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(Historias de Noa)
(
A vida guarda a sabedoria do
equilíbrio e nada acontece sem uma razão justa.
Moisés, conduziu o Povo de Deus, durante
40 anos, na travessia do deserto em direcção a à Terra Prometida.
Noa, (fem de Noé), partilha histórias
que viveu, imaginou ou observou .
Sabemos que o Povo de Deus, antes escravizado
no Egipto, muitas vezes se voltou contra Moisés, lamentando as cebolas que
deixara para trás, sem paciência
para aguardar o maná. O mel. As codornizes e outros manjares que Deus, que
nunca abandonou o Seu Povo, lhes enviava. Durante o sol escaldante de 56 graus
ou mais no deserto, enviava-lhe uma nuvem para o proteger. Quando a nuvem
parava, o Povo de Deus tinha que descansar. Muitas vezes se revoltou, pois
teria pressa de chegar? Talvez.
Durante e noite, Deus enviava uma coluna
de fogo, para alumiar o caminho.
Fez passar a pé a travessia do Mar Vermelho,
enquanto o povo perseguidor foi embrulhado nas águas, perecendo completamente.
Hoje, Noa compara todas estas coisas em
seu coração, com a vida presente que a rodeia...
O mesmo Deus sempre velando pelos seus
filhos que a Ele se confiam. Sempre o mesmo Deus dando os meios e liberdade ao
ser humano para evoluir e aprender a viver a ser feliz, com o Seu plano para
cada um de nós.
Hoje a mesma revolta. Falta de fé e paciência,
num mundo apressador. Stressado. Competitivo. Cheio de eventos que dispersam.
Desorientam. Afastam a possibilidade de encontrar dentro, tudo o que ilusoriamente
se busca fora e não existe lá.
E como mudar de rumo, pergunta-se Noa?
Cada humano centrado, assumindo a sua
essência. Tudo o que é sem máscaras. Percebendo ainda que chegar não é o mais importante , Não perder tempo a projectar o futuro,
pois não sabe se lá chegará.
Não contabilizar o passado que já não pode
mudar. Dele, tirar as lições de tudo o que já viveu, alterando rumos, para
melhorar. Evoluir.
Noa sabe que o atempo voa. Não pode ser
desperdiçado. Sem stress deixa fluir, estando atenta ao presente.
Se demora no labirinto e andanças do futuro,
do passado, como prestará atenção ao aqui
e agora, único tempo que pode gerir?
Noa sabe que o presente prepara o futuro, se ele vier a existir…
Nada de perdas de tempo com águas passadas que não moem moinhos. Nem fantasias no futuro, pois daqui
a um segundo, quem saberá se vive?
Agradecer o presente. Usufrui-lo com alegria. Saborear de modo inteligente
o que atrai e vem até si, sabendo que isso é o convém para ser vivido e passar à
fase seguinte. Daí, aceitar com paciência o que vem, ainda que menos fácil,
pois será sempre o que necessitamos, naquele momento, dependente das nossas escolhas
anteriores.
Sem perfeccionismo, mas consciente de que faz o melhor que consegue. Sem
pressas de atingir os seus objectivos, já que a velocidade de os atingir é proporcional
à sua resistência de mudar padrões e comportamentos limitantes.
Noa sabe que vai tão depressa, quanta a velocidade que imprimiu consciente
ou inconscientemente, a si mesma na capacidade de melhorar!
Mas para quê pressas, se o caminho faz-se ao caminhar e pode perder toda a
beleza e encanto, no terminus da viagem?
Noa, serena, sabe que a revolta contra alguém, coisa ou situação já não tem
sentido. O desgosto não depende de quem ofende, mas da dor antiga carregada em nosso
peito, abrindo a ferida sempre que alguém aí toca. Daí, que até pode ser um
favor a agradecer. Aguçado o autoconhecimento, a consciência liberta-se de mais
um trauma que se resolve ao passar ao mundo consciente.
Noa acha a vida num ritmo acelerado em demasia, empurrado pelas ambições. Compromissos
e solicitações exteriores, enrolados e engolidos no furacão, no reboliço, se não
se protegerem!
Isto é muito sério.
O ritmo alucinante perturba a alma. Adoece com patologias terríveis. Ansiedade.
Medos. Suicídios. Coração. etc .
.
Qual a razão?
Corpo e alma, ambos com carências diferentes, mas estruturalmente ligados,
têm que se respeitar!
O corpo é quem arrasta a alma para o abismo. Se não temos essa noção e zelo
será a destruição profunda do ser.
Corpo carece de actividade física que baste. Alimentação saudável.
Descanso. Conhecimento e de vez em quando vigiado o seu funcionamento. O seu
mecanismo exige água. Higiene e outros cuidados. Estar disposto a ter respeito.
Disciplina consigo mesmo, para que com 50 anos, não tenha já uma idade de 70
anos, por negligencia.
A alma que não pode ser separada do corpo, tem necessidades diferentes.
Precisa de Silêncio. Oração. Quietude. Beleza. Alma sofre muito quando o
corpo mexe em demasia. Alterada, adoece! Somatiza , como vimos.
A alma precisa que o corpo sossegue. Se cale. Se acalme.
No sossego e na paz, Deus manifesta-se. A música calma, nascida da alma
fala com a alma. São o deleite da alma, assim como todas as formas de beleza harmoniosas,
trazendo consigo a paciência e a ponderação. A boa vontade para consigo e para com
tudo e todos.
São a oração e beleza das Artes que tornam a alma tolerante. Pacífica.
Compassiva, num deleite repousante que a faz feliz e a todos à sua volta!
Diga. não à agitação. Aos filmes violentos. A notícias bombásticas de desgraças
e maldades. Barulho exagerado e confusões (…), se quer viver e ser equilibrado!
O seu coração agradece!
“O sábio cala, a verdade por
si fala.””
Lucinda Ferreira 27 Março 2019
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