OS FILHOS DA MÚSICA (2 artigos)
O Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra – como nasceu e cresceu…
«A música tem o poder de formar a personalidade e podem-se distinguir os diferentes géneros de música fundados em diferentes modos pelos seus efeitos sobre o carácter. Tal género determina a melancolia, aqueloutro a moleza; este encoraja o abandono, este outro o autodomínio, e outro ainda desperta o entusiasmo.»
Aristóteles
Desde sempre que Música foi muito importante para mim.
Meus Filhos começaram cedíssimo ligados à Música. Soube desde sempre o papel reestruturante e formativo da Música no ser humano. Também uma grande atracção que me prendeu à arte dos sons.
Consagrada a minha vida profissional à Criança, aos Jovens, à Pedagogia, no que se refere ao ensino da Língua Francesa, por exemplo, usava a Música para solidificar estruturas da língua.
Dava muito resultado.
Os alunos aprendiam mais facilmente, com alegria e todos ficávamos felizes e descontraídos enquanto avançávamos nos nossos objectivos.
De resto, há sempre uma causa profunda para tudo que fazemos.
A vocação que nem sempre podemos realizar, mas que está viva no nosso mais íntimo, a noção da importância das coisas dentro de nós, orienta as nossas vidas, quase inconscientemente.
…………………………………………………………………….
A minha filha pertencia a um clube onde aprendia culinária, costura, teatro e outras actividades. Um dia, chegou a casa muito triste, porque uma menina lhe disse algo que muito a magoara. Isso, porque ela era diferente da outra, em determinado aspecto.
Aquilo bateu forte no meu coração. Naquele momento irrompeu de mim uma força e uma certeza de que iria fazer algo, fundar qualquer coisa, organizar um espaço que tivesse a ver com Crianças e Jovens… Onde todos fossem acolhidos com a atenção
carinho e aceitação das diferenças. Os filhos dos ricos, dos menos ricos, das pessoas importantes, das pessoas ‘menos importantes’ (todos somos muito importantes!), dos filhos das pessoas de direita, de esquerda, do meio... enfim sem qualquer descriminação fosse ela de que espécie fosse.
Aquela intenção estava viva dentro de mim, à espera de oportunidade para tomar forma.
……………………………………………………………………..
Na altura, eu fazia rádio, na Antena Um, com alguém, ele também muito sensível à problemática da Criança e dos Jovens e por isso trabalhava, todos os anos cheio de entusiasmo, na organização da Gala dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz.
Estando eu também associada a essa tarefa, pergunta-me ele:
-Seria possível arranjar um grupinho de meninos que cantassem em fundo, nesta Gala?
Foi o rastilho!
Meti mãos à obra de imediato. Comecei a telefonar às minhas colegas que tinham filhos da idade dos meus…10 anitos…ou à volta disso.
Naturalmente que as coisas não caiam do céu. Era preciso esforço, iniciativa, persistência…
Não havia nada, senão aquele desejo nascido há muito tempo no meu coração e a necessidade do momento!
Bati a muitas portas que nunca se abriram...
Outras se escancararam.
Para reunir o grupo, para ter um piano, um local de ensaio, os fatos feitos todos iguais dentro daquele espaço de tempo exíguo, um maestro, transportes e todas as condições para fazer avançar tudo em pouco tempo, com a qualidade que desejávamos para ser transmitido para todo o país, não era muito fácil.
Mas como sempre acreditei que querer é poder e crer também, tudo ia avançando.
Estávamos em Junho de 1982.
O início material deste Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, começou por uma tarde inteira no Turismo que me permitiu fazer os contactos necessários. Lembro-me de um ilustre senhor, que ali estava e me observava e me que me dizia sorrindo: sim, senhora, ‘distinta em desenrascanço e desembaraço’.
Alguém nos emprestou um Órgão, os bombeiros levaram o Órgão à Figueira da Foz, a Igreja Baptista permitiu os ensaios na sua igreja, descobri uma costureira em Ceira, um senhor de uma casa de tecidos, na Rua do Corvo perante o meu entusiasmo, empenhou-se cheio de boa vontade, e comprometeu-se a mandar vir com urgência, as peças de pano necessárias .
Com os maestros, fora menos fácil, mas eu tinha estado a gravar um programa de televisão no Porto, e conhecera lá um maestro que me tocou com uma peça da sua autoria, UM ALELUIA de que muito gosto.
Lembrava-me dele e lá tentei descobrir o seu telefone. Na altura, ele orientava estágios e quando lhe falei estava em Águeda.
Enfim, pôs algumas reticências, porque havia pouco tempo, mas acabou por aceitar.
E lá começámos nós com esta tarefa sem que outra coisa nos movesse, que não fosse a paixão pela Música, pelos miúdos e enfim, sairmo-nos bem desta incumbência que seria vista por todo o país e teria mesmo repercussões internacionais, visto que havia crianças na Gala, vindas também do estrangeiro. ……………………………………………………………………..
Ficaremos por aqui, prometendo continuar na próxima semana com esta temática.
Depois a mesma se alargará a um livro, onde constarão pormenores que interessarão a quem esteve ligado a este CORO DOS PEQUENOS CANTORES DE COIMBRA que contou e contará certamente ainda hoje momentos altos, na sua existência. Dos meus treze anos ao serviço deste Coro que fundei com muito amor, posso assegurar-lhes que assim foi.
Que o digam aqueles que nele se atravessaram toda a sua adolescência dos seis anos até aos dezoito anos, vinte anos.
Lucinda Ferreira
II Parte
*Os Filhos da Música
. Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra
«A música tem o poder de formar a personalidade e podem-se distinguir os diferentes géneros de música fundados em diferentes modos pelos seus efeitos sobre o carácter. Tal género determina a melancolia, aqueloutro a moleza; este encoraja o abandono, este outro o autodomínio, e outro ainda desperta o entusiasmo.»
Aristóteles
(Este artigo dá continuação ao artigo publicado neste jornal , a semana passada.)
Com o grande êxito do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, na Gala da Figueira da Foz, iniciou-se uma grande jornada na vida de um Coro que nascia e na minha vida, durante treze anos!
Depois dessa actuação, as luzes acenderam-se todas dentro do meu espírito e graças também ao amor á arte do Maestro do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, as coisas não ficaram por ali.
Tornaram-se vida e muitas crianças e jovens puderam beneficiar em suas vidas e para sempre, dos efeitos da Música em suas vidas e de toda a sua geração, estou convencida disso!
……………………………………………………………………..
Pensei para mim: se legalizo este Coro, ele pode ser eterno e nunca mais morrer.
Também podia ter ficado com o controle do mesmo na minha mão (…), visto que do trabalho e empenhamento, nunca tive medo.
Daquilo que era a minha ingenuidade e crença no ser humano, convidei algumas pessoas que pensei que sendo minhas amigas, podiam ir comigo até longe, nesta caminhada…
……………………………………………………………………..
As Crianças sempre foram maravilhosas!
Invejas e traições, críticas, tudo foi preciso ultrapassar para fazer avançar a obra.
Foi para mim, uma boa escola de crescimento humano, através das decepções, ingratidões que foi necessário vencer.
Podia estar quieta no meu canto e não me ter exposto, mas não estou arrependida. Também tive oportunidade para conhecer gente muito linda na sua lealdade, colaboração e dedicação a uma causa que abracei e na qual os amigos fiéis embarcaram também.
Então de facto, urgia legalizar o Coro, redigir estatutos, completar todas as formalidades. Pus mãos à obra, buscando e convidando pessoas destas áreas. Tudo se realizou conforme eu sonhara.
Foi uma minha colega do Colégio, a quem pedi, que desenhou o lindo emblema deste Coro dos Pequenos Cantores.
Suponho que foi ela também que sugeriu os modelos das blusas brancas com uma fitinha azul turquesa, igual às saias em veludo da mesma cor. Calçavam todos uns sapatinhos de verniz pretos. As meninas tinham ainda meias brancas. Os rapazes tinham, calças azuis escuras, camisa branca e uma lacinho azul escuro, igual às calças.
A cor azul-turqueza emblemática deste Coro, não fora escolhida ao acaso, mas sim fora escolhida por ser a cor da comunicação mais profunda. O branco dava uma nota de claridade que casava com a grande harmonia desenvolvida no conjunto.
Os rapazes em azul escuro e branco, completavam todo o conjunto.
Da Música ocupava-se o Maestro a quem nós, os Pais, passámos a dar uma pequena contribuição monetária que ia aumentando sempre que podíamos…
……………………………………………………………………..
Enfim e todo o resto de quem viveu este Coro como um filho muito amado, vos contarei num livro que sairá dentro de pouco tempo e que oportunamente anunciarei.
Foram treze anos de amor a tempo inteiro, pois por onde ia e tudo o que fazia, tinha como preocupação maior, elevar o Coro dos Pequenos Cantores ao seu expoente máximo.
E assim foi. Dei-lhe vida. Dei-lhe a minha saúde. O meu tempo. O meu maior amor. Todos os minutos da minha vida que poderiam ter sido de descanso ou de investimento diferente com proventos para minha família e para mim própria, foram para o Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, por uma opção de amor.
Amor à Música, às Crianças e àquele ideal maior que prossegue ainda hoje em mim, ao qual sou fiel, partilhando Beleza , Paz e Trabalho.
Partilhar o que sou e o que sei, quer pela palavra escrita, quer pela palavra oral, quer pelo meu esforço no voluntariado.
Antes de sair do Coro dos Pequenos Cantores, quando a vida profissional o exigiu pelas responsabilidades assumidas (Universidade), ainda consegui elevá-lo à categoria de Instituição de Utilidade Pública, com os benefícios que dai poderiam advir, no futuro!
Um dia destes, tendo respondido a uma entrevista, disse e repito:
hoje, o que mais desejo para esta Obra, é que ela nunca morra! Temos no panorama musical nomes que se iniciaram no Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra.
Inês Santos e Susana Braga são duas figuras importantes que agora me ocorreram, devendo certamente haver muitos outros.
E como disse uma vez o meu Filho, ainda muito jovem :
‘o que a minha Mãe fez, está feito. Ninguém o poderá apagar NUNCA!’
Ofereço ao Planeta Terra esta, uma entre outras, das minhas contribuições para semear beleza, amor, entendimento na Humanidade, na minha passagem por este lugar onde a vida me trouxe.
Parabéns a todos os criaram e continuam a criar, pela sua arte e empenhamento diverso, momentos raros de tanta elevação e comunicação estética e espiritual, neste lindo Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra!
Que estes ideais nunca morram dentro do coração dos humanos.
O Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra – como nasceu e cresceu…
«A música tem o poder de formar a personalidade e podem-se distinguir os diferentes géneros de música fundados em diferentes modos pelos seus efeitos sobre o carácter. Tal género determina a melancolia, aqueloutro a moleza; este encoraja o abandono, este outro o autodomínio, e outro ainda desperta o entusiasmo.»
Aristóteles
Desde sempre que Música foi muito importante para mim.
Meus Filhos começaram cedíssimo ligados à Música. Soube desde sempre o papel reestruturante e formativo da Música no ser humano. Também uma grande atracção que me prendeu à arte dos sons.
Consagrada a minha vida profissional à Criança, aos Jovens, à Pedagogia, no que se refere ao ensino da Língua Francesa, por exemplo, usava a Música para solidificar estruturas da língua.
Dava muito resultado.
Os alunos aprendiam mais facilmente, com alegria e todos ficávamos felizes e descontraídos enquanto avançávamos nos nossos objectivos.
De resto, há sempre uma causa profunda para tudo que fazemos.
A vocação que nem sempre podemos realizar, mas que está viva no nosso mais íntimo, a noção da importância das coisas dentro de nós, orienta as nossas vidas, quase inconscientemente.
…………………………………………………………………….
A minha filha pertencia a um clube onde aprendia culinária, costura, teatro e outras actividades. Um dia, chegou a casa muito triste, porque uma menina lhe disse algo que muito a magoara. Isso, porque ela era diferente da outra, em determinado aspecto.
Aquilo bateu forte no meu coração. Naquele momento irrompeu de mim uma força e uma certeza de que iria fazer algo, fundar qualquer coisa, organizar um espaço que tivesse a ver com Crianças e Jovens… Onde todos fossem acolhidos com a atenção
carinho e aceitação das diferenças. Os filhos dos ricos, dos menos ricos, das pessoas importantes, das pessoas ‘menos importantes’ (todos somos muito importantes!), dos filhos das pessoas de direita, de esquerda, do meio... enfim sem qualquer descriminação fosse ela de que espécie fosse.
Aquela intenção estava viva dentro de mim, à espera de oportunidade para tomar forma.
……………………………………………………………………..
Na altura, eu fazia rádio, na Antena Um, com alguém, ele também muito sensível à problemática da Criança e dos Jovens e por isso trabalhava, todos os anos cheio de entusiasmo, na organização da Gala dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz.
Estando eu também associada a essa tarefa, pergunta-me ele:
-Seria possível arranjar um grupinho de meninos que cantassem em fundo, nesta Gala?
Foi o rastilho!
Meti mãos à obra de imediato. Comecei a telefonar às minhas colegas que tinham filhos da idade dos meus…10 anitos…ou à volta disso.
Naturalmente que as coisas não caiam do céu. Era preciso esforço, iniciativa, persistência…
Não havia nada, senão aquele desejo nascido há muito tempo no meu coração e a necessidade do momento!
Bati a muitas portas que nunca se abriram...
Outras se escancararam.
Para reunir o grupo, para ter um piano, um local de ensaio, os fatos feitos todos iguais dentro daquele espaço de tempo exíguo, um maestro, transportes e todas as condições para fazer avançar tudo em pouco tempo, com a qualidade que desejávamos para ser transmitido para todo o país, não era muito fácil.
Mas como sempre acreditei que querer é poder e crer também, tudo ia avançando.
Estávamos em Junho de 1982.
O início material deste Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, começou por uma tarde inteira no Turismo que me permitiu fazer os contactos necessários. Lembro-me de um ilustre senhor, que ali estava e me observava e me que me dizia sorrindo: sim, senhora, ‘distinta em desenrascanço e desembaraço’.
Alguém nos emprestou um Órgão, os bombeiros levaram o Órgão à Figueira da Foz, a Igreja Baptista permitiu os ensaios na sua igreja, descobri uma costureira em Ceira, um senhor de uma casa de tecidos, na Rua do Corvo perante o meu entusiasmo, empenhou-se cheio de boa vontade, e comprometeu-se a mandar vir com urgência, as peças de pano necessárias .
Com os maestros, fora menos fácil, mas eu tinha estado a gravar um programa de televisão no Porto, e conhecera lá um maestro que me tocou com uma peça da sua autoria, UM ALELUIA de que muito gosto.
Lembrava-me dele e lá tentei descobrir o seu telefone. Na altura, ele orientava estágios e quando lhe falei estava em Águeda.
Enfim, pôs algumas reticências, porque havia pouco tempo, mas acabou por aceitar.
E lá começámos nós com esta tarefa sem que outra coisa nos movesse, que não fosse a paixão pela Música, pelos miúdos e enfim, sairmo-nos bem desta incumbência que seria vista por todo o país e teria mesmo repercussões internacionais, visto que havia crianças na Gala, vindas também do estrangeiro. ……………………………………………………………………..
Ficaremos por aqui, prometendo continuar na próxima semana com esta temática.
Depois a mesma se alargará a um livro, onde constarão pormenores que interessarão a quem esteve ligado a este CORO DOS PEQUENOS CANTORES DE COIMBRA que contou e contará certamente ainda hoje momentos altos, na sua existência. Dos meus treze anos ao serviço deste Coro que fundei com muito amor, posso assegurar-lhes que assim foi.
Que o digam aqueles que nele se atravessaram toda a sua adolescência dos seis anos até aos dezoito anos, vinte anos.
Lucinda Ferreira
II Parte
*Os Filhos da Música
. Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra
«A música tem o poder de formar a personalidade e podem-se distinguir os diferentes géneros de música fundados em diferentes modos pelos seus efeitos sobre o carácter. Tal género determina a melancolia, aqueloutro a moleza; este encoraja o abandono, este outro o autodomínio, e outro ainda desperta o entusiasmo.»
Aristóteles
(Este artigo dá continuação ao artigo publicado neste jornal , a semana passada.)
Com o grande êxito do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, na Gala da Figueira da Foz, iniciou-se uma grande jornada na vida de um Coro que nascia e na minha vida, durante treze anos!
Depois dessa actuação, as luzes acenderam-se todas dentro do meu espírito e graças também ao amor á arte do Maestro do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, as coisas não ficaram por ali.
Tornaram-se vida e muitas crianças e jovens puderam beneficiar em suas vidas e para sempre, dos efeitos da Música em suas vidas e de toda a sua geração, estou convencida disso!
……………………………………………………………………..
Pensei para mim: se legalizo este Coro, ele pode ser eterno e nunca mais morrer.
Também podia ter ficado com o controle do mesmo na minha mão (…), visto que do trabalho e empenhamento, nunca tive medo.
Daquilo que era a minha ingenuidade e crença no ser humano, convidei algumas pessoas que pensei que sendo minhas amigas, podiam ir comigo até longe, nesta caminhada…
……………………………………………………………………..
As Crianças sempre foram maravilhosas!
Invejas e traições, críticas, tudo foi preciso ultrapassar para fazer avançar a obra.
Foi para mim, uma boa escola de crescimento humano, através das decepções, ingratidões que foi necessário vencer.
Podia estar quieta no meu canto e não me ter exposto, mas não estou arrependida. Também tive oportunidade para conhecer gente muito linda na sua lealdade, colaboração e dedicação a uma causa que abracei e na qual os amigos fiéis embarcaram também.
Então de facto, urgia legalizar o Coro, redigir estatutos, completar todas as formalidades. Pus mãos à obra, buscando e convidando pessoas destas áreas. Tudo se realizou conforme eu sonhara.
Foi uma minha colega do Colégio, a quem pedi, que desenhou o lindo emblema deste Coro dos Pequenos Cantores.
Suponho que foi ela também que sugeriu os modelos das blusas brancas com uma fitinha azul turquesa, igual às saias em veludo da mesma cor. Calçavam todos uns sapatinhos de verniz pretos. As meninas tinham ainda meias brancas. Os rapazes tinham, calças azuis escuras, camisa branca e uma lacinho azul escuro, igual às calças.
A cor azul-turqueza emblemática deste Coro, não fora escolhida ao acaso, mas sim fora escolhida por ser a cor da comunicação mais profunda. O branco dava uma nota de claridade que casava com a grande harmonia desenvolvida no conjunto.
Os rapazes em azul escuro e branco, completavam todo o conjunto.
Da Música ocupava-se o Maestro a quem nós, os Pais, passámos a dar uma pequena contribuição monetária que ia aumentando sempre que podíamos…
……………………………………………………………………..
Enfim e todo o resto de quem viveu este Coro como um filho muito amado, vos contarei num livro que sairá dentro de pouco tempo e que oportunamente anunciarei.
Foram treze anos de amor a tempo inteiro, pois por onde ia e tudo o que fazia, tinha como preocupação maior, elevar o Coro dos Pequenos Cantores ao seu expoente máximo.
E assim foi. Dei-lhe vida. Dei-lhe a minha saúde. O meu tempo. O meu maior amor. Todos os minutos da minha vida que poderiam ter sido de descanso ou de investimento diferente com proventos para minha família e para mim própria, foram para o Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, por uma opção de amor.
Amor à Música, às Crianças e àquele ideal maior que prossegue ainda hoje em mim, ao qual sou fiel, partilhando Beleza , Paz e Trabalho.
Partilhar o que sou e o que sei, quer pela palavra escrita, quer pela palavra oral, quer pelo meu esforço no voluntariado.
Antes de sair do Coro dos Pequenos Cantores, quando a vida profissional o exigiu pelas responsabilidades assumidas (Universidade), ainda consegui elevá-lo à categoria de Instituição de Utilidade Pública, com os benefícios que dai poderiam advir, no futuro!
Um dia destes, tendo respondido a uma entrevista, disse e repito:
hoje, o que mais desejo para esta Obra, é que ela nunca morra! Temos no panorama musical nomes que se iniciaram no Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra.
Inês Santos e Susana Braga são duas figuras importantes que agora me ocorreram, devendo certamente haver muitos outros.
E como disse uma vez o meu Filho, ainda muito jovem :
‘o que a minha Mãe fez, está feito. Ninguém o poderá apagar NUNCA!’
Ofereço ao Planeta Terra esta, uma entre outras, das minhas contribuições para semear beleza, amor, entendimento na Humanidade, na minha passagem por este lugar onde a vida me trouxe.
Parabéns a todos os criaram e continuam a criar, pela sua arte e empenhamento diverso, momentos raros de tanta elevação e comunicação estética e espiritual, neste lindo Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra!
Que estes ideais nunca morram dentro do coração dos humanos.
História bonita.
ResponderEliminarSim, história bonita que, vivida da forma que era, nos fez realmente avançar em muitas coisas humanas. Querias talvez dizer Inês Santos e Catarina Braga. Faltam alguns mais sim, certamente. O Toscano, a Raquel Luís, a Tânia Ralha, eu própria.. sopranos, um professor-maestro e duas meio-sopranos? acho que anda por aí. Gostei de partilhar as memórias do coro! Obrigada! Um abraço Susana Bento* xi- <3 ...
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