Textos e pretextos
Páre!
Escute! Olhe!
O momento certo para relaxar é precisamente quando não tem tempo. Sydney J. Harris 
(imgens net)
Por pouco, não fiquei esmagada por ele.
Já sofri, por causa dele, estragos de vária ordem.
Ataca sorrateiramente, sem pedir
licença, mas a culpa é nossa…
Não escolhe idades. Já no ventre materno,
faz as suas investidas, que se perpetuam e saem muito caras.
Provoca adições intermináveis. Fumo
Bebida. Sexo. Trabalho. Compras. Fala. Fala sem sentido, empurrado pelo nada. Obriga
a comer desalmadamente ou então deixa-se mesmo de comer.
Corremos todos, sem saber para onde, nem
porquê, mas tudo continua a correr!
Veja se consegue descobrir a quem em
refiro…
Será que ele o deixa dormir? Ou tem que
recorrer à sua amiga droguinha?
Sabe a razão por que ele nos controla,
sem conseguirmos fugir das suas terríveis garras?
Simplesmente,
porque nos esquecemos quem somos.
Falta-nos
uma consciência ligada a um campo quântico de inteligência!
Aqui reside a nossa maior beleza e encanto,
que muitos desconhecem. Se possuir este conhecimento, acede a tudo que deseja
ou necessita, com o simples clic de um pensamento, sem se cansar um pingo!
Muitos já conseguiram esses “milagres”.
Quem
se esquece de quem realmente é, ignorando a sua força interior, vive
precariamente, em modo de sobrevivência.
No início, a humanidade para escapar ao
ataque das feras, activava a fuga ou a defesa, reagindo ao ambiente exterior,
através do nosso sistema de alarme.
Hoje, as feras são diferentes, (dentro de nós na atitude), mas a ilusão
continua a activar o nosso sistema de alarme…
Vive-se desadaptado, estando sempre a
fugir do perigo.
Não é a fera real, mas a agressividade imparável que criamos à
nossa volta e sobretudo a dentro do peito, pela maneira como encaramos a vida, pois não sabemos quem somos!
Accionados por um simples pensamento, “privilégio”
ou desgraça do homem, em comparação com os animais, lá chega o tal senhor...
.
Antecipamos ou revemos memórias, que nos
causam o mesmo susto que uma grande fera!
Registos prejudiciais traduzidos em
ansiedade (viver no futuro) ou em depressão (vivendo no passado), são o flagelo
do nosso tempo.
Puxamos sem parar, o gatilho do STRESS! Não contra um leão, mas
contra uma ameaça imparável, real ou imaginária.
A tradução dessa impaciência dá-se no
trânsito.
Na fúria contra o chefe. Contra o marido ou contra a esposa.
Contra a
falta de dinheiro. Contra os amigos que se afastam com egoísmo.
Descobre-se. Inventa-se algo de negativo
do passado ou do presente, verdadeiro ou ilusório, desencadeando raiva. Ódio. Ressentimento.
Desespero. Tristeza. Frustração e sei lá que rosário complicado e...
Lá está o
rei stress no comando!
(Mas..."Quando se está sob stress crônico, a vida se torna mais curta". Dean Ornish)
O pior é que se o animal desactiva este
estado destruidor, logo que o perigo passa, o ser humano reforça-o a cada
momento.
Ora como o STRESS altera a química do nosso corpo, desencadeando uma
série de acções nocivas levando ao esgotamento, a doença surge irremediavelmente,
por nossa culpa.
O sistema nervoso alerta para o perigo: o
coração acelera (arritmia, tensão alta, etc), bombeando grandes quantidades de
sangue para os membros, em detrimento do corpo que se desequilibra.
Surge dor
de estômago e de cabeça. Insónia. Nervosismo incontrolável. As reacções ao STRESS
variam. Nenhum corpo o aguenta, durante muito tempo sem mandar os seus sinais.
Por que razão é que surge o stress?
·
Mobilizamos
constantemente a nossa energia apenas para o mundo exterior!
·
Vivemos apenas
dos cinco sentidos, num estado materialista,
esquecendo quem somos: um ser espiritual
a fazer uma experiência na matéria!
O sistema digestivo. Endócrino e imunitário
que comandam o nosso interior não conseguem compensar, por falta de energia, a
renovação e a regeneração do corpo. E lá se cai no cancro. Sempre constipados
ou naquele rol de doenças auto-imunes (artrite reumatóide, esclerose múltipla e
cada doença pior que a outra…) e outras maleitas terríveis, agora ditas raras.´~
Revivemos situações traumáticas. Alimentamos
ressentimentos. Julgamentos. Negatividade. Auto-agressões e maus pensamentos.
É-se incapaz de perdoar, ignorando e bebendo o veneno do ódio, a contar que o
outro morra…
Perde-se o equilíbrio químico, pois
sabe-se que tudo o que se colhe e fabrica no pensamento, no neo córtex, passa ao
límbico, sede das emoções e química que passarão ao cerebelo (na parte inferior
o arquivo, subconsciente) onde se gera o nosso estado de ser, personalidade,
cuja inconsciência deste funcionamento e anteconhecimento levam ao acumulo de mais stress…
“O stress deve ser uma força motivadora e poderosa, não um obstáculo.” Se este pode ser necessário, em momentos e
doses benéficas, exagerando, além de mexer com os botões genéticos,
transforma-se numa praga maldita. Num comportamento circular, inadequado e
prejudicial.
O auto conhecimento é fundamental. Se não
perceber quem é, e obsessivo insistir em viver no passado, no futuro, e NÃO NO
AQUI e AGORA, se não aprender a apagar da mente o que o incomoda, matutando na
sua promoção. Sempre focado em algo que tem que fazer. Preocupado com isto ou
com aquilo, as substâncias químicas não perdoam.
E muito mais, mas para já, previna-se,
pela sua rica saúde:
PÁRE! ESCUTE! OlHE!
…Senão o stress vai
trucidá-lo!
“O objectivo do stress não é magoá-lo, mas sim
alertar que está na hora de voltar ao coração e começar a amar”. Sara Paddison
Lucinda Ferreira, Coimbra, 10 maio 2017