Crónica estranha
Quando
amanhece…
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Acho
que me casei, porque queria ser mãe. Não
me importaria de ser mãe solteira!
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Sinto
que o que eu tenho feito melhor, ao longo da vida, é amar.
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Com
meus filhos desvelei-me o mais que pude, não me poupando a todos os esforços
necessários. Só tive ajuda da minha mãe.
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Aos 27 dias andados, de 1971, uma nova
Primavera despontou, naquela manhã.
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Pelas
7h e 30 de um sábado florido e morno, de 1991, nasceu o meu primeiro filho, o
Pedro.
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Foi
um dos acontecimentos mais marcantes da minha vida!
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Senti
que afinal, eu também era gente… Tinha trazido alguém a este mundo, não sem um
grande sofrimento. Dor e coragem! Não havia epidural. Era tudo ao natural.
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Dez meses depois, tive outra filha, num grande
esgotamento e cansaço, sem qualquer apoio (…). A tolerância profissional, no ensino,
também era apenas de um mês, pós parto.
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Aquando
do nascimento do meu 1.º filho, fiz um inquérito, a recém parturientes, para
apreciação dos sentimentos, que aquele acto único tão profundo, de vida e
morte, lhes trouxera.
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Um
parto, sobretudo sem os meios actuais, não era coisa nada fácil. São duas ou
mais vidas que se cruzam, em mundos arriscados e perigosos.
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E
isso ainda era só o início…
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Passada
uma semana, marcou-me a fogo, como se me estivessem a espetar o coração, ver
uma agulha tão grande, entrar no bracinho tão frágil do meu menino.
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Daí
para a frente, compreendi que desde que um óvulo se encontra com o esperma,
nunca mais há sossego no coração de uma mãe!
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O
vínculo é eterno.
Como disse S. João Bosco, o amor é o
sentimento mais arriscado que existe.
Eu acrescentaria: ainda assim, o AMOR
é a fonte mais pura que alimenta e faz avançar o mundo. Que dá sentido às
nossas vidas!
Lucinda Ferreira
3.8.20
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