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terça-feira, 17 de março de 2015

Aniversário de O DESPERTAR

 Aniversário de O DESPERTAR


Encontro



 fotos da net



Na Leitura e na Escrita Encontramo-nos Todos naquilo que Temos de Mais Humano  ….Escrever trata-se de ordenar, de esquematizar, não só sentimentos como ideias que temos de uma forma vaga mas que entendemos melhor quando os vemos em palavras. Trata-se também de construir empatia: ()Jose Luis Peixoto



Ia eu muito distraída na rua, quando de repente olho melhor e reparo que aquele velhinho simpático. Amoroso era meu conhecido.
Há quarenta anos que um dia, ele me recebeu de braços abertos, com simpatia e carinho.
Era ali num primeiro andar, à esquerda, na rua que levava ao Pátio da Inquisição em Coimbra.

-Muito bom dia, meu estimado e ilustre Amigo! Então como tem passado do seu reumático? Sei que se sente muito feliz rodeado de fiéis amigos e colaboradores de longa data que nunca o abandonam…

-É certo, minha Filha. Cá vamos lutando para oferecer o nosso melhor. Não me posso queixar nem de abandono. Nem deslealdade.Nem desleixo ou traições.O nosso valor e segurança vem-nos desta certeza de querermos sempre o melhor para todos os leitores e sabermos que podemos contar com quem nos rodeia.
Tentamos não nos desviar da nossa missão, criando pontes.Tentando ajudar em tudo o que nos é possível. Sabemos que nunca agradamos a toda a gente. Há e haverá sempre críticas. Insatisfação, mas isso já se espera. Quem se expõe está sujeito a tudo.E além disso há algo muito importante que é a liberdade de cada um poder pensar pela sua cabeça. Desde que não se ofenda o outro, as opiniões não se discutem. Cada um só come do que gosta, não é mesmo, minha Senhora?

-É isso mesmo, meu ilustre Amigo!
Gosto muito de o escutar. A idade confere sabedoria, absolutamente diferente dos saberes. Aprende-se muito com quem já viveu mais do que nós.
“E se o estilo é o homem” e todos somos únicos e irrepetíveis, a visão do mundo varia infinitamente.Os leitores identificam-se mais com A ou com B que escreve, conforme se lhes toca nos seus pontos de interesse. As flores todas são diferentes e todas são lindas!
A escrita, como processo criativo é libertadora. A leitura traz momentos de satisfação para quem assim se recreia ou informa, identificado com o texto.
Quando este nos sai da mão, ele já não nos pertence. A Estética da Recepção ama.Odeia. Torce. Distorce, conforme os olhos de quem lê, o texto apresentado. Tenho a alegria de lhe dizer que não me posso queixar, pois recebo provas de gratidão e satisfação dos meus leitores amiudadas vezes. Sem pretender mais do que não seja partilhar aquilo que tenho como verdade da minha vivência e que pode servir a outrem, nunca pretendo bajular o ego de alguém ou servir-me desta janela para a vida, para meu proveito pessoal.Sabe bem que o que lhe digo é e sempre foi assim.
Já não é há dois dias que nos conhecemos. Há quarenta anos que dou a este Semanário muito do meu tempo sem qualquer vantagem que não seja a que o júbilo de comunicar De partilhar o que sou.
O Senhor, um cidadão respeitável e digno do nosso maior apreço pela dedicação e isenção que imprimiu nesta sua grandiosa aventura de quase cem anos, tem consciência do que hoje lhe digo.
Quero felicitá-lo vivamente por se rodear de cooperadores que respeitam com rigor e devoção o seu projecto inicial, desde o responsável máximo ao mais discreto colaborador.

-Certamente. É como diz, Filha.Tenho muita sorte nisso.
Tentamos numa grande equipa coesa e ligada pelos laços do mesmo ideal, caminhar para a frente dando cada um, o nosso melhor.
Agradeço-lhe as suas palavras amigas.A dedicação e fidelidade desde o início deste jornal. A compreensão dos nossos objectivos através dos seus escritos variados. São retalhos que enriquecem a nossa missão.
 Desde a fundação que este Semanário lutou pelo alargamento da roda de amigos.Assinantes. Colaboradores. Anunciantes. Cooperantes.
São as notícias dos Eventos.Das Novidades. Das empresas credíveis de prestação de serviços. As notícias da cidade. Os interessantes. Variados artigos de Opinião. As notícias de um ou outro caso mais gritantes, sem sensacionalismos, é certo. Informação sobre os que partem (…) e até uma página de distracção que completa e tenta alimentar os laços da Família Despertar!
Olhe, Filha, tal como referiu, o processo está nas mãos de gente competente e bem-intencionada.Isso tranquiliza-me.
Vida longa para este Semanário e que nunca morra, é tudo o que pode desejar um velho de barbas brancas como as minhas, o que me confere a liberdade deste desejo pelas provas de honradez e coragem para vencer todas as provas ao longo de quase um centenário!
-Sim Sim.Pela minha parte, reitero os votos de longa vida. O desejo de ver renascer em cada ano este Despertar sempre mais rico e bem-amado. Parabéns a toda a equipa em mais um ano de trabalho assíduo e aplicado.

Após este encontro casual na rua, selei com Alguém que me habituei a admirar e a estimar, mais um ano de descoberta-partilha Sempre“só porque sim”, o que farei com satisfação até ter capacidade para tal.

Lucinda Ferreira

segunda-feira, 9 de março de 2015

Bagatelas ou talvez não!


Textos e Pretextos



imagens da net


Bagatelas ou talvez não!

Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.


Durante toda a minha vida, nunca tive tempo a perder, dadas as imensas solicitações a que estava vinculada.
Ela decorreu sempre num ritmo acelerado. Deus deu me capacidade para coordenar várias coisas simultaneamente.

Devo dizer que o meu corpo se ressentiu um pouco com esta minha falta de cerimónia para com ele.
Tento agora recuperar o que ainda posso.

Levantei me sempre tão cedo que um dos meus luxos actuais é poder fazer uma pausa nesse campo.
É certo que quando tenho um compromisso, isso é sagrado e fico alerta, sem conseguir descansar lá muito bem!

Tinha que me levantar hoje às 6h e 30.Contudo, lá pelas 5h e 30, acordei.

Um certo Senhor vestido de negro, de voz maviosa, veio acordar-me com suavidade, é certo…
Levantei-me.Fui á janela e perguntei-lhe:
-Como é que o Senhor nunca se engana nas horas e mal rompe a madrugada, ainda lusco-fusco, já entra ao serviçol?
- Sabe, a minha função é anunciar um novo dia.
 Trazer a alegria à Terra. Fazê-la despertar todos os dias com esperança e confiança, fazendo de cada momento, um tempo novo.Especial e único.
Tenho um relógio dentro do meu pequeno-grande coração que me acorda sempre à mesma hora.
O meu primeiro trabalho é caprichar para oferecer à vida e a todos vós, a mais bela melodia que sou capaz.
- De facto, escutá-lo é um verdadeiro prazer.
O Senhor dá umas voltinhas à sua voz que se torna encantatório. Vem saudar-nos com uma delicadeza comovente, sabe?
-Foi por isso que escolhi hoje esta nova versão para saudar a madrugada. Ando a rondar o seu jardim já há uns tempos…
Visto-me de negro como os jovens da sua cidade se vestem de capa e batina. Não podia destoar.
Vá, estou a brincar consigo.
Saiba que canto para toda a gente indiscriminadamente.
Quem tem ouvidos, que ouça.
Agora vou ter que cuidar e arrumar a voz. Outros valores se levantam. Tenho outras tarefas.
- Também não sei para onde é que se retira…Nunca ninguém o avista durante o dia.
- Fico a espreitar a vida da janela da minha alma.
Agradeço pela liberdade de ser quem sou. Somos todos únicos.Diferentes. Com funções determinadas.Quando descobrimos a nossa missão específica, até dizem que somos alguém com carisma.
Nessas situações somos alegres. Felizes.Criativos.Somos uma companhia que todos buscam e admiram.
Não sou ambicioso.Nem ganancioso, Conquisto o sustento em cada dia sem preocupação e nada me falta nunca.Tudo vem ao meu encontro sem qualquer preocupação.
Suporto o frio. O calor. A geada. A chuva.O relento. A tempestade e o vento, mas não sou queixinhas. Por tudo agradeço.
Nunca penso na morte nem em coisas negativas. Tudo usufruo com satisfação.Cuido dos meus filhos com desvelo.Responsabilidade e respeito pela sua fragilidade.
Gasto o meu tempo no essencial apenas.
Corto o espaço facilmente e de repente descubro uns frutinhos doces.Lindos!
Olhe, tenho que ir embora. A “minha” aurora está a chegar…
- De repente, reparei que a manhã apenas pintava, mas o meu querido já se escondera.
Já não era a primeira vez que o espreitava. Ele com pezinhos de lã, já me conquistara.
Fico triste quando ele não vem…Nem lhe digo para que não se desgoste.
Parece-me que anda a namorar uma pereira abacate do jardim, o que bastante me agrada.
Isto, porque o Didinho, o meu Cão já deu por ela. À noite estica-se todo, parece que está no circo. Põe-se de pé e denuncia a presença de estranhos na verde e ramuda árvore.
………………………………………………………………………
Enquanto pensava estas coisas, o Senhor de Negro segredou-me:
- Sou um Melro muito feliz!
- Ah! Sim – respondi.
- Não há dúvida. O Senhor saiu-me um grande Melro!
Muito obrigada por existir na minha vida. A sua presença é a saudação
 mais bela que podia esperar.
Muito obrigada à vida!
Ao Criador ,  que sabe quanto amo a Sua Música…

Nota: Quem constantemente celebra as coisas simples da vida, vive simplesmente uma vida fantástica




 Lucinda Ferreira

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A DONA MARIA

A DONA MARIA




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Era um homem duro, o Senhor Presidente.Sisudo. Formal.Empertigado. Severo.
Pensava. Comprava a família.Mais um presente!
A esposa, uma Mulher inteligente.Fiel. Sensível. Alegre.Melómana. Carinhosa.
Dona Maria saiu. Ia às compras…
Um rapaz loiro tocava violino na rua.A criançada despreocupada. Feliz.
Seguia. Dançava de mão dada.Cada vez mais miúdos.E a roda aumentava.
A mulher do Presidente encantada. Atraída com a Alegria que ali se vivia.Parou. Gostou. Juntou-se à petizada.
O amigo do marido.Oficial. Correu a avisar do sucedido.O tal esposo formal.Indignado. Veio de imediato.Buscar sua Maria!
Esta acenou. Convidou-o a brincar.Ele, cada vez mais mau, a vociferar!
O violinista a tocar. As crianças a rir. A bailar.E Dona Maria a cantar.Começou a diminuir
Sumiu-se. Misturada com a petizada.Feita menina.
Sem jamais voltar!
.Lucinda Ferreira

sábado, 10 de janeiro de 2015

Diga não à inveja e ao mexerico!


TEXTOS E PRETEXTOS

DIGA NÃO À INVEJA E AO MEXERICO!
imag net
Do mexerico à maledicência vai apenas um passo, pode até afirmar-se que a maledicência é o sol do mexerico.



O Povo Português tem qualidades e defeitos.
Há duas características que são apanágio da personalidade das gentes resultantes desta mistura de raças que é o Povo Luso.

A inveja é uma delas.
 E nisto se inclui  pex , as críticas acérrimas, nascidas da inveja,  contra alguém que sente.Pensa ou tem crença diferente de de outrem incapaz , que aponta os defeitos do outro , mas que não consegue fazer melhor.

Acho que a inveja é um sentimento tal que não mata, porque não pode, como no atentado contra os jornalistas em Paris, mas tenta corroer. Denegrir. Silenciar pela calúnia, quem pensa. Sente. Acredita diferente. Ou até mesmo por uma questão de sexo de homem machista contra a mulher.

Quem desdenha quer comprar, diz se entre nós.
Quem critica tem a falsa sensação de superar a sua inferioridade na sua maior cegueira , tentando em vão, anular o outro.

Se  faz um comentário construtivo. Se pretende  ajudar, normalmente isso, é feito com delicadeza directamente.
Se ninguém  pede opinião e se isso nada constrói, cale-se!

Talvez isso seja compulsivo. Denote algum distúrbio de personalidade. Há necessidade de despejar o fel, sobre o outro.É doentio.Falta de interesses reais na vida.

Pensa assim mostrar a sua autoridade? A sua superioridade?
Valha-nos Deus.
Esses indivíduos melhor farão, não perder tão mal seu  tempo.
Construir a sua obra.
Serem coerentes e tentar fazer melhor do que alvo criticado. Isso sim, é acção inteligente.
………………………………………………………………

Para além dessa coisa venenosa. Pegajosa, a inveja, há também aquele gostinho mórbido de levar os Recados. As novidades.
 Partilhar o mexerico em primeira mão.

Pior do que “a mulher do soalheiro”…
E fica-se um tempo imenso , a “a roer na pele do outro”.


A *intriga aparenta intimidade, mas é um falso laço, nascido no facto de se querer parecer perfeito aos olhos do confidente enquanto se deseja diminuir o outro.
………………………………………………………………
………………
Um dia um homem aproximou-se do antigo filósofo Sócrates para partilhar um mexerico.

Ao aperceber-se do facto, o sábio Sócrates perguntou:
·      - Tem mesmo a certeza que isso que vai contar, é verdade?
·      - É algo de bom?
·      - È útil perder tempo com isso?
Bem , se não é verdade . Bom  ou útil, por que razão falar nisso ?

O rei Salomão também afirmava que “o intrigante separa os amigos”

Se contas um segredo teu, pensa primeiro:
“não reveles o teu problema a outrém, para que não te desonre o que o ouvir”, Provérbios.

Kevin Miller
Acrescenta algo sobre esta matéria , fazendo refletir quem tem esse hábito.
·      Quando fala do outro, isso ajuda? Oferece disciplina. Correcção? Resolve o problema?
·      Fala com alguém sábio para se auto-analisar  também?  Para ver o que é certo?
·      Essa notícia pode ser partilhada?
 Está a por em perigo alguém?
·      Está a trair a confiança de alguém que confiou em si?
·      Está certa que pode divulgar a sua fonte a fim de ser confirmada?
·      Quando refere esses factos isso dá lhe dor ou pena em seu coração?
·        Já se analisou em áreas semelhantes, na sua própria vida?
·        Sentir-se-ia confortável se alguém dissesse isso mesmo de si ou dos seus?

E depois desta reflexão, mais palavras para quê?

Estejamos atentos a nós mesmos. Cada um de nós  é a única pessoa que se pode mudar.

Quem “não tiver pecado que atire a primeira pedra”.

(Nota-*Intriga: Relato, mentiroso ou verdadeiro, feito para obter alguma vantagem ou para prejudicar alguém )
imag net
 



Saudaçao 2015


IMAGEM DA NET





Bom dia, queridos Amigos e leitores!

Por me encontrar de férias num País quente nesta época de frio, não me apeteceu escrever.

Quero contudo,HOJE, deixar os meus votos de muita Paz, Saúde e Crescimento Interior e as maiores bênçãos de Deus  para todos e cada um EM PARTICULAR, NESTE ANO DE 2015!
Lucinda Ferreira



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Gigi, onde te escondes?

Textos e pretextos

GIGI, onde te escondes? 
img da net
"Quando a saudade é demais, não cabe no peito: escorre pelos olhos.”(‘)
A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração. Coelho Neto

Devia ter os meus quinze anos, quando estudei a obra do escritor francês, Alphonse Daudet. Ainda hoje a recordo com ternura e gratidão.

Les Lettres de Mon Moulin era um livrinho de contos  que me enterneceu. Jamais irei esquecê-lo.Algumas lições ajudaram-me na vida.

Um desses contos, La Chèvre de Monsieur Séguin, focava o problema dos perigos da liberdade inconsequente.

M. Séguin tinha uma Cabrinha branca, Blanchette, que ele estimava demais e de que muito gostava.
Um dia, Blanchette  cansou-se de ser mimada.Queria conhecer mundo!
Comunicou ao seu amigo que pretendia saltar. Ser livre  na montanha ampla.Estava cansada  daquela monotonia De tanta segurança…
Queria experimentar o sabor da liberdade.

M.Séguin vendo o perigo que corria a sua amada Blanchette, temendo pela sua sorte, ficou triste.
Explicou-lhe que na montanha o lobo mau, se a avistasse, não lhe perdoaria e …Iria comê-la.

A Cabrinha não quis ouvir tais conselhos.
Atraída pela larguesa dessa autonomia, inconsequente e louca, insistiu na sua ideia.

Um dia, por entre lágrimas, M. Séguin viu afastar-se no infinito, a sua tão querida Cabrinha branca.

E assim foi. Lá no alto da montanha verde, a Cabrinha branca saltou.Pulou. Correu. Comeu  ervinha fresca.Beijou as flores que cresciam a medo na verdura.
À noite adormeceu cansada junto ao tronco de uma árvore.
E tudo corria bem…

 Na terceira noite porém, totalmente exposta. Desprotegida, Blanchette começou a ouvir o som sinistro. A voz do Lobo Mau aproximava-se cada vez mais perto…

Morta de medo, recordou com gratidão as lágrimas de saudade de M.Séguin, impotente perante a sua teimosia de partir.
Sentiu algum arrependimento. Teve desejo de regressar, mas agora era tarde demais!

O Lobo foi-se aproximando. Já esfregava as mãos de contente.
- Bela ceia que hoje vou ter…HI..Hi..Hi..Hi..
E sem apelo deflagrou-lhe um duro.Golpe mortal no pescoço.Daí para a frente, saciou a sua gula…
De Blanchette ficaram apenas, misturados no verde da relva, farrapinhos brancos da sua alva pele ensanguentada. Rasgada pelo chão…

Era habitual, de longe, M. Séguin ir espreitar a “sua” Blanchette…
Naquele dia já não a avistou. Cheio de coragem, temendo o pior, subiu mais alto na montanha, até que…Deparou com os restos da sua querida cabrinha.
Chorou. Voltou para casa, recordando o quanto fora feliz ao vê-la crescer…Ao usufruir da sua presença que agora era só uma recordação.

Estaria tudo bem, como a saudade de uma leitura que me marcara, se não fosse o que hoje me aconteceu na realidade.

GIGI, o meu querido Gigi, o canário que um dia entrara na minha varanda e que aprendi a amar, abandonou-me!

Não sabia eu, o que mais havia de lhe fazer.
Comprava-lhe barrinhas para ele ir picando. Tinha brinquedos para ele conversar.
 Tínhamos um diálogo diário. Punha-lhe a banheirinha que tirava à noite.
Todos os dias à noite o cobria, porque sabia que gostava de ficar escondido.
Mudava-lhe a água todos os dias.Limpava lhe a casinha. Mudava-o para os sitios de que ele gostava e sobretudo conversávamos muito…
Hoje a sua casinha fora lavada. Ficara desligada a parte de cima. Nem dei por ela. Ao mudá-lo, a porta aberta…

Gigi voou para o escuro da noite fria… Sem sequer se despedir.

Uma lágrima caiu do meu coração triste.

Mas há que trabalhar o desapego…
Nada nos pertence. Nem a vida. Nem os Filhos. Nem a família. Nem a saúde. Nem os bens... NADA!
Tudo nos é emprestado. Por tudo temos que agradecer a todo o momento.

 Lembrei-me da lição da Gratidão como uma forma de amor e…

Agradeci a Gigi toda a beleza. Sonho. Companhia.Magia que semeou na minha vida, depois que um dia de sol, entrou pela minha janela…
Foi muito lindo tudo o que me ofereceu. Muito lhe agradeço.

Temo é que algum Lobo mau em forma de gatinho, o possa matar…
As suas asas velozes e fortes, para onde o terão levado?

Ainda fui de novo  à varanda e com a mesma voz maviosa de sempre, ia dizendo e chorando:
- Gigi... Gigi...Gigi…
Mas o silêncio foi a única resposta.

Será que vai sobreviver agora ao frio e sem comida?

Quem me dera que voltasses, Gigi!
Como temos saudades tuas...
As nossas cumplicidades, Gigi...

As Gatas faziam te companhia ao teu lado, espreitando a réstea de sol de inverno, na tua janela...
O cão, Didu, ia a correr chamar-me quando te sentia em perigo...

Até parece mentira , a próxima manhã não me acordares com teu canto tão especial a que me habituaras nesta nossa relação amorosa...
Quem me dera que voltasses, Gigi!
Como tenho saudades tuas…


1 de Dezembro de 2012

Lucinda Ferreira

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O SIGNIFICADO É A CHAVE!


Textos e pretextos
img net
O Significado é a chave…

"Um homem que ousa desperdiçar uma hora do tempo não descobriu o valor da vida." ~ Charles Darwin
"O mundo abre caminho para o homem que sabe para onde está indo." ~ Ralph Waldo Emerson

Há duas  maneiras de se viver.
·       Uma é conduzida pela ilusão. Pelo conflito. Pela angústia. Pela Preocupação.Pela confusão. Pela vida sem sentido.O medo. A dúvida. E até o crime e a violência imperam.
·       Outra é guiada pela Fraternidade.Pela Esperança. Pela Liberdade. Pela Alegria.Por um certo confronto interior que nada nem ninguém poderão abalar.

E onde reside o segredo desta diferença?
- Na certeza de que tudo o que necessitamos para o  êxito da nossa existência, que nunca é por acaso, reside no nosso interior.

- Na convicção de que somos um ser espiritual essencialmente a fazer uma experiência na matéria. Na densidade.

- Nesse confronto entre vitórias sucessivas e derrotas. Quedas, que existirão sempre, podem surgir dúvidas. Hesitações… Mas tudo isso conduz sempre ao caminho escolhido. Irreversível.

·       BASTA ABRIR O CORAÇÃO! Querer!

Sabemos então que somos mais do que “pó.Cinza e nada”.

Somos espírito. Como tal temos o privilégio de podermos estar ligados à Fonte. Ao Grande Espírito, como assim ainda hoje designam alguns Povos ancestrais!

Na realidade é isso que nos distingue dos animais. Embora estes também sintam medo da morte e por isso fogem dos predadores.Também sentem dor…
Embora os animais tenham percepções. Sensibilidade por vezes, muito superiores às dos humanos…

 - Qual  é então  a diferença entre o homem e o animal?

·       “NA CAPACIDADE INTRÍNSECA QUE O SER HUMANO TEM DA DAR SIGNIFICADO À SUA EXISTÊNCIA!”reside a diferença.

Assim sendo, tomar consciência desta realidade simples. Profunda, muda toda a infelicidade escusada de tanto homem e mulher infiéis a si mesmos. Rebeldes.Inconscientes, cujas consequências acabam por se converter em sofrimento desnecessário. Escusado para si e para os que os rodeiam.

A vida vazia sem significado espiritual é o abismo escolhido, quer se queira ou não.

 A violência para consigo mesmo e para com os outros, com quem se tem um prazer sádico de hostilizar, justamente porque se sentem superiores.

Aliás, há que nunca se sentir ofendido em caso algum, já que a agressividade é muitas vezes a ternura disfarçada.
 Aquele que tenta derrotá-lo. Amesquinhá-lo. Humilhá -lo ,mais não é do que  um ser em sofrimento. Em profunda dor.

 Há que relevar. Não se sentir ofendido. Ter pena e se acreditar nisso, orar por essa pessoa.

Essas pessoas estão perdidas num emaranhado de ilusões. RessentimentoRaiva e mágoas antigas. 

Olhemo-las com compaixão…

Mas voltando ao grande significado das nossas vidas que fazem da existência uma permanente aventura, tudo está em aberto.

Abra o seu coração.
Compreenda que nesse lugar mágico. Viciante. Estranho radica tudo o que  necessita para ser amado e para amar  tudo e todos.

E no coração que existem 26 milhões de “neurónios” que acabam por comandar o cérebro…

Na realidade, sem significado válido, a vida não serve para grande coisa!
26.11.14
Lucinda Ferreira