AS chamadas "Docas" ,em Coimbra, sáo umspaçosimpático junto ao Rio.
À noite, quando do chão ainda sobe um calor bem difícil de suportar, aquele espaço ali junto ao rio, é um lugar afgradável para retemperar forças e preparar uma noite de descanso mais agradável.
Não lhes aconteça é como há dias nos aconteceu.
Acabávamos de chegar do nosso trabalho de campo de fotografia . Tínhamos deixado os nossos carras ali no parque verde.
De repente, chega-se um rapazinho dos seus 20 anos, muito bem arranjado que chorando, nos pedia ajuda, porque tinha vindo de Viana do Castelo para responder a um anúncio e a máquina tinha-lhe engolido o cartão de multibanco.
Queria voltar para casa e não tinha meios. Se podíamos ajudar.
Imediatamente, cada um de nós , deu 5 euros e o rapazinho ficou com 40 euros, feliz e contente.
Ficámos desconfiados , no final , porque queríamos ajudar até ao fim e levá-lo à Estaçao Velha, mas ele não quis.
Pediu o númrtp de fp one a um de nós.para devolver o dinheiro ,mas escapou -lhe fingiu apenas que tomava nota. Uma das pessoas notou também isso.
Bom, mais uma vez a boa vontade de algumas pessoas foi lograda.
Talvez para a próxima, alguém que realmente precise e já não vai ter ajuda.
A mim av conteceu-me uma vez , ia eu com meu filho junto do picadeiro à beira mar em Espinho e porque havia muito trânsito e fila ia muitoi lentamente, meui filho disse-me:
-Mãmã gostas de andar . Sai e depois apanho-te à frente.
Saí à pressa para não incomodar os outros automobilistas. Naquela saída rápida, deixei a carteira e nem me lembrei que o telefone também estava lá dentro. De resto estava certa que à frente, apanharia de novo, o carro o meu filho.
Acontece que tudo se complicou.
Perdemo-nos um do outro.
Fui-me pôr no final da ponte do lado do Castelo do Queijo, pensando que isso facilitaria o nosso encontro. Que aí ele passaria e me veria.
Na verdade, fiquei ali imenso tempo , mas ele não passava.
Enquanto ali estava, aproveitei para observar a reacção das pessoas que me olhavam.
Eu estava vestida com um fato de cabedal. Não estava mal de todo.
As senhoras de barço dado com os manridos que pasavam, viravam -me um olhar de crítica e maus pensamentos...Os homens olhavam de solaio, talvez com alguma curiosidade.
Que estaria ali a fazer aquela criatura, a olhar para a estrada?
A certa altura, passaram uns senhores de idade com uma pastinha sob o braço, que me pareceram talvez de algum grupo religioso e talvez mais dosponíveis para me ajudar.
Então dirigi-me a eles e pedi para me deixarem telefonar a meu filho de quem me perdera.
Os senhores mal me olharam e foram sempre andando, também talvez desconfiando do que lhes dizia, um deles puxou de uma moeda de 50 cêntimos e deu-me.
Fiquei assim sem jeito e...agradeci.
Mas fiquei a pensar como é que havia de fazer para sair dali e da situação.
Entretanto reflectia sobre o facto de não ter um tostão no bolso, não ter um telefone, não ter um documento, não ter nada e ainda por cima ser mal julgada sem se pode defender.
Penso que foi isso que a mim me levou a intervir pelo tal menino do Parque Verde que nos vigarizou...
É uma sensação pouco agradável, confesso.
Mais à frente, ao tentar usar uma cabine telefónica, os tais 50 cêntimos não davam para a chamada.
Passava um casal e expliquei. A Senhora olhou-me de lado. Deu um puxão ao braço do marido e nem me respondeu...
Fui então até um cafezinho que havia no final da Avenida da Boavista e pedi o favor de me deixar telefonar .
Ficaria aí esperando o meu Filho que viria e pagaria!
Quando acabei de falar, o rapaz disse-me:
- A chamada já está paga.
Surpreendida, perguntei:
-Como?
-Estava aqui um senhor e pagou.
- Mas onde está o senhor , porque quero pagar-lhe?
-Não sei . Talvez já tivesse saído.
- ...
Entretando, felizmente, chegava o meu Filho!
Tudo se esclareceu. Ele agradeceu .
..mas na realidade foi uma grande lição, sob vários aspectos.
Lucinda, adorei ler sobre teu momento ruim. Trata-se de uma grande lição de vida que merece ser publicizada. Incriveis são as pessoas: por que temos medo (ou desprezo) por nossos semelhantes? Que mal haveria de fazer uma senhora sozinha? Pobre mundo, esse nosso. Beijo.
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