Será que isto é comigo?
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Lutemos por um mundo novo... Um mundo bom que a todos assegura o ensejo
de trabalho, que dê futuro a juventude e segurança à velhice. Charles Chaplin
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A maior parte dos traumas que tantos de nós, inclusivamente os nosso
filhos, carregamos, resultam da ignorância ou falta de conhecimento das
responsabilidades inerentes à maternidade e à paternidade.
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Já lhe aconteceu ter dificuldade em acreditar nas pessoas? Sentir-se afectivamente
instável? Desconfiar do amor que alguém diz ter por si? Sentir-se incapaz de se
entregar amorosamente a outrem? Inclusivamente quando sente que uma relação vai
tomar um tom mais sério, sentir medo e fugir?
Enfim tem consciência. Pena. Dor. De ser extremamente insegura e não saber a
razão deste comportamento, nem o que fazer para sair deste círculo infernal…
Em caso extremo, tem de se submeter a um processo terapêutico.
Pode ainda ser ajudada, a fim de conhecer as causas deste transtorno.
Ora siga-me...
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Quando vimos ao mundo, nesta primeira fase, a diferenciação é feita
lentamente até aos seis meses de idade. Sigmund Freud (1856—1939) refere
este facto.
Não temos consciência de sermos pessoas. Não temos capacidade para nos
diferenciarmos. Sentimos que somos a nossa mãe! Há uma união total entre a mãe
e a criança.
É por isso esta a relação mais íntima que alguma vez o ser humano
experimenta. (Há homens por exemplo, que inconscientemente buscam uma esposa
semelhante à mãe, para vivenciar aquela união do início da vida com a mãe...).
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Por vezes esta relação entre mãe e filho imprescindível na vida feliz e equilibrada
de um ser humano, é quebrada.
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Aqui começa a causa do problema da insegurança aguda com os sintomas
apontados no início deste artigo!
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A criança tem
que ficar obrigatoriamente com a mãe
até aos seis meses!
S Se de todo não puder ser, terá de ser substituída por alguém muito especial e raramente por uma empregada. Uma pessoa estranha.
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Desde que se nasce até aos seis meses, em que desperta a capacidade de se diferenciar, sabendo que é outra pessoa, estes dois seres são inseparáveis!
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Qualquer afastamento terá um preço
irremediável.
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No momento em que somos separados da
mãe até aos seis meses, as ausências desta originam cicatrizes na alma, devido
à compreensão do tempo que ainda não está estruturada na criança.
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Se eu sair e disser a um adulto que volto dentro de uma hora, ele compreende.
A criança, na 1.ª fase de existência, não administra o tempo. Não tem a capacidade de lidar com a categoria tempo. Isso ainda não está assimilado.
Então durante esse tempo, colocada longe da mãe, é como se ela estivesse negada
dela mesma!
a Daqui as cicatrizes da alma e do cérebro assim impressas, o que mostra o peso que
esta emoção tem, determinando no indivíduo permanente insegurança, enquanto viver!
E E tudo isto por que razão?
F Faltou o suporte. A garantia desta
união total, o que provoca uma postura doentia de desconfiança afectiva no adulto!
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A ausência da mãe nesta primeira fase, diria que assassina a felicidade de alguém para sempre.
Dez minutos apenas de separação significam uma eternidade para o
filho, incapaz de saber o significado do tempo!
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O afastamento é sentido de um
modo tão desolado, que a marca indelével causa na pessoa adulta, uma
incapacidade permanente de confiar em qualquer afecto. Os afectos foram desacreditados!
E O vazio deixado pela mãe deixa uma cicatriz que se prolonga tristemente para o resto da vida. Tudo isto, repito, por
falta de garantia dessa primeira união com a mãe.
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E para que servem hoje os seis meses
de licença de maternidade, sabiamente concedidos à mãe? Para ir espairecer ao shopping, para não deprimir? Tomar
um chá com a amiga? E outras banalidades, pois não se suporta estar sempre
fechada em casa?
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Mas os animais que lição nos dão? O instinto animal é perfeito.
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Vejamos a galinha. A gata. A cadela e até os passarinhos como permanecem fiel
e amorosamente junto dos seus filhinhos, para os proteger. Alimentar. Dar
segurança e ai de alguém que se aproxime ou ameace quebrar esses laços fortes
mãe /filho!
E nós humanos somos sempre assim?Conhecemos o alcance do nosso abandono pelos problemas graves que se provocam à criança?
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Se é responsável.Tem algum pudor e consciência do seu papel como mãe, (para não correr o risco de se ser acusada de apenas aproveitar o prazer físico
e dar à luz, fábrica de pessoas infelizes), assuma estar na hora certa com
responsabilidade, segundo a exigência do momento. Pelo seu comportamento, saiba que vai comprometer
o equilíbrio daquele ser para a vida inteira, por causa da sua
irresponsabilidade!
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Não negue ao seu filho, que nem pediu para nascer, a possibilidade de ser equilibrado
e feliz!
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Fuja de deixar marcas de sofrimento para sempre em alguém, por negligência.
Evite sentir-se culpada da tanta dor futura.
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Se é demasiado exigente e ralha constantemente, domine-se! Conheça as marcas
que vai deixar, tornando seu filho, um adulto medroso.
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A mãe super-protectora, que nem deixa o filho cair nunca, quando começa a dar
os primeiros passos, provoca em alguém um medo intransponível perante a mínima
dificuldade.
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Se alguém passou fome em criança, certamente vai ser um adulto egoísta, sempre
com medo que lhe falte de novo, o alimento.
E para concluir:
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Se cruzarmos alguém em
conflito, saiba que essa pessoa age pressionada pela sua história de vida. Sobretudo ficou marcado/a pela sua primeira infância.
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Quanto à dor perante as perdas, elas serão difíceis de vencer, se o processo
de criança não foi conduzido de um modo honesto e tranquilo.
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Se tenciona ser pai ou mãe, assuma! Prepare-se.
A educação de um filho começa
vinte anos antes, pela formação da mãe e do pai!
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De facto .”Não haverá equilíbrio onde há
insegurança!”
José Aires ....
Lucinda Ferreira 4.3.16
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