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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Em bicos de pés...

Em bicos de pés...

foto net


- Trânsito enguiçado. Frio. Vento. Chuva

Céu escuro. Sempre nublado.

Desabafos…

- Este tempo é um inferno.




- Coitado do velhinho encanecido

Maldizem pl’a sua partida

Treme o cansado Inverno

Brilha a neve derretida.



Desanima.

Durante um ano, adormece.

Hostilizado pelo povo.

 Desaparece.

Emigra para o outro lado do globo.




Espreita já ,

Graciosa gazela

No alto da montanha

Cabelos ao vento

Jovem donzela. Esbelta

 Em bicos de pés

Enfeitada de cores diversas

Matizada a brisa morna que passa

Com pinceladas dispersas

Perfuma a cidade de lés a lés.


Chega de mansinho a primavera

A mesa é posta na praça

O ninho abandonado

O trigo cresce

A espiga amadurece

A passarada lança a festa

Enche o ar de canções

O caminho é um tapete lindo

 Bordado pelo Criador.

Nas janelas a cor abrindo

Ouvem-se canções de amor

Chave mágica. Corações amantes.

Apaixonados

Ainda que distantes

Soltam mensagens em pétala de flor

…No ar, esvoaçantes

Afagam o rosto


Carícias

Beijos a gosto

Chegou para amar, o tempo ideal.

É Abril em Portugal

Coimbra, 2014-02-22... Lucinda Ferreira


foto net

























sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Estrelinha do João, meu Poema de 1992

foto net
A ESTRELINHA DO JOÃO







Mamã, conta aquela história
Do marinheiro triste que perdeu o Sol…

- Dorme, meu Filho.
A lamparina está quase apagada…

- Conta, Mamã. Conta mais.
Tenho medo do escuro.
Vem tão longe a madrugada…

- Amor, acabou-se o azeite.
Dorme, meu Anjo.
Fecha os olhinhos.
Já espreita a boa Fada.

-Mamã, o escuro é mau. Feio. Negro…
Faz-me tanto medo!

-Não chores, querido, senão choro também.

…E a noite …Sombria.Crescia…
Dentro do coração triste, daquela doce mãe.

…De repente, o menino olha o telhado!

...Pelo teto velho...Carcomido. Derreado… .
…Espreitam luzinhas brincando sobre o rosto iluminado.

João sonha com o Céu. 
Passeia no espaço amplo. Alargado…
foto net

-Mamã, tira uma estrela
E acende a lamparina. Para ficar mais quentinho
Põe bem perto de mim.
Aqui mesmo do meu lado…
Tira, Mamã. Tira…


Coimbra, 22 de junho de 1992

Lucinda Ferreira

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Comentário de Estela Barbosa q mt agradeço

Que linda, querida!
Você conseguiu descrever toda a beleza que a música provoca e tudo que desperta em nós.
Posso postar em meu blog?

Bejinhos

Estela

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Ti...


foto net


  A Ti…



 A melodia é a vida sensível da poesia." - Beethoven , Ludwig
"A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição." - Aristóteles



Sempre te amei!

 Todos os dias sou mais tua

No meu âmago.

No melhor e no pior.

Na minha nudez mais crua.

Nunca amei alguém ou alguma coisa

Como te quero a Ti.

Antes que eu fosse, tu eras já !

 Raiz na eternidade

És luz. Cor. Ritmo. Verdade

Canto alegre do sabiá!

Perdida nos fins do tempo.

Solta. Livre. Vinda do Além

Regato harmonia

Canção de vento

Doce cotovia que a Primavera anuncia

Voz de deuses

O melhor que o mundo tem…

Beleza.

Íntima. Subtil. Recôndito sagrado

Bater do Coração

Ventre de minha mãe

Natureza. Elo dourado

Águas serenas onde me formei

 Sublime canção

Onde aprendi a amar- te

Sem saber…

Fortaleza no trovão

Cristalina fonte do meu ser

 Pardais livres em melodia

Alimento. Alegria.

…A semente cai …

 Eterna Música sem fim!

Brisa ondulante dos trigais

Suave carícia

Como não serás tudo para mim

Se fazes mágicos. Diferentes. 

Todos os meus dias iguais ?

Coimbra, 16 Fev. 14

Lucinda Ferreira

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Comentário da Estelinha sobre Poema para Matilde





Belo poema e homenagem!
Realmente resplandece no poema a luz de Matilde.
Beijos
Estela

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Comentário sobre Ruas de Coimbra



foto net
GOSTEI MUITO!
Beijinhos
Elisabete



:POEMA RUAS DE COIMBRA

Retrato para uma mulher ausente ( Matilde em Paris )

foto da net
Retrato para uma mulher ausente


A casa da Matilde,

Secreto templo de amor

Cheira a rosas

E saudade

Em cada canto...Por todo lado!

Espaço bordado a cor

Arte...Sombras e luz

Canções feitas de silêncio.

 Algo sagrado

Paira no ar…

Das paredes nascem frutos

Apetitosos. Iluminados.

Retratos pintados felizes a cantar.

Companheiros. Amigos. Amantes.

Presos. Encarcerados. Arrumados na estante

De um tempo parado

Até ela chegar.

 Imagem de liberdade

Luz e sinal.

 Harmonia. Cor local.

Tecidos de fina e delicada sensibilidade.

Segredo que só ela conhece…

Impresso na casa que no-lo diz

É assim também em Paris.

Onde está Matilde a beleza se espalha

... Tudo resplandece!
……………………………………….
Pinto este retrato para uma mulher ausente

Apenas um raio de luz…

Quando anoitece…

Um amoroso presente…

Coimbra, 10 de Fevereiro 2014
 Lucinda Ferreira