O Silêncio mora ao lado
Falar de silêncio pode parecer um contra- senso.
Mas ele é força . Ele é nosso amigo. O silêncio é imprescindível nas nossas vidas.
Alguém exposto ao ruído, ao barulho constante, acaba por adoecer. Depois de ultrapassado o limiar humano, durante muito tempo, o ouvido perde-se. Rompe-se o equilíbrio. Tudo se desorganiza. É o caos.
Até a música que é uma das expressões mais especial da beleza, não seria possível, se não existissem momentos de pausa.
O silêncio é uma linguagem eloquente. Diz-se deste modo, o não dito. Pode-se transmitir muito mais silenciosamente, do que com todas as palavras existentes.
A palavra é de prata. O silêncio é de ouro. – comenta-se por vezes.
Lembro-me ainda das tais frases que escrevia semanalmente na minha carteira do colégio e que me servem de orientação, até hoje…
‘Quando não tiveres bem para dizer de alguém, cala-te. Prefere o silêncio às palavras’.
Silêncio enfeitado por um sorriso simples, como resposta a uma conversa que não interessa prosseguir.
………………………………………………………………………………………………………………………………………….. O fundo do mar – que já tive o privilégio de visitar – também é escuro e silencioso.
O espaço imenso até uma certa altura, tem a música dos pássaros, mas a música das estrelas é o silêncio.
Nós, os humanos, feitos de uma perfeição exímia nos mínimos pormenores, temos a possibilidade de ouvir. De escutar.
Ouvir não é o mesmo do que escutar. Ouvimos muitas coisas que entram por um ouvido e saem por outro.
Leonardo da Vinci dizia que nós ouvíamos sem escutar. Olhávamos sem ver. Comíamos sem saborear…
Escutar mobiliza a nossa atenção. Todo o nosso ser aí se centraliza, nesse acto.
Sabemos que há seres vivos com um limiar de audição tão alto...tão alto…que captam a vida através deste sentido, escutando o que humanos em geral, nem sequer podem imaginar. Também se diz que há quem escute a música das esferas, mas isso é outra ‘música’.
O morcego, rato cego, privado da visão, orienta-se pelo ouvido com uma espécie de radar que capta os mínimos sons...o eco.
Os gatos diz-se que ouvem e vêem muito para além dos humanos.
( Observe sempre a reacção do seu gato quando alguém desconhecido, chega a sua casa. Isso pode dar-lhe indicações preciosas, se souber descodificá-las. Pode mesmo protegê-lo de males maiores.)
Há também seres humanos infelizmente privados do ouvido. Esses têm habitualmente uma vida muito mais intensa ligada aos restantes sentidos. O que ouvem dentro do seu mundo é-nos vedado. Surdos- mudos comunicando gestualmente.
Silêncio será mesmo o que eles ‘ouvem’? Esse mundo do silêncio, do nada, torna-se assim misterioso.
Silêncio tumular. Silêncio sepulcral. Silêncio do túmulo. Silêncio mortal são ainda designações desse silêncio, quando a vida se solta do corpo físico. Enquanto houve vida, o verbo, a palavra era possível. Agora é apenas o silêncio eterno para aquele corpo que albergou um espírito que não morre nunca.
Ludwig Beethoven privado do sentido da audição, no mais profundo da sua surdez, criou belas composições musicais. Todos os seres humanos de ouvidos despertos foram incapazes de imaginar e exprimir tal síntese imortal!
Há homens e mulheres que escolhem o silêncio, nesta curta passagem pela Terra.
Na ordem da Cartuxa, fundada no século XI, por São Bruno em França, no vale dos Alpes, num lugar retirado primitivamente chamado Chartrou, os religiosos estavam obrigados ao silêncio que escolheram livremente por voto. Inventaram o famoso licor designado Chartreuse, feito com diferentes espécies de flora natural da região, tendo deste modo contribuído para o estudo e conhecimento da Botânica. Em Portugal, havia duas Cartuxas notáveis : uma em Évora outra em Laveiras, nos arredores de Lisboa. O sons que rodeavam estes religiosos, eram os sons da natureza onde se inseriam. Não poderemos dizer que o silêncio era absoluto. Seria sim, um silêncio activo na sua relação com o grande Arquitecto, com Deus! A oração em comunidade, seriam as únicas palavras expressas, enquanto se vivia.
A Natureza no seu ritmo, com os sons que nos oferece, na brisa que passa, nos pássaros que cruzam os céus, na chuva e no vento, é apaziguadora. O silêncio oferece-nos saúde para os nervos, para a alma e para o espírito.
Além do mais, o silêncio é o pai da criatividade. É condição imprescindível para a reflexão construtiva. Para a observação atenta do mundo interior e exterior, por vezes.
O artista cria em silêncio. Um silêncio cheio de luz. De cor. De sons. De formas.
Em contraste com este mundo do Silêncio, verifica-se postura estranha, infelizmente bem corrente, de alguns humanos.
Correm compulsivamente para febre das compras nas grandes superfícies comerciais.
Correm para o ginásio.
Não falham nas discotecas. Mal chegam a casa, gabam-se de acender todos os rádios, televisões, telemóveis e que nunca estão por isso, sós!
Grande ilusão. Meus amigos. Fogem de si mesmos. Receiam entrar dentro do seu iceberg imerso nas suas vidas, para seu mal. Nem sonham como ele é belo e tem segredos infindáveis para a própria pessoa.
Correm para ali e para acolá para encherem o vazio que os faz infelizes. Ficam pior. Acabam por deprimir. Outros procuram deliberadamente drogas que os ajudem a suportar uma dor tão grande. Um vazio sem limite. E tudo isto por que razão?
Porque se esqueceram ou ninguém lhes disse, que não era nos outros. No barulho. Na confusão. Nas coisas, que estava a resposta para a sua angústia. Era justamente no silêncio. No interior do seu ser que estavam todas as respostas. A alegria. O bem- estar. O equilíbrio. O segredo dos segredos: a certeza de quem ninguém pode fazer feliz ou infeliz o outro. Nós é que nos fazemos infelizes pelas decisões erradas. Pelo caminho errado que trilhamos. Muitas vezes pela ignorância, pela falta de abertura. Inflexibilidade.
Tudo muito simples. No silêncio dentro de nós. No diálogo connosco mesmos, estão todas as resposta que ninguém pode conhecer senão nós mesmos. Para isso é preciso experimentar. Cultivar o hábito de fazer silêncio dentro de nós. Uma questão de higiene mental.
Então, dê um pouco de silêncio à sua alma. Traz em si um potencial de amor que nem você conhece , nem imagina!
É caso para dizer: Páre. Escute. Olhe.
Silencie.
Você carrega dentro de si, o brilho das estrelas. A música de mundos desconhecidos. Uma força infinita, tal como nos diz a Física Quântica.
É preciso perceber simplesmente …que o silêncio mora ao lado…
Falar de silêncio pode parecer um contra- senso.
Mas ele é força . Ele é nosso amigo. O silêncio é imprescindível nas nossas vidas.
Alguém exposto ao ruído, ao barulho constante, acaba por adoecer. Depois de ultrapassado o limiar humano, durante muito tempo, o ouvido perde-se. Rompe-se o equilíbrio. Tudo se desorganiza. É o caos.
Até a música que é uma das expressões mais especial da beleza, não seria possível, se não existissem momentos de pausa.
O silêncio é uma linguagem eloquente. Diz-se deste modo, o não dito. Pode-se transmitir muito mais silenciosamente, do que com todas as palavras existentes.
A palavra é de prata. O silêncio é de ouro. – comenta-se por vezes.
Lembro-me ainda das tais frases que escrevia semanalmente na minha carteira do colégio e que me servem de orientação, até hoje…
‘Quando não tiveres bem para dizer de alguém, cala-te. Prefere o silêncio às palavras’.
Silêncio enfeitado por um sorriso simples, como resposta a uma conversa que não interessa prosseguir.
………………………………………………………………………………………………………………………………………….. O fundo do mar – que já tive o privilégio de visitar – também é escuro e silencioso.
O espaço imenso até uma certa altura, tem a música dos pássaros, mas a música das estrelas é o silêncio.
Nós, os humanos, feitos de uma perfeição exímia nos mínimos pormenores, temos a possibilidade de ouvir. De escutar.
Ouvir não é o mesmo do que escutar. Ouvimos muitas coisas que entram por um ouvido e saem por outro.
Leonardo da Vinci dizia que nós ouvíamos sem escutar. Olhávamos sem ver. Comíamos sem saborear…
Escutar mobiliza a nossa atenção. Todo o nosso ser aí se centraliza, nesse acto.
Sabemos que há seres vivos com um limiar de audição tão alto...tão alto…que captam a vida através deste sentido, escutando o que humanos em geral, nem sequer podem imaginar. Também se diz que há quem escute a música das esferas, mas isso é outra ‘música’.
O morcego, rato cego, privado da visão, orienta-se pelo ouvido com uma espécie de radar que capta os mínimos sons...o eco.
Os gatos diz-se que ouvem e vêem muito para além dos humanos.
( Observe sempre a reacção do seu gato quando alguém desconhecido, chega a sua casa. Isso pode dar-lhe indicações preciosas, se souber descodificá-las. Pode mesmo protegê-lo de males maiores.)
Há também seres humanos infelizmente privados do ouvido. Esses têm habitualmente uma vida muito mais intensa ligada aos restantes sentidos. O que ouvem dentro do seu mundo é-nos vedado. Surdos- mudos comunicando gestualmente.
Silêncio será mesmo o que eles ‘ouvem’? Esse mundo do silêncio, do nada, torna-se assim misterioso.
Silêncio tumular. Silêncio sepulcral. Silêncio do túmulo. Silêncio mortal são ainda designações desse silêncio, quando a vida se solta do corpo físico. Enquanto houve vida, o verbo, a palavra era possível. Agora é apenas o silêncio eterno para aquele corpo que albergou um espírito que não morre nunca.
Ludwig Beethoven privado do sentido da audição, no mais profundo da sua surdez, criou belas composições musicais. Todos os seres humanos de ouvidos despertos foram incapazes de imaginar e exprimir tal síntese imortal!
Há homens e mulheres que escolhem o silêncio, nesta curta passagem pela Terra.
Na ordem da Cartuxa, fundada no século XI, por São Bruno em França, no vale dos Alpes, num lugar retirado primitivamente chamado Chartrou, os religiosos estavam obrigados ao silêncio que escolheram livremente por voto. Inventaram o famoso licor designado Chartreuse, feito com diferentes espécies de flora natural da região, tendo deste modo contribuído para o estudo e conhecimento da Botânica. Em Portugal, havia duas Cartuxas notáveis : uma em Évora outra em Laveiras, nos arredores de Lisboa. O sons que rodeavam estes religiosos, eram os sons da natureza onde se inseriam. Não poderemos dizer que o silêncio era absoluto. Seria sim, um silêncio activo na sua relação com o grande Arquitecto, com Deus! A oração em comunidade, seriam as únicas palavras expressas, enquanto se vivia.
A Natureza no seu ritmo, com os sons que nos oferece, na brisa que passa, nos pássaros que cruzam os céus, na chuva e no vento, é apaziguadora. O silêncio oferece-nos saúde para os nervos, para a alma e para o espírito.
Além do mais, o silêncio é o pai da criatividade. É condição imprescindível para a reflexão construtiva. Para a observação atenta do mundo interior e exterior, por vezes.
O artista cria em silêncio. Um silêncio cheio de luz. De cor. De sons. De formas.
Em contraste com este mundo do Silêncio, verifica-se postura estranha, infelizmente bem corrente, de alguns humanos.
Correm compulsivamente para febre das compras nas grandes superfícies comerciais.
Correm para o ginásio.
Não falham nas discotecas. Mal chegam a casa, gabam-se de acender todos os rádios, televisões, telemóveis e que nunca estão por isso, sós!
Grande ilusão. Meus amigos. Fogem de si mesmos. Receiam entrar dentro do seu iceberg imerso nas suas vidas, para seu mal. Nem sonham como ele é belo e tem segredos infindáveis para a própria pessoa.
Correm para ali e para acolá para encherem o vazio que os faz infelizes. Ficam pior. Acabam por deprimir. Outros procuram deliberadamente drogas que os ajudem a suportar uma dor tão grande. Um vazio sem limite. E tudo isto por que razão?
Porque se esqueceram ou ninguém lhes disse, que não era nos outros. No barulho. Na confusão. Nas coisas, que estava a resposta para a sua angústia. Era justamente no silêncio. No interior do seu ser que estavam todas as respostas. A alegria. O bem- estar. O equilíbrio. O segredo dos segredos: a certeza de quem ninguém pode fazer feliz ou infeliz o outro. Nós é que nos fazemos infelizes pelas decisões erradas. Pelo caminho errado que trilhamos. Muitas vezes pela ignorância, pela falta de abertura. Inflexibilidade.
Tudo muito simples. No silêncio dentro de nós. No diálogo connosco mesmos, estão todas as resposta que ninguém pode conhecer senão nós mesmos. Para isso é preciso experimentar. Cultivar o hábito de fazer silêncio dentro de nós. Uma questão de higiene mental.
Então, dê um pouco de silêncio à sua alma. Traz em si um potencial de amor que nem você conhece , nem imagina!
É caso para dizer: Páre. Escute. Olhe.
Silencie.
Você carrega dentro de si, o brilho das estrelas. A música de mundos desconhecidos. Uma força infinita, tal como nos diz a Física Quântica.
É preciso perceber simplesmente …que o silêncio mora ao lado…
Se não tivermos silêncio, é mais difícil ligarmo-nos com o divino e reflectir sobre o que fazemos. Há quem atinja uma capacidade tal de abstracção que se desliga no meio do ruído, mas é preciso estar a um nível muito elevado para conseguir isso. Infelizmente vivemos num mundo cheio de medos e que não consegue conviver com o silêncio, porque tem medo de seus pensamentos e depois é como uma bola de neve imparável no sentido do desequilíbrio. Nem imaginamos o mal que estamos a fazer ao nosso mundo e a cada um de nós ao persistir na manutenção louca de constantes ruídos.
ResponderEliminarÉ mesmo isso, Dudu, que eu penso
ResponderEliminarMt obrigada por ter deixado o seu conmentario