Ontem o nosso simpático grupo de fotografia , foi ver o mar e a ria de Aveiro para fotografar motivos que a cada um mais impressionassem.
É verdade que a água desempenha um papel de descarga das emoções mais densas que acumulamos no dia a dia.
Deixar os nosso olhos banharem-se em tão grande extensão de águas, faz muito bem a alma.
E se foi bom fotografar, foi melhor ainda, estarmos todos juntos e sentirmo-nos descontraidos e bem dispostos , sabendo que todos nos queríamos muito.
Depois é interessante reparar nos diferentes motivos que chamam a atenção de cada um de nós.
Todos diferentes. Todos iguais...
Temos uma amiga que adora fotografar aves.
Então lá andámos à procura dos patos , das gaivotas , da pssarada.
Ela apanha-lhes a alma ,mas não os molesta.É a sua maneira de gostar deles. De os homenagear.
Há povos que não se deixam fotografar , porque acham que lhes roubamos a alma.
Tentei isso em Den Hag, mas não pude prosseguir , pelo perigo que representava e porque não queria ofender ninguém dentro dos seus conceitos.
Em Londres, em Picadilly Circus, vi partirem máquinas fotográficas , porque as pessoas não queriam que lhes roubassem a alma . Os turistas não sabiam...
Mas de facto ao fotografarmos , cada um tem os seus motivos preferidos. Há quem goste muito de janelas. Outros de aves, outros de portas...
Eu gosto de flores, por de sol e fotografar 'sentimentos' . Tudo isso me dá me muito prazer.
Os artistas , que não sei se somos nós também os da fotoagrafia, vemos beleza onde muitos outros não vêem.
Lembro me quando estudei Drummond de Andrade, que ele falava da 'pedra no caminho' e no início , não achei graça nenhuma ,mas depois senti com ele, e até achei interessante a sua escolha.
Do mesmo modo, a pintura e a fotografia chinesas, quando estive na China e visitava as exposições, não percebia como achavam lindo as texturas e a caligrafia. Depois passei a gostar também.
Ninguém pode amar o que não conhece.
Ver com a sensibilidade do outro ajuda a alargar a nossa própria sensibilidade.
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