é preciso. Não falo em irresponsabilidade nem inconsciência, bem entendido.

·       Temia as perdas e a morte…Até que percebi que as perdas não representam o fim, mas o início de um novo ciclo.”
Em crianças, os mais velhos, nas aldeias, recordam certamente como o episódio da morte era valorizado. Muito temido. Sabemos muito pouco de tudo o que é mais importante. O mistério assusta cada um de nós. Há muitas teorias sobre esta passagem, mas só quando a experienciarmos, poderemos saber como é. No entanto, como todos sem excepção, a qualquer momento, podemos ser chamados, a garantia maior é semear o bem e estar em paz com Deus. Consigo mesmo. Com os outros, se possível e aguardar tranquilos com serenidade. O contrário de que adianta?

·       Temia ficar sóAté que aprendi a gostar de mim mesmo.
Pode-se estar só na multidão. Estar só, acompanhado é muito vulgar. E pode-se ser muito feliz, estando sozinho, se gostarmos da nossa companhia. Contava-se que havia alguém que olhava para o espelho e dizia:” E olha que tu também me saíste uma boa rês”.Assim não dá. Não é egoísmo nem narcisismo, mas procurar conhecer-se melhor. Ter consigo mesmo um caso de amor, em que o respeito e a criança interior são tidos em conta, é necessário. Quem não se ama, nunca pode amar outro.

·       Temia fracassarAté que perceber que o único fracasso é desistir”.
Quando não conseguimos alcançar os objectivos, percebemos mais tarde que isso não era o melhor. A lição, essa guarda-se. Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. O que não mata, fortalece! Pode-se ter um belo navio, mas não saber para onde ir, não leva a viagem alguma…

·       Temia o que as pessoas poderiam pensar de mim… Até que percebi que o que conta realmente, é o que eu penso de mim mesmo com consciência. Lucidez e humildade”.
As pessoas julgam com aquilo que são. Desconhecem o essencial que só o próprio conhece. Gostos não se discutem e ainda há as afinidades inexplicáveis. Cada cabeça cada sentença e isenção no julgamento é rara. Há muitos factores que influenciam esse acto, tingido de invejas. Preconceitos. Competição. É verdade que há pessoas que se crêem santas e as maiores; e outros que são carrascos para si próprios. Tudo isto são desvios a ter em conta.

·       Temia ser rejeitado…Até que descobri que devia ter fé em mim, pois sou o meu melhor companheiro”.
Aquele que nunca me abandona, sou eu mesmo. Se eu não me acusar a mim mesmo, que mais temerei. Tenho que ser fiel ao meu ideal? Isso sim!

·       Temia a dor...Até que percebi que o sofrimento só me ajuda a crescer e afasta de mim a arrogância”.
Custa? Sim sem dúvida. Mas quem é que não tem contrariedades? Dor? Seja ela de que natureza for? É por isso que a eutanásia não tem qualquer cabimento.

·       Temia a verdade… Até que descobri que a verdade é um espelho quebrado em mil pedacinhos. Ninguém é dono da verdade, pois não tem mais do que um caco dela.”

Houve Alguém muito especial,
 Esse sim, que disse: “Eu sou a verdade e a vida”. E está tudo dito!

Desejo que tenha valido a pena o tempo que gastei e que gastou a ler me.

Desejo–lhe BOAS FÉRIAS!

Lucinda Ferreira

Nota:
 Este texto foi escrito por mim , há muito tempo, mas ao rele lo, sinto que é sempre actual.
Ai vai para quem quiser ler...
13 Junho 2020
(minha foto)