ENCONTRO
“Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.” ― Fernando Pessoa
Ela era humilde. Discreta. Um farol para todos nós. Sobretudo para o meu
Pai.
Tive a sorte de ter tido uma Mãe que era toda Amor!
Amava as flores. Os animais. As pessoas,
fossem elas quem fossem. Não me lembro de alguma vez, ouvir a minha Mãe julgar
quem quer que fosse. Criticar ou maldizer o que acontecesse de menos bom. Era
uma pessoa encantada pela vida e com a vida!
Tinha um sentido estético apuradíssimo.
Gostava muito quando ela enfeitava as jarras.
Cantava muito bem. Bordava ainda melhor,
a “richelieu”. Era fiel às suas amigas de criança, a quem nunca esquecia de
saudar no seu aniversário. De enviar algo bordado por ela. Elas também não a
esqueciam. Aprendeu a ler sozinha. Depois ensinou as amigas a ler e a escrever.
Era órfã de pai e a minha Avó Jesuina
morreu de parto. A sua vida fora bem acidentada. O amor não devia abundar para
ela.
Mas Deus a cumulou de bênçãos. De dons.
Encheu o seu coração de amor.
Fê-la especial!
Fê-la especial!
Tinha uma relação de encantamento, com
Deus. Escrupulosa no cumprimento dos seus deveres. Era no tempo em que só se
podia comungar o Corpo de Jesus, após 24h de jejum, o que ela observava com
rigor.
Enfim, o seu modo de amar é que me tocou
e me toca ainda hoje.
O amor não tem a ver com o vigor físico.
("Para amar você bastou um olhar... Agora para
esquecer, só mesmo se eu morrer.")
Quanto mais velhinha era, mais o seu
amor se manifestava para com todos. Meus Filhos eram o objecto primeiro do seu
maior carinho. Ajudou me a criá-los, já
que eu tinha que trabalhar muito para a Família.
Revia-se, até às lágrimas, sempre que
ouvia cantar, os meninos inesquecíveis para mim, do Coro dos Pequenos Cantores,
que eram o meu terceiro Filho muito amado!
Hoje, o meu coração enche – se de alegria. Sinto
como é bom amar! Mesmo que alguém não retribuía, não faz mal. Só o acto de amar
transforma a nossa vida numa festa. Este estado vibratório muda tudo à nossa
volta. Contagia os mais sensíveis. De repente, a paixão irrompe como um dique.
Muitas pessoas estão tristes. Passado um pouco, retomam a alegria, como se lhes
entrasse pelos poros, o amor que elas são, congelado nos seus peitos, de repente se incendeia. A alma
rejubila.
Todos temos essa possibilidade. È só
aceder ao que mora no mais fundo do nosso ser.
A Tribo começa a crescer…nem que seja do outro lado do Planeta.
Amar sem por quê. Se há por quê, também
já não é amor.
Ele salta pelos olhos. Não suporta estar
acorrentado. Não quer ser importante. Não quer dar nas vistas. Não quer possuir
nada. Ele é ser, não é ter. Se encontrar eco, multiplica-se sem parar até ao
infinito. Inunda o mundo inteiro.
É como um pedrinha que cai no lago, cuja
ondulação só morre na margem.
Contenta-se com uma flor. Com a
simplicidade de uma criança. Com um abraço sincero. Com o sorriso brilhante de
uns olhos gastos pela idade. Não conhece tristeza, pois a Fonte o enche de
certezas.
A pessoa é só o canal desse amor, que ao passar enche de luz quem o
alberga e todos os que estão à sua volta. È um autêntico paradoxo, pois
enriquece pelo que dá.
Existir nessa condição permanentemente
amorosa, é viver em estado de graça.
Quem ama, nunca envelhece! Nem que tenha
cento e tal anos. Ama a vida. Sente gratidão por ela. Essa força mágica enfeita
os dias de quem a sente. Semeia esperança. Paz. Bem-estar. Entusiasmo (= estar
cheio de Deus).Saúde.
Levanto-me de manhã e vou ao meu jardim,
ver se alguma flor abriu. Faço-lhe a minha declaração de amor. Com ternura,
falo com ela. Beijo-a carinhosamente. Ela sorri-me. Fica mais linda…
Este é o meu testemunho.
Deixe o seu coração expressar o seu
amor, quando isso for sincero e algo ou alguém o tocar.
Se não entenderem essa linguagem, não
fique triste. Significa que esse irmão, irmã, ainda não transcendeu a
materialidade, mas tenha esperança que assim como o calor derrete a neve,
também a força do afecto, se no fundo desse ser, houver esse registo, a beleza
que nele mora acaba por desabrochar.
Todo o amor semeado, cedo ou tarde
florescerá, dizia me uma aluna, num postal que enviou e que ainda guardo.
È como se fôssemos numa corrida e
passássemos a luz ao outro.
Depois, será ele a passar ao próximo,
não duvide.
Carisma é encantamento. È a felicidade
que não cabe dentro de nós, a jorrar para os outros. Tem que se manifestar
obrigatoriamente. Quer ver todos libertos. Felizes.
Seja bem-vindo. Entre na nossa Tribo!
Não é por raciocínios lógicos. É pelo
coração que encontramos o nosso Caminho!
Deixo algo de um dos autores da minha eleição,
Carlos Drummond de Andrade:
Nota: Sinto que no encontro,
comemorando os 100 anos do nosso do Querido Jornal O DESPERTAR, o amor se
soltou. Circulou entre todos os presentes! Foi lindo demais! Obrigada a todos
os que fizeram destes momentos, um encontro memorável.
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