Cantata ao Tempo
Se me esqueceres, só uma coisa: esquece-me bem devagarinho.
Quando
olhei para trás,
Ele já
lá
Não estava.
Tinha-se
escondido
Desaparecido.
Voltei a
passar.
Ele
renascia
Contente
a brincar.
Quando
voltei a passar
Corria.
Fugiu de
mim
E não
mais o vi
O tempo apressado
Sem
jamais alguém
O poder
agarrar.
Parei de
novo a pensar:
Para
onde irá o tempo,
Tão acelerado,
Sem
nunca parar?!
Estava
no jardim
Feliz. Tranquilo.
Fascinado
Vendo,
sobre a relva verde
Os
meninos sem cuidado,
Farfalhando
e rindo
Saltando,
Dando
gritinhos, a correr e a cantar.
Mais
adiante, vi-o de longe
<Nem
parei
Para não
o perturbar.
Estava
entregue
Sem nada
mais ver,
Junto de
alguém só,
Que
precisava falar
Compassivo
e atento,
Amigo, parou
para escutar...
Mais
tarde, passos pequeninos
Quase
parava.
Descansar?!
Não!
Olhava
ao longe,
Extasiado
A imensidão
A beleza
do mar.
E neste
passeio
Espreitando
o Tempo
Um pouco
cansada,
Vencida
pelo Tempo,
Fui descansar.
O dia
passou
E de
manhã ao levantar-me
Não me
abandonou…
De novo,
a meu lado
Espreguiçou-se
Sorriu,
E comigo,
lentamente,
Começou
a acordar!
COIMBRA, 26.11.20
Lucinda
Ferreira
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