Relações
As relações não são
necessariamente falhadas, nós é que as falhamos. E depois os outros têm inveja
do amor. (...) Não são nada solidários connosco quando somos felizes. As
pessoas têm imensa inveja da felicidade dos outros. Antunes , António Lobo
Jesus Cristo tinha poucos amigos e
muitos admiradores.
Admiradores tão invejosos, que o
mataram!
No Outono da vida, a solidão é bem-vinda para o brilho, a alegria e a
verdade do relacionamento consigo mesmo, sendo luz e fonte de paz, sem perda de
tempo com exterioridades, que pouco ou nada dizem e já nem interessam.
Há quem prefira o barulho. A confusão. Andar
sempre de um lado para o outro, na ilusão de ter muitos relacionamentos e isso
lhe conceder poder. Juventude. Popularidade.
Ter muitos amigos é não ter
nenhum, já dizia Aristóteles
Nas relações, é difícil ser quem se é.
Faz-se um esforço e é-se o que o outro espera da pessoa, deixando a alma
abandonada, numa dependência doentia. Cobarde. Pouco esclarecida. Isto para não
criar problema. Para agradar. Para ser benquisto. Não ser desmancha-prazeres.
Algumas vezes, em troca de vantagens.
Nesta situação, a alma vai minguando.
Triste. Desiludida por não se realizar na sua forma mais plena. Madura. Individual.
Quer no casal, quer na relação pais
filhos e vice-versa, quer no trabalho, quer entre pseudo amigos, essa
manipulação psíquica, por interesses mesquinhos, autoritarismo ou interesses
escusos, esconde a verdade mais profunda da criatura, assim anulada. O ser não
se vê a si mesmo, nem pode ser visto por ninguém, no seu propósito individual.
No que esconde de mais belo.
Há seres que aceitam esse malfadado
jogo, pelas razões mais incríveis!
Se não há culpas nesta fraqueza, há responsabilidade,
pelo abandono sem respeito por si mesmo, deixando o mais importante do seu ser,
o espírito, a alma, pelo caminho.
(Repare que somos um espírito eterno em
evolução, habitando um corpo, roupagem terrena. Veja bem, um corpo sem espírito
é…CADÁVER!)
No desleixo de se deixar manipular, começa
a maior míngua da personalidade. A maior desgraça da existência. A perda da possibilidade
de progredir. De crescer.
Não se avança. Não se aproveita a
possibilidade incrível, oferecida por amor, para evoluir, até ao fim. Crescer.
Ser feliz, ao realizar-se na sua singularidade, levantando-se e elevando o
mundo!
A possibilidade de ser alguém cheio de
grandeza interior, crescendo pela dávida ao outro. Pela grandeza da criação de
novos mundos, que só essa pessoa pode construir. Sem isso fica-se bloqueado.
Nesta consciência, ter a coragem de
lutar pela prioridade de ser quem é, obriga a colocar limites aos outros.
Aprender a dizer não sei. Não posso. Não quero. Não tenho. E todos os “nãos”
que forem necessários.
Investir no auto conhecimento, olhando
para dentro de si próprio. Escutar a sua essência. Saber o que se quer da
existência. O que se pode. Até onde se quer ir. Respeitar as suas próprias opiniões.
Escolhas. Opções. Aprender a ser e a partilhar o que se é, com os outros, num
encontro feito de respeito. Alegria. Generosidade.
Tudo isso é imprescindível para se ser!
Não há nada mais
gratificante do que o afecto correspondido, nada mais perfeito do que a
reciprocidade de gostos e a troca de atenções Cícero , Marcus
Assim, além de se assumir ser quem se é,
há que respeitar o outro, para não o esmagar e não lhe fazer aquilo que não queremos
para nós.
Só assim, acessamos a essa força oculta.
Infinita. Criativa. Antes desconhecida e que hoje sabemos ser a nossa LUZ que
nos foi oferecida por amor, no acto da criação. Sem ela, não se vive. Apenas se
vegeta.
E termino com: “ Maturidade não é quando
se começa a falar de grandes coisas. É quando se começa a entender pequenas
coisas”.
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