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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma questão de saber ou de sabor?


Questão de saber ou de sabor?



“ Na juventude aprendemos. Na velhice compreendemos.”
Anónimo



Soube esta semana, que ao sábado, no Jardim Botânico em Coimbra, havia um mercado especial.
Como me interessava adquirir produtos biológicos, para uma alimentação rica em qualidade, fui lá fazer as minhas compras.
Achei interessantíssimo o ambiente.
Todos os compradores conversavam uns com os outros afavelmente.
Fez-me lembrar a Feira , na Vila, quando eu era criança.
Na Feira, local de reunião do pessoal dos arredores da Vila, se abasteciam para toda a semana.
Também era um momento de pausa, para aos montinhos, se conversar e pôr as novidades em dia.
Casamentos. Mortes. Doenças. Vinda de um parente “brasileiro”. Negócios. Má língua e até havia quem fosse para arranjar namoro…
Toda a gente se conhecia.
Aqui, no Jardim Botânico, era assim também.
Tratavam os vendedores pelo nome.
A Rosa, uma mulher de meia idade, muito despachada e simpática, sabia o valor dos alimentos . Dava indicações sobre os sites a visitar, para se conhecer melhor os benefícios deste e daquele produto, entre eles a batata doce.
A maioria dos clientes eram estrangeiros, de todas as nacionalidades. Todos saiam contentes de sacola cheia.
Havia também uma gentil vendedora alemã, Beatriz, que trazia um legume desconhecido, para diabéticos e que sem glúten, substituía a batata.
Para quem quisesse cultivar, havia também pequenos vasinhos com plantas aromáticas.
Depois de conversar com algumas pessoas, já conhecidas , outras que certamente vou encontrar de novo, lá fiz as minhas compras.
Estava desejosa de provar os produtos.
Fiz o almoço. Confesso que me parecia o mesmo sabor das nabiças do nosso quintal , quando era pequena.
Na realidade tudo tinha um sabor e até um odor bem diferente dos produtos do supermercado, no que concerne a legumes e frutos cheios de pesticida e criados com muito adubo, em regímen de latifúndio, certamente.
Recordo-me de alguém ter dito , nos arredores de Lisboa, que criava as alfaces para venda, em três semanas. Carregadas de químicos, é claro.
Nesta cadeia alimentar , tudo entra no nosso organismo. Tudo se transforma em energia ou tudo pode causar grandes danos.
Mas será que deixa marcas na nossa saúde e faz estragos, a agricultura transgénica, apressada , carregada de pesticidas e químicos?
Acredito que sim.
Na realidade foi muito agradável, ter ido a este mercadinho onde as pessoas , escolhidas a dedo, têm uma atitude diferente em tudo.
Têm carinho pelos vendedores. Acham que eles são preciosos ao trazerem este produtos saudáveis , ainda que bem mais caros.
Que não se pode deixar morrer esta agricultura na nossa Terra.
………………………………………………………………………………………
Conversam com simplicidade umas com as outras, porque unidas, no caso, pela escolha dos mesmos alimentos. Pela mesma atitude perante o bem mais precioso que é a saúde, optam por produtos biológicos.
O sabor é outro, mas também não sei se todas as pessoas sabem, que existe esta possibilidade de escolha.
Para mim , foi de facto uma questão de saber e de sabor.
Completando este encontro no Botânico, tive que ir ao Porto , num pulo.
No Bom Sucesso, o restaurante com comida vegetariana estava completo.
Esperando um bocadinho , lá almocei deliciosamente sem qualquer agressão , creio para o meu regime.
Talvez tenha comido demais…Estava tão gostoso.
Soja, legumes variados , ovo, um sumo natural, feito ali à minha frente. Tudo apenas por seis euros e cinquenta.
E a mesma atitude do Jardim Botânico:
gentileza e afabilidade entre as pessoas que serviam e as que eram servidas e conviviam .
Uma energia agradável paira no ar.
Na realidade, pensei mais uma vez: de facto é uma questão de saber e de sabor…

linmare@edicomail.net

Hoje é o dia 11, do mês 11, do ano 11 (2009=11)


Dia 11.
Mês 11.
11 Horas.
Ano 11 (2009=11)
Nunca mais se repetirá tal coisa!


A minha amiga e eu, orámos muito comovidas, às 11 horas da manhã , ajoelhadas no jardim , agradecendo por tanto que o Bom Criador nos tem dado a todos!


Enviámos Luz para os nossos Governantes, para os nossos vizinhos, nosso Bairro, nossa Cidade, nosso País, Europa, Mundo inteiro.


Pedimos muito pelos que ainda não foram tocados por esta bênção da Fé , da Alegria de sabermos que temos um Pai amoroso que vela por nós.


Todos os que ainda não despertaram , estou certa que muitos ainda serão tocados pelo Amor de Deus e pelo interesse dos irmãos que já tiveram essa graça.


Acreditamos que um novo Céu e uma nova Terra renovada e cheia de amor entre todos , está a despertar.


Há muitos avisos amorosos.

Assistimos também a catástrofes, epidemias, guerras dizimadoras que fazem uma limpeza dolorosa.

A Palavra de Deus diz que no final dos Tempos, estarão dois na mesma cama e um será arrebatado e outro viverá feliz.


Uma questão de escolha pela liberdade de que fomos dotados...


Enfim...parece que esta conversa enfada algumas pessoas que até se zangam quando deixamos falar o coração ,mas também sabemos que muitos já foram tocados e estão a trabalhar afincadamnete pela causa do amor incondicional, entre todos !

Claro que os animais , as plantas também estão incluidos no respeito pelo Planeta que tanto tem sofrido!


O orgulho, o ego, a prepotência, a desonestidade, a mania das vaidades, das grandezas e das aparências, terão que ser esbatidas.Desaparecem para sempre.

E tudo se vai limando aos poucos. A consciência alarga-se como um mar de amor. E...quanto mais depressa melhor...

Então seja quem você for, acredite ou não, esteja onde estiver, neste Planeta, saiba que hoje o envolvems de amor , no seu sofrimento e nos seus sonhos para que todos eles se realizem!
Recorde ainda que estamos todos unidos. E que quando se colhe uma flor no Japão, estremece uma estrela do outro lado do Planeta.
Então?
Somos ou não somos todos responsáveis pelo Planeta Azul, a casa de todos nós?

domingo, 8 de novembro de 2009

Saudades


Ola, meus amigos!

Confesso que me tem feito falta estar convosco.

Mas olhem ,mesmo quando estou longe no espaço, fico mais perto no coração.

Acho que observo o mundo com mais atenção , desde que o meu blog me alarga os braços da minha alma, para comunicar com o mundo .

Nunca fui gaivota de asas cortadas. Deus me livre!


Estive durante 7 dias integrada num grupo. Quantas coisas observei, sobretudo quando parecia mais distraída.


Um grupo é como um ramo de flores.

Há flores que exalam um perfume da alma que é bom estarmos por perto.


Outras, ainda não perceberam que o ego e a necessidade de se ocuparem criticando os outros, numa atitude de alma básica, cheia de infeririodade e de vazios pela falta de amor e elegância espiritual, as cega completamente para o fundamental: virarem-se para dentro e verem-se.

Questionarem-se. Perceberem, a necessidade de crescimento interior.

De saberem por que razão estão neste plano. Meu Deus que pobreza e que dor me causou ver a sua cegueira.

Outras completamente neuróticas e cheias de traumas, não querem sair desse estádio, mesmo que se lhe diga que precisam de ajuda.

Depois, vem os ignorantes - a ignorância é tudo o que há de mais atrevido - rindo de quem lhes podia levar a luz.

De qualquer modo, escondidos, discretos, no seu canto, havia violetas perfumando o caminho de quem cruzavam...

Havia quem tivesse necessidade de chamar a atenção, exigindo até privilégios e atenções especiais.

Outro disponíveis, abertos tentavam servir de ponte e fazer as passagens mais dificéis.

A mim dava-me verdadeira alegria e sumo prazer, ficar comigo mesma, no meu canto, em alto mar, olhando o céu, sentindo a brisa no meu rosto, almoçar sozinha e agradecer tudo o que aquela travessia no alto mar , oferecia.

Pude recordar o tempo que vivi no mar e perceber que a minha energia , neste momento , me pede outras experiências. O mar agora, só de passagem...

Há um tempo para todas as coisas.

De qualquer modo, voltando ao grupo, ali todos juntinhos, serviu-me para crescer , pelas cedências feitas, pelo que observei.
Coisas que doiam e com as quais não era fácil conviver.

Portanto com o que desgostava , era lição para saber que aquilo nunca se poderia fazer a ninguém...

Que era para aceitar, embora com tristeza.

O que era belo , era para alegrar, dar coragem e saber que nada está perdido.

Enquanto houver um fermento, ainda que mínimo, é bem natural que um dia despertem . Percam as arrogâncias tolas e a má língua. Uma questão de nível.


Acho que a bondade é uma questão de inteligência. Não falo em instrução...


Oxalá não tenham que sofrer para evoluir , já que só se evoluie pelo amor e pela dor.


Será que as pessoas já todas perceberam que tudo o que vem até nós , o atraimos e é o que precisamos para reflectir e evoluir?


Uma escolha de cada momento entre a densidade e a luz, eis a caminhada que nos oferece e a oportunidade de ser.


Agraddecer . Agradecer. Agradecer...é tudo que nos resta.


Virados para dentro , deixando sair o perfume da abundância do amor, que dá porque nada espera, nem necesita sabendo que vida é de dentro para fora e não o contrário .



sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

África , meu amor...







Nunca vivi em Àfrica, no entanto sinto um grande fascínio por aquela Terra.






Estudei Literatura Africana de que muiro gostei e quando estive nas Caraíbas, pelas circunstâncias do meu trabalho ( fazia conferências num Barco Grego para Belgas e Franceses ), tive que aprofundar Etnologia.






Verifica-se então que desde o século 16 até ao século 18, 6 milhões de negros , vêm de África, vendidos muitas vezes, pelos seus irmãos de raça (...) para servirem como escravos , nas plantações de açúcar , ao serviço de europeus , nas Caraíbas.






Daí que, actualmente, o fundo da população, são pessoas de cor , já que este Povo se multiplica muito mais do que os brancos.



É verdade que eles estão ressentidos contra os brancos e...os indianos, que depois da escravatura abolida , apareceram já como atraídos e convidados pelos brancos, que lhes davam terras e outros benefícios ,que não deram aos negros, porque estes não quiseram aceitar.






Bom , mas a verdade é que adorei conviver e apreciar a generosidade de grandes famílias e o papel do matriarcado , bem vivo entre os caraíbes.



A mulher caríbe é emancipada, governa ilhas ( Ste Lucie , por exemplo ) e dá lições a muitos homens.



A música e as suas vivências artísticas, foram outra oportunidade que me deu muito prazer conhecer.






Apresentei, suponho que em 1998, na Universidade de Compostela, em Espanha, um comunicação que se intitulava, "África , um amor antigo."



Agora, há uns tempos, deu.-me vontade de escrever um conto , que lhes ofereço hoje, n0 meu blog.



Intitula-se ÁFRICA, MEU AMOR :



É o texto que se segue.



Oxalá gostem




África , meu amor!




Baixo o sol, chegámos finalmente ao cair da noite, quente e barulhenta. Logo à entrada era a sala de dança…
O hotel era imenso na massa apertada de tantos outros ali coladinhos, pendurados na montanha, tocando o céu.
A seus pés, estava o manto rendado das águas de um azul esverdeado, Mediterrâneo calmo, morno. Acolhedor. Faltava ainda e apenas, o azulão do alto mar e os golfinhos brincando, saudando-nos alegres ao passarmos. O branco das ondas sob as estrelas, tentava lavar e dissolver o escuro feio das areias, protegidas pelos cogumelos de colmo.


Diferente encanto do que estávamos habituados a ver nas nossas praias extensas e largas a perder de vista... À noite, o passeio marítimo enchia-se de falares diversos.
Durante o dia os mais velhos, vindos de longe… da terra fria e a húmida, consolavam - se com a fogueira ardente sob os pés, na praia apinhada... A noite morna trazia - lhes paz e um doce silêncio entrecortado por risadas leves, bem – dispostas, dos formigueiros humanos crescendo lentos ao longo do paredão lambido pelo mar que não parava de mexer…


Ao som da rumba e dos alegres”biguine” e “zouk”, executados por negros da Jamaica, nascido no escuro fundo dos bares apinhados
ao longo do passeio público, havia quem bailasse descontraidamente na rua. Em ambiente de festa, tudo se desprende. Todos se soltam. Até as estrelas brincam gaiatas no céu límpido, calmo, ao pressentirem a boa disposição descontraída dos turistas. ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, No Hotel, ficara a água que chorava dolente e meiga…Perdida no verde das plantas exóticas semeadas no lago artificial da entrada. Vindos de longe, cansados e cheios de malas, mirávamos-nos descuidados, mortos de cansaço, no complicado jogo de espelhos, convite ao vaguear da imaginação entre luzes e reflexos. Alguns dirigiram- se rapidamente para a piscina de águas quentes, azuis, azuis.


Outros descansaram nos quartos harmoniosos na decoração, amplos, virados para o mar. Outros correram para o telefone. Júlia, uma das nossas companheiras de viagem, elegante nos cinquenta e tantos anos, discreta, atenta, parecia que estava fora da realidade… Por mais que recordasse Leonardo Da Vinci e não fizesse como a maioria dos mortais que “olha sem ver, escuta sem ouvir, toca sem sentir, come sem saborear, movimenta - se sem ter consciência física, inala sem se a perceber do odor ou da fragrância e fala sem pensar” por mais que tentasse agarrar a realidade, não conseguia. O homem de fato e chapéu branco, vestido à colonizador africano, intrigara-a demais… Sentara - se sozinho no banco da frente.


Júlia pregou os olhos nos movimentos do homem do fato branco.Fez milhas de retrocesso no tempo, até chegar ao Colégio das Madres de S. José de Cluny, em Luanda. Num dia em que as acácias estavam mais vermelhas e floridas do que nunca, Roberto queimou- lhe a boca como um lume que nunca mais se lhe apagara da alma. Os dedos enganchados nas suas mãos frágeis, tímidas de menina inexperiente, ingénua, causaram-lhe um tal choque que ainda o sente ali igualzinho, naquele lugar perdido no tempo e no espaço. Passados alguns encontros, Roberto desapareceu sem dizer uma palavra. Mais tarde, justificara- se através de uma amiga comum, dizendo que seus pais o enviaram de repente sem contar, para Santo Tirso para um colégio interno, por recearem que se perdesse de amores tão cedo, por uma rapariga sem grande fortuna. Daí fora para a aviação, soube Júlia mais tarde. Em Luanda, correra depois o boato que Roberto tinha morrido num a acidente, quando pilotava.

Nunca, nunca mais ouvira falar dele. No coração de Júlia também nunca mais entrara ninguém, porque o lugar, preenchido por Roberto, continuava ocupado.
O tempo passou. Com a descolonização maldita para muitos, que matou com requintes de crueldade uma grande fatia de gentes, desgraçou tanta família, obrigando a dormir todos a molho, dias e dias no aeroporto, desprovidos de todos os seus haveres, fruto de tanta canseira, horas de sacrifício de muito português despojado de todos os seus bens em Portugal para recomeçar novas vidas em África, tudo acabou. Ficara apenas aquele sonho de amor misturado com o sabor da terra virgem em manhãs em que esta transpira e o cheiro entra pela alma, impondo-se para sempre com uma volúpia e uma insistência misturado no sangue, ampliado pela cor púrpura das acácias em flor… A recordação de uma África cheia de sortilégios vários, era tudo o que trouxera consigo na mala vazia de seus pais fugidos a correr para não perderem a vida. Quanta humilhação e necessidades passou Júlia, não o quer ela recordar mais. Agora com mais de metade da vida já passada, quer distrair-se um pouco, conviver. Viajar sempre que tiver possibilidades.


No meio de toda a sua pacatez, aquele homem de branco veio perturbá-la demais. Muito mesmo. Ressuscitar recordações adormecidas consentidamente. Quadros que revia muitas vezes, para ter a certeza de que ainda estava viva. Pareciam as feições de Roberto… Aquelas mesmas que ela um dia acariciara com olhos e alma de um modo singular, único, em que nunca mais se podem esquecer o cheiro, o sabor e as formas…


A agitação de Júlia, crescia interiormente por mais que ela tentasse dominar aquela força teimosa nascida nas entranhas, traindo-a completamente.
A vida é como um rio. Ninguém se banha duas vezes na mesma água. A saudade é uma força estranha, indomável, cruel que tortura em silêncio como um carrasco doce que nos acorrenta por amor, mas sem dó nem piedade. Sadicamente quase...Constantemente. Na solidão e na multidão. Sem descanso. Oxalá nunca sejamos visitados pela saudade!
Agora Júlia tremia. Não conseguia levantar- se do banco. E se fosse mesmo ele, o Roberto, o bem-amado, que iria acontecer? Ela não queria que ele a visse, porque se fosse ele e não a reconhecesse ou, pior ainda, se a ignorasse, ela sufocaria. Júlia pensou ir à recepção do hotel perguntar o nome daquele senhor do fato branco, mas enquanto estava na dúvida, ainda havia alguma possibilidade de ser verdade e ser ele mesmo…


Passou uma semana, evitando sempre cruzarem- se ou verem- se de frente, na

quela angústia feita de sentimentos diversos: sonho. Angústia. Tortura e dúvida. No último dia, na confusão das malas, o senhor do fato branco um pouco mais velho do que ela, caíra batendo com a cabeça. Passou muito mal. Levaram- no ao Hospital. O caso parecia inspirar algum cuidado. O conflito interior de Júlia duplicara. Que fazer agora? O grupo em alvoroço tecia comentários vários. Entre esses, Júlia escutara algumas inconfidências e…ouvira falar no Sr.Roberto!
- Coitado, é meu vizinho, mas não tem família. Vive só. Perdeu a família em África. Casou lá no Porto, mas a mulher morreu há tempos. Parece que ele até era uma pessoa de bastantes posses em África, mas perderam tudo, contou ele ao meu Zé, uma vez. -Então era ele?! Mas ele não tinha falecido num acidente, ainda jovem?! Afinal tinha casado… Teria família? Mas como pôde o destino pôlos no caminho um do outro, depois de tantas peripécias?

Anunciara agora a guia que o estado daquele passageiro inspirava algum cuidado e num curto espaço de lucidez, o Sr. Roberto pedira para regressar ao seu país. Voltou a cair em coma.
Júlia num repente, oferecera - se para o acompanhar, alegando ser enfermeira e estar ligada a esta família por laços de parentesco ainda que um pouco afastados. Para Júlia e Roberto o passeio terminara ali, mas não sabemos se a vida os presenteou com aquele encontro feito de magia e recordações que dá vida aos mortos. È bem provável que aquele encontro fosse mágico. E se nada acontece por acaso, e ‘o casamento e a mortalha no céu se talha’, como diz o Povo, o encontro aí se deu.


As condições não eram as melhores, mas como a desgraça tem o condão de aproximar os seres humanos…E como se diz que Deus escreve direito por linhas tortas, então tudo acontece no momento certo!
Afinal não são os sãos, mas os doentes que precisam de mais e mais amor…Júlia, como enfermeira, bem conhecia esse segredo da vida. Por isso vai abrir - se certamente em compaixão para com Roberto, por todos os motivos… Vamos espreitar? Deixar quem ama tranquilamente. É regra de ouro.


Além disso, ficar velho é obrigatório. Crescer é opcional, mas a experiência, a sabedoria da vida também têm muito que se lhe diga. Uma coisa é certa, nós não paramos de amar, porque ficamos velhos. Nós tornamo-nos velhos, quando paramos de amar.


Precisamos rir e encontrar humor todos os dias nas nossas vidas. Se tivermos um sonho, nunca morreremos. Crescemos sempre que encontramos oportunidade para mudar. Os mais velhos só têm remorsos pelo que queriam ter feito e não fizeram. Talvez Roberto até tenha medo da morte, porque poderá ter alguns remorsos…Por ter vivido menos bem o tempo rápido da passagem por este plano. Será que agora a vida os fez cruzar agora para darem continuidade ao seu romance interrompido, há já tantos anos? Mesmo que fosse menos tempo do que já viveram, talvez valesse a pena prosseguir um sonho que sempre se desejou. A qualidade tem muito pouco a ver com a quantidade. ……………………………………………………………………
Embora tivesse havido algum desgosto pelo grupo se ter desfeito, lá continuámos a descobrir o mundo e a nós mesmos, na relação com os outros e no mais profundo de nós mesmos, o que sempre acontece quando se viaja e ficamos naquele espaço vazio e íntimo em que tudo é sempre vestido da verdade mais nua e crua.
É engraçado observar o mundo que nos rodeia, naqueles momentos em que esquecemos as horas, os dias ou os meses, o país onde estamos. Uma verdadeira simbiose e encantamento se estabelecem entre nós e a natureza que nos envolve... Nada mais existe! Tudo se apaga para que as sensações se incendeiem e possamos fazer um todo com a paisagem.
O mais interessante é quando pensamos que o destino dos viajantes de um autocarro, vão na mão do motorista atento e interessado em chegar bem a seu termo. Naquele espaço fechado, cada pessoa carrega mundos e realidades diferentes. Não há dois seres iguais, porque além do que herdamos dos nossos antepassados e de um fundo comum a todos os seres da mesma espécie, há a educação e as nossas aquisições que fazemos com a nossa liberdade. È claro que o ambiente em que crescemos tem muita influência. É uma segunda natureza, mas no final do balanço, é bom chegar à conclusão que valeu a pena ter vivido. ‘Valeu a pena ter amado quem amei, Ter sonhado o que sonhei Ter sofrido o que sofri…diz assim a fadista.
Até se diz que não tem medo da morte quem sempre viveu bem a sua vida! Para terminar esta reflexão, enquanto fica em fundo a história interessante que nos tocou nesta viagem, ainda acrescentamos: viajar é afinal uma forma de evasão privilegiada. Espaço de descoberta e encontro connosco mesmos, com os outros e com a
paisagem…



Lucinda Ferreira















oa s

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pintura Mediúnica


Não sabia nada disto.

Há tempos , uma colega convidou-me e eu vi .Até fiz fotos ,, de um bonito jovem , que dedica a sua vida a ajudar crianças pobres num centro de acolhimento que ele construiu.


Durante duas horas, com os olhos fechados, ele pintou 22 quadros, cópias exactas de pintores célebres, ja falecidos!...

Todos os quadros eram cópias exímias de obras famosas

Van Gogh, PIcasso, Rembrant, Monet, Manet e outros diversos.

Uma maravilha!


Fiquei a pensar e cheis de curiosidade para além do que vi ali.

Fui à net e lá descobri , mais uma senhora que vinda do Sertão brasileiro, ignorante e pura , emergiu para pintar as coisas mais belas que podeis imaginar, sempre guiada pelo Espírito ,pois ela nunca tinha praticado , nem aprendido tal arte!

Pintava com as mãos . Com a boca. Com os pés!

Ela mesmo se espantava com tanta Beleza , assim como este jovem , quando abria os olhos do transe em que mergulhara, para pintar seus quadros que depois serviriam para dar pão a tanto faminto. Tudo coisas fantásticas, confesso.


Bom, mas ele partiu para a sua Terra, levando o pão para os seus famintos irmãos que tanto amava.Vimos tudo em filme.


Ontem, tive oportunidade de conhecer uma jovem senhora, que também entre nós, esta com os olhos abertos, pinta cópias do outro mundo, espiritual, etéreo e simbólico...

Duma beleza e duma profundidade comovente, que seria dificil arrancar de um ser humano, se não fosse a ajuda do Alto!

A senhora tão simples , doce e determinada, na sua jornada de mudança do mundo, nem tinha grande instrução terrena, reparei.


Deus dá a sua graça a quem se abre..e se entrga a Ele com cob nfiança..
Ele manifesta-se na medida da nossa abertura.

È a pureza que talvez sirva de canal a tanta beleza , que me deslumbrou também!


Ela pinta a energia de cada um de nós... e é importante , porque alargando o nosso auto-conhecimento, nos dá pistas para trabalharmos a nossa evolução.

Fiquei verdadeirmente deslumbrada .

Se alguém quiser saber mais , pode perguntar , porque eu dou toda as pistas.

Mas de facto , podemos concluir que o Homem não morre quando o corpo desaparece!

E também que os espíritos podem-se comunicar connosco em beleza e sobretudo em energoia.

É preciso estar atento a estas realidades, que não são patranhas!


Não nos deixarmos arrastar somente pela materialidade e pelas precoupaçõs puras e simples num redomoinho consumidor e sem sentido!


Ilusões passageiras, necessárias para a nossa evolução, pois temos que fazer esta experiência da dualidade na matéria, MAS com a consciência espiritual viva e atenta , servindo-nos de todas as dificuldades para crescer e evoluir cada minuta das nossas vidas , da nossa existÊncia precária que nos é dada por amor.

Sejamos ainda gratos, acima de tudo.

So nos ganhamos com isso em alegria . Serenidade e certezas!