COLECCAO : TEXTOs E
PRETEXTOs
A MINHA
FLOR
Aquela flor caída da árvore, acolhi-a
com fervor.
Enfeitava o chão.
Abandonada. Pisada. A morrer.
Ninguém lhe ligava.
Ninguém dela queria saber…
Agora é a minha flor!
Enche de cheiro a minha mão.
E como é bela!
Olho-a. Torno a olhar sem nunca me cansar.
A simetria. O feitio. O perfume. A
cor.
Um rubro tão intenso. Parece o meu
coração.
Será assim também o Amor ?
As suas irmãs viçosas. Formosas.
Continuam lá no alto. Será que alguém
as olha, quando caídas no chão?
As vê?
Elas não se importam. Perfumam.
Embelezam. Nada pedem.
Sem porquê, é como elas são.
Olhais antes para as coisas
construídas do que para aquelas que vos são oferecidas?
Mas elas lá estão lá. Para mim. Para
Ti.
São o símbolo daquela suprema beleza escondida
de que é feita a própria vida!
BH , Janeiro de 2013
lucinda ferreira
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