
Culpa ou desculpa?
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Culpamos as pessoas das quais não gostamos pelas gentilezas que nos demonstram.
A culpa é destruidora. Concorda?
Mas de onde nasce a culpa? Do ego!Jamais do Eu Superior.
E por que razão ela emerge, brava e demolidora?
Quem sente a culpa está sempre onde não
está.
Está num sítio a fazer algo e sente que
devia estar a fazer algo bem diferente, noutro local. Daí, sentir-se culpada. Está
sempre em conflito. Tensa. E… também não deixa relaxar quem está por perto.
Sofre muito e culpa os outros de também não
fazerem o que deviam.
Se eu tenho que trabalhar tudo em casa,
quando regresso do trabalho, para trazer dinheiro para casa, o meu marido
também tem que me ajudar.
Se eu não posso fazer o que gosto, por que será que A
ou B, na minha família, pode estar sempre ausente, para o que lhe dá gozo e alegria?
E se às vezes, me apetece descansar e não posso, por que será
que o outro está sempre no telefone ou a ver televisão ou a jogar?…Enfim um
rosário de queixas.
E perguntamo-nos:
Por que será esta exigência tão apertada,
contínua, para connosco mesmos e para com os outros?
A culpa não dá tréguas, nem um momento
de relaxamento. Não permite que se olhe para si própria.
Não permite que a pessoa
evolua. Não permite que se viva em paz.
Arranja sempre motivos para atormentar a
alma.
Reparemos :
1.
- “Ai que devia ter feito …aquilo… e não fiz…
2.
– Não devia ter feito, dito tal coisa…
3.
Ainda não consegui
realizar tudo o que eles estão à espera
que eu faça…
4.
Ai que tenho que ajudar A..B e C e ainda não fiz nada por
eles…
..e muitas outras
situações em que o ser se culpa .
Se pensarmos bem,
descobrimos nesta culpa algum orgulho. Presunção.
Senão, vejamos:
·
Quem somos nós para nos acharmos tão insubstituíveis e
importantes?
·
Será que o mundo avança sem nós?
·
Quem sou eu para julgar que a vida sem mim nada vale?
É verdade que, por vezes, as pessoas têm
necessidade da nossa ajuda.
É verdade que temos que partilhar todos
os nossos dons e nisso somos recompensados infinitamente, quando o fazemos sem
esperar qualquer retribuição.
O Universo espia as mínimas coisas e retribui cem
por um…
É verdade que as pessoas desejam ajuda,
mas…há um limite por duas razões:
· 1.ª Porque a própria
pessoa carenciada, consciente ou inconscientemente, escolheu essa situação para
evoluir e crescer!
Só através da procura
de solução podemos evoluir. o indivíduo pode precisar de um empurrão, mas até
certo ponto.
O extremo cuidado, nessa ajuda, pode ser prejudicial.
· Além de que cada
um de nós tem muito muito que fazer no seu crescimento contínuo e permanente.
Isso é tão urgente e importante, como a situação de emergência do outro.
Isto
não é egoísmo, mas responsabilidade atenta.
· Temos que
aceitar, que qualquer tipo de dependência é uma prisão!
· E a CULPA
é uma prisão permanente de alta segurança!
· Quando alguém se
conecta consciente e livremente com o UNIVERSO, a leveza e a liberdade emergem
em luz, nas nossas vidas, em todas as circunstancias. Temos essa certeza.
.....................................................................................................Deixo uma questão em aberto:
Será
a “senhora dona culpa” uma tentativa inconsciente, nascida no facto de alguém
se querer tornar poderoso e imprescindível?
Estou firmemente convencido
que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza.
Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele. Se trai
duas vezes, a culpa é sua. Eleanor
Roosevelt
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Lucinda FERREIRA